A 'troika' (UE-FMI-BCE) iniciou nesta ter�a-feira em Lisboa sua �ltima an�lise do programa de austeridade de Portugal, que se prepara para seguir o exemplo irland�s e se tornar o segundo pa�s da Zona do Euro a deixar com �xito a tutela de seus credores.
Portugal vai escapar da humilha��o de um segundo plano de resgate: "N�o � uma an�lise qualquer, � a �ltima. � o exame que deve nos permitir conseguir a nossa autonomia pol�tica e financeira", insistiu o vice-primeiro-ministro Paulo Portas.
Muita aguardada pela popula��o, a sa�da definitiva dos chamados "Homens de Preto" n�o deve, no entanto, acabar com o severo tratamento de austeridade em vigor h� tr�s anos.
A "disciplina or�ament�ria" foi a express�o mais repetida nas reuni�es desta ter�a entre os representantes da 'troika' e dos partidos pol�ticos.
"Temos uma certeza: o governo se comprometeu a manter a austeridade e continua a negociar mais cortes nos sal�rios e nas aposentadorias", afirmou Eurico Brilhante Dias, um dos l�deres da oposi��o socialista.
"Os problemas de Portugal n�o come�aram com a chegada da 'troika' e n�o v�o desparecer com a sua sa�da. Ainda temos um longo caminho a percorrer", reconheceu Miguel Frasquilho, deputado do partido do governo PSD (centro-direita).
O governo faz suspense sobre o destino do plano de ajuda previsto para o dia 17 de maio: Vai optar por uma linha de cr�dito de precau��o ou por um retorno aos mercados � irlandesa, sem uma rede de seguran�a?
A resposta � aguardada para antes de 5 de maio, data da pr�xima reuni�o dos ministros das Finan�as da Zona do Euro que deve oficializar o destino de Portugal, que recebeu um plano de ajuda de 78 bilh�es de euros, cinco meses depois da Irlanda.
Em um teste crucial, Portugal tentar� na quarta-feira voltar ao mercado da d�vida de longo prazo, com sua primeira emiss�o regular para dez anos desde o seu pedido de ajuda, em abril de 2011.
"Portugal deve ser muito bem sucedido. Esta nova emiss�o � um passo a mais no caminho da sa�da do plano de ajuda sem linha de cr�dito adicional", comentou � AFP Jesus Castillo, analista do banco franc�s Natixis.
Outros, como o comiss�rio europeu de Rela��es Econ�micas Olli Rehn, defendem um programa de precau��o, considerando "que � melhor prevenir do que remediar".
"Mesmo que a emiss�o de quarta-feira se revele um sucesso, isso n�o garante um percurso sem obst�culos. Os mercados s�o muito vol�teis", disse Paula Carvalho, economista do Banco Portugu�s de Investimento.
Com o objetivo de tranquilizar seus credores sobre a manuten��o do programa de rigor, Portugal j� anunciou que vai economizar 1,4 bilh�o de euros para 2015.
