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Estado de Minas

M�dicos usam 'medicina de guerra' nas v�timas de atentados de Bruxelas


postado em 23/03/2016 17:10

Corpos mutilados, membros dilacerados e ferros cravados na carne: os m�dicos que desde ter�a-feira tratam as v�timas dos ataques em Bruxelas enfrentam uma verdadeira "medicina de guerra".

"S�o ferimentos de guerra, membros arrancados, fraturas, traumatismo craniano, queimaduras", explica Jacques Creteur, chefe do setor de cuidados intensivos do hospital Erasme de Bruxelas, onde s�o tratados 16 v�timas dos ataques de ter�a-feira no aeroporto e metr� da capital belga.

"O mais dif�cil � que todos eles s�o v�timas inocentes", diz.

Tr�s pacientes lutavam nesta quarta-feira entre a vida e a morte neste hospital, um dos muitos que cuida das v�timas. O �ltimo balan�o oficial � de 31 mortos e 270 feridos, muitos deles gravemente.

"Tivemos pacientes que chegaram com membros mutilados, impactos de detritos ou estilha�os de vidro que voaram de uma bomba ou de objetos que explodiram", explica Creteur.

A consequ�ncia destas les�es � que, para salvar as v�timas, � preciso praticar uma medicina mais comum a um campo de batalha do que a uma cidade europeia como Bruxelas.

"Em muitos pacientes tivemos que aplicar o que chamamos de 'controle de danos', que pode significar uma primeira opera��o para parar uma hemorragia, ou, no caso de um membro completamente destru�do, uma opera��o para coloc�-lo simplesmente no lugar, nada mais", explica o m�dico.

Nos pacientes mais graves, tentar curar muitas les�es em uma �nica opera��o � muito arriscado, porque a perda de sangue ou complica��es podem colocar suas vidas em perigo.

Os m�dicos preferem estabilizar os pacientes neste primeiro momento de tratamento. "Trata-se de cirurgia de guerra, nas for�as armadas os m�dicos s�o especialistas em controle de danos", diz Creteur.

Para complicar ainda mais a situa��o, o efeito sobre o corpo humano de uma explos�o dessa magnitude pode ter consequ�ncias que n�o s�o detectadas no in�cio. Este � o caso da onda de choque, o que pode afetar o c�rebro, pulm�es ou intestinos.

Corrida contra o rel�gio

Encontrar as les�es � uma corrida contra o rel�gio para os m�dicos, que recorrem a exames de corpo inteiro para detectar danos antes que seja tarde demais.

Ao mesmo tempo, para as v�timas mais graves, sobreviver � apenas o primeiro passo, porque as consequ�ncias podem ser sentidas para toda a vida, dizem os m�dicos.

Em muitos casos, v�o precisar de anos fazendo reabilita��o. Adicionado a isso, h� o risco de depress�o e estresse p�s-traum�tico depois de viver um ataque, o que por vezes impede as v�timas de estar em um lugar com muitas pessoas ou entrar em um trem, por exemplo.

No hospital Erasme, os m�dicos j� receberam casos graves -como acidentes de carro, explos�es de g�s - mas nunca envolvendo tantas v�timas ao mesmo tempo, com todo o impacto emocional que isso implica.

Christian Melot, o chefe do setor de emerg�ncia do Erasme, explica um dos casos que mais o marcou: o de um homem jovem com ferimentos graves que chegou ao hospital.

Naquele dia, sua m�e lhe telefonou para dizer que havia ocorrido um ataque no aeroporto e que n�o pegasse o metr�. "E ele disse 'mas isso aconteceu em Zaventem, n�o tem nada a ver com o metr�'. Ent�o ele pegou o metr� e foi ferido na explos�o na esta��o de Maalbeek", relatou Melot.

"Um conjunto de circunst�ncias realmente incr�vel, mas infelizmente foi o que aconteceu", lamentou.


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