O Papa Francisco insiste que sua preocupa��o com os pobres e sua cr�tica ao sistema econ�mico global n�o � uma novidade, inspirada na ideologia comunista, mas o n�cleo e a caracter�stica central da f� crist�. Alguns conservadores norte-americanos estigmatizaram o primeiro papa latino-americano como um marxista, por suas cr�ticas frequentes ao consumismo e foco em uma igreja "que � pobre e para os pobres".
Mas em uma entrevista contida em um novo livro que ser� lan�ado esta semana, Francisco explica que sua mensagem est� enraizada no Evangelho e j� ecoa por meio dos Padres da Igreja, desde primeiros s�culos do cristianismo. "O Evangelho n�o condena os ricos, mas a idolatria � riqueza, a idolatria que faz as pessoas indiferentes ao apelo dos pobres", disse Francisco em um trecho de "Esta Economia Mata", um estudo dos ensinamentos econ�micos e sociais do papa.
Especificamente, Francisco resumiu um vers�culo do Evangelho de Mateus, que � a declara��o de miss�o essencial do seu pontificado: "Eu estava com fome, eu estava com sede, eu estava na pris�o, eu estava doente, eu estava nu, e me ajudaste, me vestiste, me visitaste, cuidaste de mim". "Cuidar do pr�ximo, daquele que � pobre, que sofre no corpo e na alma, daquele que est� em necessidade, esta � a medida. Isso � pauperismo? N�o, isso � Evangelho."
Ele citou padres da Igreja, como S�o Ambr�sio e S�o Jo�o Cris�stomo, que expressaram as mesmas preocupa��es, e observou, com certa ironia, que se ele tivesse dito o mesmo "alguns me acusariam de dar uma homilia marxista". "Como podemos ver, essa preocupa��o com os pobres est� no Evangelho, est� dentro da tradi��o da Igreja, n�o � uma inven��o do comunismo e n�o deve ser transformada em alguma ideologia, como j� aconteceu antes no curso da hist�ria", disse, em uma aparente refer�ncia � Teologia da Liberta��o, de inspira��o latino-americana.
O livro "Esta Economia Mata", de dois jornalistas experientes do Vaticano, ser� lan�ado esta semana, em italiano.