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Estado de Minas

Padre polon�s denuncia que a Igreja cat�lica 'mata psicologicamente' os gays

"A Igreja mata os gays com sua nega��o, com seu desprezo", diz o padre que escandalizou o Vaticano ao anunciar sua homossexualidade


postado em 12/11/2015 10:05 / atualizado em 12/11/2015 10:10

Movimento Gay italiano em protesto no Vaticano, em 2012(foto: AFP PHOTO / VINCENZO PINTO)
Movimento Gay italiano em protesto no Vaticano, em 2012 (foto: AFP PHOTO / VINCENZO PINTO)
Krzysztof Charamsa, o padre polon�s que escandalizou o Vaticano ao anunciar sua homossexualidade, escreveu um manifesto de defesa dos gays com dez mandamentos dirigidos � Igreja cat�lica para que abandone a persegui��o contra este grupo de pessoas.

"N�o � como o caso do Estado Isl�mico que persegue pessoas homossexuais, matando-as. A Igreja cat�lica n�o mata as pessoas, mas as mata psicologicamente", afirma segura Charamsa em entrevista � AFP. "A Igreja mata os gays com sua posi��o retr�grada, com sua nega��o, com seu desprezo e com os cont�nuos ensinamentos contra os homossexuais", explica.

Em Barcelona, onde reside agora com seu companheiro, Charamsa exp�e os detalhes deste "Novo manifesto de liberta��o gay" entregue com exclusividade � AFP.


Depois de revelar publicamente sua homossexualidade, o antigo funcion�rio do Vaticano e te�logo de 43 anos foi suspenso pela confer�ncia episcopal da Pol�nia e j� n�o pode oficiar missas ou usar batina.


C�mplice do terror antigay


Seu manifesto � "um apelo � Igreja cat�lica, uma esp�cie de novos Dez Mandamentos a serem aplicados nesse �mbito", explica.


No texto, ele pede ao Vaticano que anule os documentos ofensivo no ensino cat�lico sobre as pessoas homossexuais, revise a interpreta��o eclesial dos textos b�blicos em rela��o a esta mat�ria e admita homossexuais no sacerd�cio.


Da mesma maneira, prop�e iniciar um di�logo com as religi�es evang�lica e anglicana, mais avan�adas no reconhecimento dos direitos homossexuais, e exige desculpas do Vaticano "por suas omiss�es e sil�ncios, suas persegui��es e crimes realizados contra os homossexuais ao longo dos s�culos".


Atualmente, a doutrina cat�lica assinala que as rela��es homossexuais "s�o intrinsicamente desordenadas" e "contr�rias � lei natural". Ele pede "respeito e compaix�o" para essas pessoas, mas exige delas castidade.


"Estes textos devem ser julgados como ideol�gicos, ou seja, que Terra � plana e n�o se move". "Est�o mais pr�ximos das posi��es do fundamentalismo isl�mico do que da raz�o", acusa Charamsa.


A postura se baseia em pequenos trechos da B�blia que, em sua opini�o, n�o condenam explicitamente a homossexualidade e devem ser visto "no contexto hist�rico e cultural de sua �poca". "H� s�culos us�vamos a B�blia para defender a escravid�o", recorda.


Em seu manifesto, tamb�m exige da Igreja que n�o critique a legaliza��o do casamento homossexual em alguns pa�ses, enquanto que n�o condena a puni��o da homossexualidade em dezenas de pa�ses do mundo.


"A Igreja cat�lica se alegra, est� contente com esses casos de persegui��o e penaliza��o porque a penaliza��o da homossexualidade � uma confirma��o legal de seu ensinamento sobre a homossexualidade", explica. "At� que rejeite e condene abertamente esta penaliza��o, a Igreja � c�mplice do terror anti-homossexual".


Sentimento de paz


J� tem um m�s que Charamsa veio a p�bico anunciar sua homossexualidade, com uma explosiva coletiva de imprensa em Roma, um dia antes do in�cio do s�nodo sobre a fam�lia no Vaticano. Agora ele vive no bairro gay de Barcelona e n�o se arrepende de sua decis�o. Ele diz sentir-se liberto e em paz. "Agora me sinto um gay melhor e mais sacerdote do que antes", afirma, com um largo sorriso.


Por ora, n�o tem trabalho, a n�o ser dar entrevistas para in�meros meios de comunica��o. "Com 43 anos, n�o � f�cil encontrar algo", admite. Sua inten��o � retomar o ensino universit�rio - ele era professor de teologia em Roma - e escrever um livro sobre sua experi�ncia como homossexual dentro do Vaticano.


Para ele, seu caso � um exemplo da "elimina��o e persegui��o de gays dentro da Igreja". Por isso, exige que seja anulada a instru��o do papa Bento XVI, em 2005, que obriga os padres homossexuais a n�o reconhecer publicamente sua orienta��o sexual.


"Ante esta instru��o, todos os padres homossexuais t�m a obriga��o moral de sair do arm�rio para mostrar ao Vaticano que existimos e somos bons padres", garante. E acrescenta: se tiver que expulsar todos os padres gays, � prov�vel que a Igreja fique bastante vazia.


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