A linha diplom�tica sobre a S�ria, reduto do grupo jihadista Estado Isl�mico (EI), mudou durante o G20 de Antalya, onde os l�deres mundiais, abalados pelos atentados de Paris, uniram-se para destruir o EI, a "face do mal", nas palavras de Barack Obama.
"Estamos unidos contra essa amea�a", declarou o presidente dos Estados Unidos � imprensa. O EI "� a face do mal. O nosso objetivo (...) � reduzir e destruir esta organiza��o b�rbara".
Ao longo do encontro de dois dias nesta localidade no sul da Turquia, transformada em campo fortificado, os chefes de Estado e de Governo n�o pouparam os insultos ao EI, "adoradores da morte" para David Cameron, que prosperam no solo s�rio.
Os ataques de sexta-feira na Fran�a provocaram uma avalanche de declara��es de apoio. "O mundo inteiro sente que isso pode acontecer em qualquer lugar", considerou o chanceler franc�s, Laurent Fabius, que representou o presidente Fran�ois Hollande.
Concretamente, o G20 n�o adotou qualquer decis�o revolucion�ria. Apelou, em particular, seus membros a refor�ar a sua coopera��o para limitar a liberdade de circula��o de terroristas, para lutar contra a propaganda na internet, aumentar a supervis�o do financiamento do terrorismo ou refor�ar a seguran�a a�rea.
Mas o que foi discuto nos bastidores foi, provavelmente, muito mais importante. Reunidos em um mesmo local, os l�deres foram capazes de multiplicar os encontros bilaterais ou multilaterais.
Bashar al-Assad
Poucas horas depois dos avan�os diplom�ticos de Viena, onde os negociadores chegaram a um acordo sobre um calend�rio para a transi��o pol�tica na S�ria, os chefes de Estado tentaram ir mais longe.
Dois dias depois que os atentados de Paris reivindicados pelo grupo Estado Isl�micos tornaram mais urgente avan�ar para uma solu��o do conflito s�rio, Obama e Putin mantiveram uma inesperada reuni�o bilateral informal, a primeira desde o in�cio, h� um m�s, da interven��o russa para apoiar o regime do presidente s�rio, Bashar al-Assad.
Os dois l�deres pediram na c�pula de Antalya uma "transi��o pol�tica dirigida por s�rios, precedida de negocia��es sob media��o das Na��es Unidas", assim como a negocia��o de um cessar-fogo.
Este encontro foi considerado construtivo pelas comitivas dos dois l�deres.
"Finalmente registramos progressos modestos na frente diplom�tica", comentou Barack Obama em refer�ncia aos avan�os registrados em Viena.
Ao mesmo tempo, os dirigentes americano, brit�nico, alem�o, franc�s e italiano se reuniram nesta segunda-feira para discutir mais profundamente a crise na S�ria. "Os l�deres ressaltam a urg�ncia de continuar a refor�ar a a��o" contra o EI, de acordo com um respons�vel da Casa Branca.
Obama se somou aos apelos de v�rios pa�ses europeus, ao defender que n�o se deve fechar as portas aos refugiados por medo de atentados terroristas.
"As pessoas que fogem da S�ria s�o as mais afetadas pelo terrorismo, as mais vulner�veis", disse o americano, pedindo para "evitar assimilar o tema dos refugiados com o tema do terrorismo".
A chanceler alem�, Angela Merkel, cujo pa�s receber� este ano quase um milh�o de refugiados, anunciou a realiza��o de uma confer�ncia humanit�ria sobre migrantes s�rios em fevereiro, em Londres.
Mas apesar da harmonia e empatia exibidas, o comunicado do G20 sobre o terrorismo permaneceu muito geral e n�o citou nomeadamente o EI. Acima de tudo, a divis�o entre o Ocidente e a R�ssia sobre o destino de Bashar al-Assad parece n�o ter diminu�do.
O presidente s�rio recebe apoio incondicional de Moscou, e Putin viu nos ataques em Paris a confirma��o da necessidade de n�o fazer de sua partida um pr�-requisito para qualquer grande a��o internacional, como exigido pelos Estados Unidos, Europa e pa�ses �rabes.
"� essencial" formar uma coaliz�o internacional antiterrorista, declarou Putin a jornalistas. "Eu falei sobre isso durante a Assembleia das Na��es Unidas em seu 70� anivers�rio. Eu falei exatamente isso e os tr�gicos acontecimentos que se seguiram confirmaram que est�vamos no caminho certo", acrescentou.
"A Fran�a foi um dos pa�ses que adotaram uma postura muito dura em rela��o ao destino do presidente Assad. Ouvimos o tempo todo dos nossos amigos franceses que a resolu��o da quest�o da sa�da do presidente Assad deveria ser uma condi��o pr�via para mudan�as pol�ticas", disse Putin.
"Mas ser� que isso protegeu Paris de um ataque terrorista? N�o", tachou o presidente russo, que pediu implicitamente para Paris reconsiderar a sua intransig�ncia.
Sinal da vontade francesa de modificar a situa��o, Francois Hollande anunciou que ir� se encontrar "nos pr�ximos dias com o presidente Obama e o presidente Putin para unir for�as e alcan�ar um resultado".