O Ex�rcito ucraniano retomou nesta ter�a-feira o estrat�gico aeroporto de Donetsk, no leste do pa�s, em uma opera��o que matou 40 pessoas, enquanto a OSCE anunciou a deten��o de quatro de seus observadores pelos separatistas pr�-russos.
Poucas horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter exigido "o fim imediato da opera��o punitiva" do Ex�rcito ucraniano no leste, o Minist�rio ucraniano das Rela��es Exteriores convocou nesta ter�a o encarregado dos interesses russos para protestar contra uma nova "incurs�o de terroristas armados" vindos da R�ssia nesta madrugada.
A batalha pelo controle do aeroporto come�ou na segunda-feira, um dia depois da elei��o do futuro presidente da Ucr�nia, Petro Poroshenko, que prometeu lutar contra os "terroristas".
A R�ssia, envolvida em uma verdadeira queda de bra�o com a Ucr�nia, indicou que uma visita a Moscou de Poroshenko, eleito no domingo com mais de 54% dos votos, n�o "est� sendo considerada".
Esta ter�a foi o dia mais violento em Donetsk, reduto rebelde do leste ucraniano. De acordo com o prefeito da cidade, Olexander Lukianchenko, 38 combatentes - separatistas e soldados ucranianos - morreram nos combates. Dois civis tamb�m morreram nos confrontos, que deixaram pelo menos 43 feridos.
Ainda de acordo com o prefeito, entre os feridos est�o oito cidad�os russos, incluindo alguns de Grozny e Guderm�s, na rep�blica russa da Chech�nia.
Nos �ltimos dias, a AFP constatou a presen�a em Donetsk de combatentes do C�ucaso russo.
"A situa��o continua muito tensa", alertou o prefeito, que recomendou que os habitantes da regi�o permane�am em casa.
Batalha pelo aeroporto
A batalha pelo controle do aeroporto de Donetsk come�ou na segunda-feira, com o envio de avi�es de combate Mig-29 e Sukhoi-25 e de paraquedistas.
"Retomamos o controle total do aeroporto. O advers�rio sofreu baixas, mas n�s n�o", afirmou no in�cio da tarde desta ter�a o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov.
Os separatistas bloquearam a estrada que leva ao aeroporto com um trator, caminh�es e pilhas de pneus.
A menos de 2 km do aeroporto, um caminh�o crivado de balas e parcialmente queimado foi abandonado na beira da estrada. Roupas, sangue e partes de corpos humanos espalhados pelo ch�o foram vistos por jornalistas da AFP.
Enquanto isso, a OSCE, que disp�e desde mar�o de uma miss�o especial de observa��o na Ucr�nia, anunciou que havia perdido contato na tarde de segunda com uma de suas equipes de observadores posicionadas em Donetsk.
Esses observadores - um dinamarqu�s, um turco, um estoniano e um su��o - foram detidos em um posto de controle rebelde pouco antes da organiza��o perder contato com o grupo.
"Posso confirmar que um dinamarqu�s, enviado como membro da Miss�o Especial de Observa��o da OSCE, foi preso por separatistas armados na Ucr�nia, com tr�s outros observadores", confirmou o ministro dinamarqu�s do Com�rcio e do Desenvolvimento, Mogens Jensen, em um comunicado � AFP.
"Opera��o de puni��o"
A R�ssia intensificou as declara��es em favor de um cessar-fogo.
Em uma conversa por telefone com o chefe de Governo italiano, Matteo Renzi, o presidente russo, Vladimir Putin, "ressaltou a necessidade de deter imediatamente a opera��o de puni��o do ex�rcito nas regi�es do sudeste e instaurar um di�logo pac�fico entre Kiev e os representantes das regi�es" separatistas do leste.
Pouco antes, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, tamb�m havia pedido o fim imediato da viol�ncia de todas as partes envolvidas na Ucr�nia.
E respondendo a uma quest�o sobre a retomada pelo Ex�rcito do aeroporto de Donetsk, o secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou sua "preocupa��o com a viol�ncia observada no leste do pa�s no �ltimo fim de semana", segundo seu porta-voz.
Ban "pede com insist�ncia que a restaura��o do controle do Estado sobre instala��es governamentais seja feita por meios exclusivamente pac�ficos", disse o porta-voz.
A maior a��o militar de Kiev desde o in�cio de uma opera��o contra os rebeldes separatistas, em meados de abril, foi conduzida no mesmo dia da confirma��o da vit�ria do bilion�rio Poroshenko na elei��o presidencial de domingo.
O quinto presidente eleito desde a independ�ncia da ex-rep�blica sovi�tica, em 1991, anunciou que suas prioridades ser�o devolver a seguran�a ao pa�s, ap�s seis meses de uma crise sem precedentes.
Poroshenko insistiu ainda que n�o negociaria com "terroristas" at� a entrega das armas, em uma refer�ncia aos rebeldes pr�-R�ssia.
Nesta ter�a, o presidente americano, Barack Obama, ligou para Petro Porochenko para parabeniz�-lo por sua vit�ria nas elei��es presidenciais, e informou que ele conta com o apoio total de Washington, segundo a Casa Branca.
"Obama enfatizou a import�ncia de realizar rapidamente as reformas necess�rias na Ucr�nia para unificar o pa�s e desenvolver a economia", indicou a Presid�ncia americana.
"Ambos os dirigentes concordaram em continuar com o di�logo durante a pr�xima viagem do presidente americano � Europa", acrescentou.