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Estado de Minas

Promotor argentino � sepultado em meio ao mist�rio sobre sua morte


postado em 29/01/2015 19:16

O promotor Alberto Nisman foi sepultado nesta quinta-feira em um cemit�rio judaico na Argentina, aplaudido como her�i por aqueles que o consideram v�tima do governo de Cristina Kirchner e criticado por outros, que viram em sua den�ncia e sua morte um compl� desestabilizador.

Com aplausos e gritos de justi�a, centenas de pessoas se despediram do promotor no cortejo f�nebre em Belgrano, norte de Buenos Aires. Seu corpo foi recebido com bandeiras e mensagens que o classificavam de "patriota", "g�nio" e "her�i" no cemit�rio judaico de La Tablada, 20 km a oeste da capital.

Cristina Paredes, uma vizinha do cemit�rio de La Tablada de 53 anos, expressou sua certeza de que o promotor foi v�tima de "uma injusti�a muito grande".

"Estava amea�ado. Esta � a gota que transbordou o copo", disse � AFP Paredes, que se identificou como opositora ao governo de Kirchner.

Antes da chegada do corpo, a deputada Patricia Bulrrich, do partido de direita PRO - advers�rio do kirchnerismo - defendeu a busca do di�logo e do consenso neste momento de profunda polariza��o pol�tica.

A morte, em 18 de janeiro, de Nisman, um judeu argentino de 51 anos, comoveu a Argentina.

Quatro dias antes, ele havia acusado a presidente Kirchner e o chanceler H�ctor Timerman de planejar o acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado contra a associa��o mutual judaica argentina AMIA, em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.

Em 19 de janeiro, Nisman era esperado com efervesc�ncia midi�tica no Congresso onde ia explicar sua den�ncia, mas sua morte, poucas horas antes, suscitou suspeitas e especula��es.

A m�e, a irm� e a ex-esposa de Nisman, a ju�za Sandra Arroyo Salgado, com quem teve suas duas filhas, de 7 e 15 anos, estiveram nesta quinta-feira acompanhadas de amigos e familiares.

Ap�s ler uma carta das filhas, Arroyo Salgado rejeitou a hip�tese do suic�dio do promotor ao dizer no funeral: "N�s que te conhecemos sabemos que esta n�o foi uma decis�o sua", noticiou o di�rio Clar�n.

"Papai, n�s, suas filhas, Iara e Kala, s� precis�vamos de voc�, de sua presen�a e de compartilhar bons momentos. Hoje nos despedimos, sabendo de sua dedica��o ao trabalho", escreveram as filhas em um obitu�rio publicado no di�rio La Naci�n.

Despedida coletiva

"Somos todos Nisman" e "A verdade n�o morre". Com esses lemas se despediram do promotor no cemit�rio onde uma forte opera��o policial supervisionou a entrada no lugar do enterro, a poucos metros de onde est�o enterradas as v�timas da AMIA.

Segundo um rito ortodoxo, os suicidas s�o sepultados em outra �rea, mas n�o foi assim para Nisman, confirmou a AFP no cemit�rio.

A dirig�ncia da comunidade judaica argentina, a maior da Am�rica Latina, com 300.000 integrantes, determinou parar as atividades de suas institui��es nesta quinta-feira, embora n�o tenha conseguido seu pedido de que o dia fosse de luto nacional.

Funcion�rios, dirigentes judeus e diplomatas se encontraram na quarta-feira no vel�rio, entre eles o embaixador dos Estados Unidos, Noah Mamet, rec�m-chegado � Argentina.

Telegramas diplom�ticos revelados pelo WikiLeaks em 2010 expuseram os la�os do promotor com Washington e suas ass�duas visitas � embaixada americana.

"Foi morto ou fizeram com que se matasse. N�o lhes convinha que falasse", disse Norberto G�mez, um homem de 75 anos que discutia com seu irm�o, Federico, fora do cemit�rio, convencido de que o promotor havia tirado a vida; um vivo reflexo da divis�o do pa�s.

Her�i ou vil�o?

Designado em 2004 durante o mandato do ex-presidente N�stor Kirchner (2003-2007) promotor especial para esclarecer o atentado, Nisman sempre se inclinou pela suspeita de os iranianos serem coautores do ataque de 1994.

Em 2006, ele acusou Teer� de planejar o atentado e ao grupo armado liban�s Hezbollah de executar a explos�o, e pediu a captura de v�rios altos ex-funcion�rios iranianos.

Pr�ximo ao promotor no caso AMIA colaborava Antonio Stiuso, conhecido como "Jaime", ex-diretor de opera��es da Secretaria de Intelig�ncia (SI) deslocado no �ltimo dezembro.

Nisman baseou suas acusa��es quase exclusivamente em escutas telef�nicas, como ocorreu em sua �ltima den�ncia que envolve Kirchner que foi considerada inconsistente por juristas.

Com dez policiais encarregados de sua seguran�a, vivia em um luxuoso apartamento em Puerto Madero, uma exclusiva zona portu�ria de Buenos Aires.

Diego Lagomarsino, um t�cnico de inform�tica de 35 anos e homem de confian�a de Nisman, reconheceu ter lhe emprestado, na v�spera de sua morte, uma arma calibre 22 que acabou com sua vida.

Nisman foi encontrado morto com um tiro na t�mpora em sua casa. Per�cias preliminares apontam suic�dio, mas a maioria dos argentinos acreditam que ele foi induzido a tirar a vida ou assassinado.


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