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Estado de Minas

Agress�o a premi� s�rvio ofusca cerim�nia pelos 20 anos do massacre em Srebrenica


postado em 11/07/2015 17:40

A presid�ncia b�snia condenou com firmeza o incidente em que pedras foram jogadas contra o primeiro-ministro s�rvio Aleksandar Vucic durante a cerim�nia de recorda��o pelo 20� anivers�rio do massacre de Srebrenica, depois do pedido de condena��o p�blica por parte de Belgrado.

A presid�ncia tripartite b�snia "condena nos termos mais firmes e lamenta profundamente o ataque de hoje", afirma o comunicado divulgado ap�s o incidente.

O minist�rio s�rvio das Rela��es Exteriores tamb�m exigiu das autoridades de Sarajevo que condenem publicamente o que chamou de tentativa de assassinar o primeiro-ministro Vucic.

"Esperamos que as autoridades da B�snia condenem publicamente a tentativa de assassinar o primeiro-ministro s�rvio", afirma o minist�rio em uma nota de protesto entregue ao minist�rio b�snio das Rela��es Exteriores.

Milhares de pessoas recordaram neste s�bado, na localidade b�snia de Srebrenica, o 20� anivers�rio do massacre de 8.000 mu�ulmanos pelas for�as s�rvio-b�snias, em uma cerim�nia ofuscada pelo ataque com pedras ao primeiro-ministro s�rvio, que teve que abandonar o memorial.

Aleksandar Vucic, um ex-ultranacionalista que se converteu em pr�-europeu convicto, acabava de depositar flores diante do monumento com os nomes das mais de 6.200 v�timas identificadas e enterradas no memorial, quando a multid�o come�ou a gritar 'Al� Akbar' (Deus � grande) e a atirar pedras em sua dire��o.

Cercado pelos seguran�as, Vucic conseguiu deixar o local, depois que uma pedra o atingiu na cabe�a, enquanto os organizadores do evento pediam calma nos alto-falantes.

Em Belgrado, o ministro das Rela��es Exteriores da S�rvia considerou o incidente um "ataque" ao pa�s.

"O primeiro-ministro se comportou como homem de Estado ao decidir comparecer e inclinar-se ante as v�timas. � um ataque n�o apenas contra Vucic, e sim contra toda a S�rvia e sua pol�tica de paz e de coopera��o regional", afirma Ivica Dacic em um comunicado.

Vucic, no entanto, disse que sua m�o permanece estendida para a reconcilia��o.

"Lamento o que aconteceu hoje e lamento que alguns n�o tenham reconhecido nossa inten��o sincera de construir uma amizade sincera entre s�rvios e mu�ulmanos. Minha m�o segue estendida e prosseguirei minha pol�tica de reconcilia��o", declarou Vucic.

Vucic, sem um ferimento vis�vel, disse que uma pedra o atingiu no l�bio inferior, mas minimizou a agress�o e disse que "n�o foi nada".

Ap�s o incidente, em um ambiente repleto de emo��o e de dor, os restos mortais de 136 v�timas recentemente identificadas do massacre de 11 de julho de 1995 foram sepultados.

Um total de 6.241 corpos identificados est�o enterrados no memorial e outros 230 em v�rios cemit�rios.

"Vucic veio nos ver para pedir perd�o, mostrar que tem cora��o, e agora n�s vamos ser considerados selvagens", lamentou uma mulher, que pediu anonimato.

O prefeito de Srbrenica tamb�m criticou o ataque ao dirigente s�rvio.

"Isto � obra de doentes mentais que abusaram deste evento digno. Vucic estendeu a m�o hoje a Munira Subasic, a presidente da Associa��o de M�es de Srebrenica", disse Camil Durakovic, que pretende telefonar ao premier s�rvio para pedir desculpas.

Crime monstruoso

Antes de viajar a Srebrenica, Vucic publicou neste s�bado uma carta aberta na qual definiu a matan�a como um "crime monstruoso".

"N�o h� palavras para expressar a tristeza e a dor pelas v�timas, nem a revolta contra os que cometeram este crime monstruoso", escreveu Vucic, sem utilizar a palavra "genoc�dio".

Em julho de 1995, em uma regi�o declarada "zona protegida" pela ONU, quase 8.000 adolescentes e homens mu�ulmanos foram assassinados pelas for�as s�rvio-b�snias em Srebrenica, no maior massacre registrado na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Begajeta Salihovic, de 51 anos, enterrou o pai.

"Quando fiquei sabendo que haviam encontrado os restos mortais, tive a impress�o de que acabara de morrer", disse a mulher, que tamb�m perdeu um irm�o no massacre.

Outros dois irm�os, mortos no in�cio do conflito b�snio, nunca tiveram os corpos localizados.

A guerra entre comunidades da B�snia (1992-1995) deixou 100.000 mortos e dois milh�es de refugiados, o que representa quase metade da popula��o da �poca.

Em Washington, o presidente americano Barack Obama denunciou o "genoc�dio de Srebrenica", afirmando que seu pa�s continua comprometido em "ajudar os s�cios nos B�lc�s a curar as feridas do passado".

Muitas autoridades internacionais estiveram presentes em Srebrenica, entre elas o ex-presidente americano Bill Clinton, cujo governo foi o idealizador dos acordos de paz de Dayton que acabaram com o conflito.

A B�snia respeita neste s�bado um luto nacional em todo o seu territ�rio, dividido ap�s o conflito em duas entidades: uma s�rvia - a Republika Srpska (RS) - e a outra croata-mu�ulmana, unidas por fr�geis institui��es centrais.

Veto russo na ONU

O massacre ainda provoca debate no cen�rio pol�tico internacional e envenena as rela��es entre S�rvia e B�snia.

Na quarta-feira, a R�ssia vetou um projeto de resolu��o da ONU sobre Srebrenica, uma decis�o comemorada por Belgrado e criticada pelas fam�lias das v�timas por "impossibilitar a reconcilia��o".

Os l�deres pol�tico e militar dos s�rvios na B�snia, Radovan Karadzic e Ratko Mladic, respectivamente, foram acusados de planejar o massacre e s�o julgados atualmente por genoc�dio no Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugosl�via.

Em 2001, um comandante s�rvio-b�snio, Radislav Krstic, foi o primeiro condenado por um genoc�dio na Europa. Depois vieram outras quatro condena��es.

Vinte anos depois do massacre, a B�snia, um dos pa�ses mais pobres da Europa, com 3,8 milh�es de habitantes, segue dividida entre comunidades e permanece no fim da fila dos pa�ses candidatos a entrar para a Uni�o Europeia.

As principais comunidades, mu�ulmanos (40%), s�rvios (30%, crist�os ortodoxos) e croatas (10%, crist�os cat�licos), n�o conseguem esconder a hostilidade.


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