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Estado de Minas

Os her�is an�nimos que enfrentaram os jihadistas nos ataques em Paris


postado em 11/01/2015 15:52

O gerente de uma gr�fica que protege sua funcion�ria dos jihadistas, um mu�ulmano que escondeu judeus em um supermercado kasher, um policial executado ap�s atender ao chamado do ataque na sede do Charlie Hebdo, onde 12 pessoas morreram.

Estes foram os her�is an�nimos que enfrentaram esta semana os terroristas autores dos ataques na regi�o parisiense.

Lilian escondida

Na sexta-feira, �s 09H30, Cherif e Said Kouachi, os dois homens mais procurados da Fran�a, invadem a gr�fica de Dammartin-en-Go�le, 40 km a nordeste de Paris.

No primeiro andar, o gerente da pequena empresa Michel Catalano, de 47 anos, os v� chegar. "N�o sabia que eram eles, mas vi o [fuzil] kalashnikov e um lan�a-foguete", contou, comovido, � AFP.

Imediatamente, sai para procurar seu desenhista gr�fico, Lilian Lep�re, de 26 anos, "para dizer que se esconda". O jovem se refugia, escondido debaixo da pia do refeit�rio.

"Estavam subindo a escada quando fui encar�-los. Tentei falar com eles para ganhar tempo, para que Lilian tivesse tempo de se esconder", relatou Michel, que busca as palavras com dificuldade.

"Cheguei, inclusive, a oferecer um caf� a eles. Vi que um deles estava ferido no pesco�o e me ofereci para ajud�-lo", prosseguiu. Segundo ele, tinha uma �nica coisa em mente.

"Pensava em Lilian, em que n�o consigam encontr�-lo", prosseguiu.

Os irm�os Kouachi, que n�o queriam fazer ref�ns, acabam deixando Michel Catalano sair. Lilian Lep�re nunca chegou a ser descoberto pelos jihadistas. Por mensagem de SMS, ele passou informa��es cruciais �s for�as de elite da gendarmeria, que mataram os jihadistas na a��o, por volta das 17H00 locais (cerca de 14H00 de Bras�lia).

"Eu n�o sou um her�i", comentou Michel Catalano, que disse ser "assediado pela imprensa" e cujo ato de coragem foi saudado de forma un�nime na Fran�a. Mas n�o foi um caso �nico nos tr�s dias de atentados que deixaram a Fran�a em estado de como��o.

Somos irm�os

No supermercado kasher de Paris, um funcion�rio de origem malinesa e mu�ulmano praticante, Lassana Bathily, ajudou na sexta-feira os clientes assustados a se esconder dentro da c�mara frigor�fica.

Pouco antes das 13H00 (locais, 11H00 de Bras�lia), Amedy Coulibaly, um ex-delinquente convertido na pris�o ao Isl� radical, e que agiu em coordena��o com os irm�os Kouachi, invadia e abria fogo com uma kalashnikov contra funcion�rios e clientes.

Um grupo de pessoas, inclusive uma crian�a pequena, se precipita pela escadaria situada ao fundo da loja para se esconder na c�mara frigor�fica.

Lassana Bathily, de 24 anos, abre a porta para eles, segundo seu pr�prio testemunho em entrevistas a v�rios canais de televis�o.

"Ouvi tiros. Depois, vi meu colega e clientes descendo as escadas e disse a eles: venham por aqui! Eu os fiz entrar na c�mara!".

Lassana Bathily tomou o cuidado de desligar o sistema de refrigera��o e depois prop�e fugir pelo elevador de carga, mas ningu�m se anima a correr o risco. Ent�o, ele foge sozinho, enquanto os outros acabam sendo descobertos.

"Fiz todos os mapas" do mercado aos policiais para ajud�-los a preparar a invas�o, explicou.

"Somos irm�os. N�o � uma quest�o de judeus, crist�os ou mu�ulmanos. Estamos todos no mesmo barco, temos que nos ajudar para sair desta crise", disse o jovem. O presidente franc�s, Fran�ois Hollande, ligou para ele neste domingo para cumpriment�-lo.

"Sou Ahmed"

A s�rie de atentados come�ou na quarta-feira, quando Said e Cherif Kouachi, vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis autom�ticos, abriram fogo na reda��o do jornal sat�rico Charlie Hebdo, em Paris, em plena reuni�o de pauta, aos gritos de "Allahu Akbar" (Al� � grande, em �rabe).

Entre os primeiros policiais que foram ao local, Ahmed Merabet � ferido e, em seguida, friamente executado com disparo � queima-roupa em uma avenida pr�xima.

Seu irm�o, Malek Merabet ouve a voz de Ahmed, ca�do no ch�o, implorando por sua vida, aos jihadistas, uma cena que correu o mundo em um v�deo publicado por v�rios ve�culos. "Eu o escuto o tempo todo".

Segundo sua fam�lia, de origem argelina, Ahmed Merabet era muito trabalhador e queria subir na vida.

Ap�s trabalhar em uma loja da rede de lanchonetes MacDonald's, na SNCF (rede ferrovi�ria estatal) e no aeroporto Charles De Gaulle, entrou tardiamente na pol�cia, antes de "cair pela Rep�blica", nas palavras do presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone.

Para homenage�-lo, internautas e manifestantes criaram o slogan "Eu sou Ahmed", uma forma de lembrar que v�rias v�timas dos ataques eram origin�rias do Magreb.


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