Os atos racistas, antissemitas e islamof�bicos tiveram um forte aumento de 22% em 2015 na Fran�a, com um crescimento mais acentuado ap�s os ataques de janeiro e novembro no pa�s, principalmente contra os mu�ulmanos, aponta um relat�rio oficial.
No total, foram registradas no ano passado no pa�s 2.032 queixas relativas a atos e amea�as racistas, antissemitas e antimu�ulmanas, segundo dados divulgados pela Delega��o Interministerial de Luta contra o Racismo e o Antissemitismo (Dilcra).
Os atos antimu�ulmanos (429, incluindo 124 a��es e 305 amea�as) mais do que triplicaram. Quanto aos atos antissemitas, que haviam atingido um pico em 2014 em repercuss�o ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, ca�ram ligeiramente (- 5,3%), mas permanecem a um n�vel elevado (207 atos, 599 amea�as).
Este n�vel recorde de viol�ncia � "um desafio para toda a sociedade francesa", considerou o diretor da Dilcra, Gilles Clavreul.
Ele estima que o fato � em grande parte devido "� viol�ncia em resposta aos ataques jihadistas de janeiro e novembro" na Fran�a, uma vez que os atos e amea�as cometidos durante esses dois meses representam 58% do total registrado em todo o ano de 2015.
"Esse fato � preocupante, uma vez que � exatamente o que os terroristas buscam: criar fraturas no seio da nossa sociedade. Qualquer coisa que possa ferir e causar divis�es entra em seu esquema ideol�gico", acrescentou.
O aumento foi ainda mais acentuado ap�s os ataques em janeiro contra o jornal sat�rico Charlie Hebdo e a um mercado judeu, o que, segundo o relat�rio, pode ser explicado pela "desinibi��o de um viol�ncia que se via vingativa, punitiva".
A dimens�o mais "universal" dos ataques mortais de novembro, que fizeram quase 130 mortos em uma casa de shows, caf�s e um est�dio de futebol, pode ter "aberto os olhos da comunidade nacional, com o desejo de n�o cair na armadilha" da divis�o, acredita Dilcra.
Por sua vez, os atos racistas sem car�ter religioso aumentaram 18%, atingindo 797 den�ncias.
N�o foram fornecidos detalhes sobre as v�timas, por causa da proibi��o de estat�sticas �tnicas na Fran�a.
O relat�rio enfatiza que os n�meros publicados s�o "imperfeitos", uma vez que muitas v�timas temem denunciar.
Clavreul tamb�m observou "uma dispers�o dos atos em �reas rurais ou em cidades de m�dio porte, onde n�o havia o registro de incidentes semelhantes", estabelecendo um "paralelo com o crescimento da Frente Nacional (partido de extrema-direita) nestas �reas".
