"Avisaram que havia um 'plano branco'", isto �, uma s�rie de medidas especiais para enfrentar a situa��o excepcional, que exige maior quantidade de funcion�rios e materiais do hospital, acrescenta. Este plano foi decretado para lidar com a chegada massiva de v�timas dos atentados que deixaram ao menos 128 mortos e 250 feridos em Paris e arredores.
No servi�o de emerg�ncia, havia "muita, muita gente", conta Tournon, incluindo volunt�rios. Os m�dicos da emerg�ncia atendem aos feridos, que chegam por grupos. Trata-se, principalmente, de ferimentos a bala, durante os atentados ao restaurante parisiense Le Petit Cambodge e � casa de shows Bataclan, "uns quarenta" no total, explica.
A maioria apresentava "feridas nos membros, estilha�os de granadas". "Foi uma verdadeira medicina de guerra". Houve casos sem esperan�a. "N�o creio que tenham chegado os casos mais graves, mas houve erros de orienta��o" dos pacientes nos distintos servi�os, lamenta, j� que o Saint-Antoine n�o � especializado no tratamento de politraumatismos, ao contr�rio de outros hospitais franceses.
"De fato, n�o estamos preparados, mas estamos organizados", disse. Com seus m�dicos internos, Tournon atendeu pessoalmente "sete ou oito pacientes" durante toda a noite, at� cinco da manh�. N�o se deixou levar pela emo��o diante ao horror da situa��o: "� um momento um pouco particular quando voc� se concentra em seu trabalho. Senti um pouco de p�nico, mas se controla. Em meio � a��o, voc� esquece".
"Foi um dos poucos momentos em que, estranhamente, n�o senti estresse", prosseguiu. No que diz respeito a seus companheiros de trabalho, ningu�m estava abatido, mas "alguns ficaram mais afetados que outros". Nas situa��es de crise, quando h� bastante pessoal, os hospitais conseguem ir em frente, destaca.
"Os casos de emerg�ncia est�o relativamente bem organizados diante da situa��o de exce��o em que se encontram", acrescentou. "O que nos perturba s�o as liga��es de parentes e amigos", disse. Como de costume, as pessoas pr�ximas (�s v�timas) nos marcam profundamente", contou. "Pode ser um ente querido com uma bala na cabe�a, no peito, no t�rax (...) Criam um estresse ainda maior em n�s".
Sem dizer abertamente, deixa transparecer sua emo��o quando fala de uma jovem, cujo companheiro provavelmente esteja morto. "Sua fam�lia veio me ver: 'o que fazemos com ela agora?'", perguntou.