Cairo, 04 - A mais nova execu��o divulgada pelo grupo extremista Estado Isl�mico, que queimou vivo um piloto da For�a A�rea Jordaniana, causou revolta entre l�deres e pol�ticos mu�ulmanos do Oriente M�dio esta quarta-feira.
O diretor da faculdade isl�mica sunita mais respeitada, a Universidade Al-Azhar, no Egito, afirmou que os militantes merecem a pena de morte prevista no Cor�o por serem inimigos de Deus e do profeta Maom�. "O Isl� pro�be tirar a vida de um inocente", afirma Ahmed Al-Tayeb, acrescentando que a imola��o do piloto Muath Al-Kaseasbeh � contra as regras da religi�o, mesmo em tempos de guerra.
A aplica��o da pena de morte � comum no Oriente M�dio mu�ulmano, sendo o enforcamento um dos m�todos mais usados. A decapita��o � rotineiramente utilizada na Ar�bia Saudita, enquanto no Ir� e no Paquist�o, penas de apedrejamento, apesar de pouco utilizadas, est�o previstas no c�digo penal.
A imola��o, entretanto, � um puni��o incomum. Segundo o cl�rigo saudita Sheik Salman Al-Oudah, a puni��o � proibida pelo Isl�, uma vez que o pr�prio profeta Maom� afirmou que apenas Deus tem o direito de aplic�-la.
Youssef Al-Qaradawi, cl�rigo proeminente e respeitado pela Irmandade Mu�ulmana e outros islamistas, divulgou um documento de cinco p�ginas esta quarta-feira com cita��es do Cor�o em que mostra que n�o se deve tratar mau prisioneiros de guerra.
"A frouxid�o da comunidade internacional em tratar com um presidente que mata seu povo (...) � o que criou esses grupos extremistas e deu a eles um ambiente f�rtil", disse, em alus�o ao presidente s�rio Bashar Assad.
Certos te�logos disputam essa vis�o. Hussein Bin Mahmoud, que � ligado ao Estado Isl�mico, afirmou via redes sociais que dois dos sucessores do profeta Maom� aprovavam a imola��o como pena para renegados �rabes no s�culo VII. J� o estudioso Bin Mahmoud escreveu que o livro sagrado dos mu�ulmanos os permite retribuir as ofensas feitas pelos inimigos na mesma moeda. Uma vez que os ataques a�reos pelo Ocidente "queima" os mu�ulmanos, ele argumenta, o Estado Isl�mico pode fazer o mesmo.
Essa interpreta��o, entretanto, n�o � aceita pela maioria dos mu�ulmanos. L�deres e representantes de pa�ses mu�ulmanos como os Emirados �rabes Unidos, a Jord�nia, o Catar e a Turquia, assim como de organiza��es isl�micas como a Coopera��o Isl�mica condenaram o ocorrido. O Ir�, que ajuda tanto o Iraque quanto a S�ria na luta contra o Estado Isl�mico, afirmou que o incidente foi um ato "desumano" que violou os c�digos do Isl�, de acordo com um comunicado do porta-voz do minist�rio de Rela��es Exteriores, Marziyeh Afkham.
"Quantos (...) foram as pessoas assassinada pelo Estado Isl�mico e seus irm�os?", perguntava um artigo no jornal liban�s Assafir. "Quantos Al-Kaseasbehs s�rios morreram nos �ltimos quatro dias (...) sem que isso chegassem �s manchetes dos jornais?" Fonte: Associated Press.
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Morte de piloto jordaniano gera revolta no mundo isl�mico
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