O presidente da Bol�via, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira uma investiga��o profunda sobre o impacto de duas hidrel�tricas brasileiras na inunda��o de um povoado na Amaz�nia boliviana, onde a �gua segue subindo, embora as chuvas tenham parado.
As inunda��es, resultado do transbordamento do rio Madeira, afetaram nas �ltimas semanas os povoados amaz�nicos de Trinidad, Santa Ana de Yacuma e San Joaqu�n, e tamb�m n�o param em Guayaramer�n, na fronteira com o Brasil. "Em Guayaramer�n, (a �gua) continuava subindo at� esta manh� (...) Acredito que hoje tenha subido 2 cent�metros", disse Morales em uma coletiva de imprensa.
Se a �gua est� subindo, j� estaria totalmente confirmado que as usinas hidrel�tricas do Brasil est�o afetando" a regi�o, considerou o presidente. No entanto, o governante afirmou que cabe �s comiss�es t�cnicas das chancelarias dos dois pa�ses estabelecer se a atividade das hidrel�tricas "est� afetando ou n�o". Mas o que est� acontecendo em Guayaramer�n � muito raro, insistiu.
A rela��o entre o funcionamento das represas brasileiras Jirau e Santo Ant�nio e as inunda��es foram abordadas nesta semana pelas chancelarias da Bol�via e do Brasil, que definiram a forma��o de uma comiss�o bilateral. Diversas organiza��es alertaram desde 2007 para os riscos de altera��es hidrol�gicas da bacia do rio Madeira devido � constru��o dessas represas, lembrou a organiza��o n�o governamental Lidema (Liga de Defesa do Meio Ambiente). Santo Ant�nio fica localizada a 180 km da fronteira com Bol�via e Jirau a 85 km no estado de Rond�nia (norte).
A justi�a brasileira ordenou em mar�o que as empresas respons�veis pelas hidroel�tricas de Jirau e Santo Ant�nio auxiliem os atingidos pelo transbordamento do rio Madeira. O Minist�rio P�blico brasileiro tamb�m ordenou que as duas hidrel�tricas dever�o realizar novos estudos sobre o impacto que suas represas t�m no meio ambiente.
As inunda��es atingiram 60.000 fam�lias em cinco regi�es da Bol�via que sofreram com uma esta��o de chuvas rigorosa, que deixou mais de 60 mortos em cinco meses. Segundo um balan�o oficial, 63.000 hectares de cultivos foram danificados e 110.000 cabe�as de gado morreram. Cerca de 4.600 fam�lias ainda vivem em abrigos tempor�rios. Morales garantiu nesta quarta-feira um or�amento de 476,6 milh�es de d�lares para a reconstru��o e reabilita��o das zonas afetadas.