O diretor de cinema italiano Ettore Scola, autor entre outros filmes de "Um dia muito especial" e "N�s que nos am�vamos tanto", faleceu nesta ter�a-feira em Roma, aos 84 anos - noticiou a imprensa italiana, citando fontes m�dicas.
Nascido em 10 de maio de 1931, em Trevico, perto de N�poles e criado em Roma, Ettore Scola era um dos �ltimos grandes mestres do cinema italiano, diretor de obras-primas com atores como Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Vittorio Gassman e Nino Manfredi.
Tamb�m foi um dos cineastas italianos mais ligados � Fran�a e a v�rios atores, como Michel Simon, Jean-Louis Trintignant, Serge Reggiani, Fanny Ardant e G�rard Depardieu. Quinze de seus filmes foram coprodu��es franco-italianas.
Scola � um cronista minucioso, apaixonado e ir�nico da sociedade italiana, dos sombrios anos do fascismo at� a crise de identidade dos primeiros anos do s�culo XXI.
O chefe de governo italiano, Matteo Renzi, expressou de imediato sua tristeza ap�s a morte deste "mestre dotado de uma capacidade incr�vel e aguda para ler a It�lia, sua sociedade e suas mudan�as".
Segundo ve�culos de imprensa italianos que citaram fontes m�dicas, o "maestro" deu entrada no servi�o de cirurgia card�aca da policl�nica de Roma, um dos maiores hospitais da capital italiana, onde estava em coma desde domingo.
Ettore Scola come�ou a escrever roteiros nos anos 1950, antes de passar para o outro lado da c�mera em 1964 com seu primeiro filme, "Fala-se de Mulheres", com a participa��o de Gassman, Mastroianni e Manfredi.
Um de seus filmes mais famosos foi "N�s que nos am�vamos tanto", em que Manfredi, Gassman e Stefano Satta Flores se apaixonam pela deslumbrante Stefania Sandrelli.
Tr�s anos depois, em 1977, dirige "Um dia muito especial", filme mais pol�tico e de grande sensibilidade, em que Marcello Mastroianni e Sophia Loren se descobrem em um amor incipiente, mas imposs�vel, tendo como pano de fundo o fascismo triunfante.
Com um filme anterior de Scola, "Ci�me � italiana" (1970), Mastroianni ganhou a Palma de melhor ator no Festival de Cannes.
Aos 16 anos, Ettore Scola come�ou a colaborar em uma revista sat�rica da �poca, "Marco Aurelio", primeiro como cartunista e, depois como jornalista que escrevia pequenos "quadros" da vida italiana. L� conheceu aquele que seria um de seus grandes amigos, Federico Fellini.
A partir de 1950 trabalha no cinema, escrevendo v�rios roteiros, entre eles "A marcha sobre Roma" (1962) e "Os monstros" (1963) para Dino Risi.
Ettore Scola estreia como diretor em 1964 e desenvolve temas que lhe s�o caros, como a amizade, de "N�s que nos am�vamos tanto" a "Macaroni" (1984); a fam�lia - s�rdida, em "Feios, sujos e malvados" (1976), Palma de Ouro em Cannes), ou burguesa, "A fam�lia" (1987) -; a ambi��o social, com "O terra�o" (1980), com frequ�ncia rodados em Roma, sua cidade de cora��o.
A Cidade Eterna � a protagonista de "Gente de Roma", sua pen�ltima obra, filmada em 2003, um passeio aparentemente sem rumo de �nibus para descobrir aspectos pouco conhecidos do povo.
Esquerdista convicto, ligado ao Partido Comunista de Enrico Berlinguer e, mais recentemente, ao Partido Democrata, o cineasta tamb�m explorou com brio a hist�ria revolucion�ria da Fran�a, em "La Nuit de Varennes" (1982).
Ettore Scola militou no Partido Comunista Italiano (PCI) e foi ministro da Cultura de um "gabinete sombra" formado em 1989 pelos dirigentes comunistas italianos.
Seu �ltimo filme "Que estranho chamar-se Federico - Scola conta Fellini" foi um nost�lgico document�rio sobre Fellini, lan�ado em 2013.
