Centenas de prefeitos, astros do cinema, como Robert Redford e Leonardo di Caprio, e in�meras ONGs uniram-se nesta sexta-feira em Paris que as negocia��es sobre o clima n�o fiquem encalhadas em trabalhosas quest�es sem�nticas.
"Somos capazes de encarar mudan�as maiores se trabalharmos juntos", falou di Caprio para uma plateia reunida na prefeitura de Paris.
Londres, Madri, Sydney, Rio de Janeiro, Bamako, Seul, Bruxelas, Estocolmo ou Chicago - cidades dos cinco continentes estiveram presentes nesta reuni�o de inst�ncias locais, na qual se comprometeram que suas cidades, onde vivem 600 milh�es de pessoas, funcionem at� 2050 com 1005 de energias renov�veis.
Em Le Bourget, ao norte da capital francesa, os 195 pa�ses elaboravam um documento que aumenta e diminui como um acorde�o, segundo os colchetes que iam sendo colocados ou retirados como reflexo de interesses geopol�ticos e econ�micos nos quais est�o sendo jogados nada menos que o futuro do planeta.
O tempo, no entanto, � curto, j� que neste s�bado ao meio-dia (9h de Bras�lia) devem submeter um projeto aos ministros que durante a pr�xima semana v�o tentar dar um contorno definitivo a um acordo que pretende limitar o aquecimento global a um m�ximo de 2�C em rela��o aos n�veis pr�-industriais.
- Linhas de fratura -
As linhas de fratura s�o as tradicionais: o financiamento, o car�ter vinculante de um acordo e seus mecanismos de verifica��o.
A quest�o do financiamento op�e os pa�ses do norte industrializado, os maiores emissores hist�ricos de gases de efeito estufa, aos do sul, os principais afetados pelo aquecimento global.
Em 2009, os industrializados se comprometeram a mobilizar a partir de 2020 fundos p�blicos e privados para constituir um total de 100 bilh�es de d�lares anuais a partir de 2020 para apoiar os esfor�os de adapta��o dos pa�ses pobres.
Mas a proced�ncia e a atribui��o desses fundos s�o at� o momento coisas pouco claras ou objeto de controv�rsias.
O pr�prio secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, tomou as r�deas do assunto desde Nova York industrializados a "reconhecer a responsabilidade que lhes cabe".
- Refugiados clim�ticos -
O aquecimento global acentua a frequ�ncia e a intensidade de furac�es, secas e inunda��es e amea�a a exist�ncia de estados insulares do Pac�fico, por causa do aumento do n�vel do mar.
Por isso, v�rios especialistas recomendaram nesta sexta-feira aos negociadores de Paris que o acordo inclua a no��o de "refugiados clim�ticos".
Segundo o Observat�rio de Situa��es de Deslocamento Interno (IDMC), uma ONG norueguesa, uma m�dia de 26 milh�es de pessoas tiveram que deixar suas terras a cada ano entre 2008 e 2014 por causa de fen�menos clim�ticos ou meteorol�gicos extremos.
A confer�ncia do clima foi inaugurada oficialmente em 30 de novembro, na presen�a de 150 chefes de Estado e de governo, que buscam deixar para tr�s o fiasco da COP15 de 2009, em Copenhague.
A novidade em rela��o a Copenhague reside em um envolvimento direto das duas maiores economias e dos dois maiores poluidores do planeta - China e Estados Unidos - que apresentaram suas respectivas metas de redu��o de gases de efeito estufa.
Mas as contribui��es que cada pa�s se disse disposto a fazer se mostraram insuficientes para limitar o aquecimento global a 2�C, meta que os pa�ses amea�ados querem reduzir para 1,5�C.
"Os negociadores e os ministros t�m que estar � altura do impulso dado pelos chefes de estado e de governo. E at� agora, as contas n�o est�o fechando", disse nesta sexta-feira o ministro franc�s das Rela��es Exteriores e presidente da COP21, Laurent Fabius.
