Seis pessoas foram detidas na noite desta quinta-feira pela pol�cia em uma s�rie de opera��es na capital belga, no �mbito das investiga��es sobre os atentados do in�cio da semana na capital belga, que deixaram 31 mortos, informou � AFP o Minist�rio P�blico federal.
Tr�s dos detidos foram interpelados "em frente � nossa porta, no minist�rio p�blico federal", em pleno centro de Bruxelas, informou um porta-voz do MP, Eric Van Der Sypt.
Outras duas pessoas foram detidas no territ�rio da capital belga e uma outra, em Jette, periferia de Bruxelas, segundo o porta-voz, que n�o forneceu nenhum detalhe sobre a identidade dos suspeitos.
"Ser� decidido amanh� se um mandato de pris�o ser� expedido contra estas pessoas", acrescentou.
Opera��es tamb�m foram realizadas na comuna de Schaerbeek, onde os suicidas pegaram um t�xi na manh� de ter�a-feira com destino ao aeroporto levando tr�s bolsas lotadas de explosivos. Nenhuma deten��o foi feita nesta comuna.
Desde cedo, a B�lgica ca�ava dois suspeitos de envolvimento nos atentados. Os tr�s autores identificados at� agora est�o relacionados com os ataques de novembro em Paris, uma liga��o que revela as falhas de seguran�a das autoridades belgas e na luta contra o terrorismo em toda a Europa.
De acordo com a investiga��o, tr�s homens-bomba identificados nos locais dos atentados - aeroporto internacional de Bruxelas e esta��o de metr� de Maelbeek - forneceram ao menos um suporte log�stico para a organiza��o dos atentados de novembro (130 mortos) ou na fuga do �nico sobrevivente dos comandos extremistas de Paris, Salah Abdeslam, capturado na sexta-feira no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, depois de quatro meses foragido.
O franc�s de 26 anos, preso desde ent�o em Bruges, "deseja ir para a Fran�a o mais rapidamente poss�vel", afirmou nesta quinta-feira seu advogado, Sven Mary, que garantiu que Abdeslam "n�o estava ciente" dos ataques de ter�a-feira.
A como��o continua forte na capital belga, enquanto a identificando dos 31 mortos, de acordo com um balan�o ainda provis�rio, segue muito dif�cil. Apenas quatro v�timas tiveram suas identidades reveladas.
Transformado em um memorial, a Place de la Bourse foi inundada de express�es de solidariedade: mensagens em giz, bandeiras, velas, flores... "Ik Ben Brussel, je suis Bruxxeles" ("Eu sou Bruxelas"), proclama um grande cartaz no ch�o, ao lado de centenas de velas, flores, palavras de apoio, pequenas r�plicas do Manneken-Pis, garrafas de cervejas belgas... bandeiras brasileira, francesa, argelina se juntaram � bandeira belga no p�tio da Bolsa.
Em um cruzamento, dezenas de velas foram dispostas em forma de cora��o. "I still love my airport job", clama um cartaz com v�rios nomes contornando um cora��o vermelho, o logo do aeroporto.
A ang�stia da incerteza
Sem a identifica��o das v�timas, muitos parentes vivem h� tr�s dias a ang�stia da incerteza.
Restos humanos encontrados no aeroporto de Zaventem foram enviados para o hospital Saint-Luc da Universidade de Louvain, enquanto aqueles da esta��o de metr� de Maelbeek foram reunidos no hospital militar de Neder-Over-Heembeek, ao norte Bruxelas.
Uma p�gina no Facebook intitulada "Recherche Bruxelles" (Busca Bruxelas) foi aberta para compartilhar informa��es sobre pessoas desaparecidas.
Os ataques coordenados no aeroporto e no metr� de Bruxelas fizeram 31 mortos e 300 feridos, segundo o �ltimo balan�o fornecido na quarta-feira pelo minist�rio da Sa�de.
Dos 300 feridos, 150 permaneceram internados, incluindo 61 em cuidados intensivos. Quatro pessoas hospitalizadas, em coma, ainda n�o foram identificadas, de acordo com a porta-voz do minist�rio, Maggie De Block, citada pela ag�ncia Belga.
O governo federal belga convocou um novo minuto de sil�ncio em homenagem �s v�timas em toda a B�lgica �s 14h30 (10h30 de Bras�lia) no terceiro dia de luto nacional. O Parlamento federal far� uma homenagem �s 14h00 (10h00 de Bras�lia) em Bruxelas, na presen�a do rei belga Philippe.
Mas, al�m das homenagens, ang�stia e l�grimas, perguntas e cr�ticas t�m se multiplicado nos �ltimos dias, dada a aparente incapacidade das autoridades belgas e europeias de garantir a seguran�a ante o terrorismo.
Identificados por terrorismo
Os tr�s homens-bomba, os irm�os Ibrahim e Khalid El Barkaoui e Najim Laachraoui, eram conhecidos dos servi�os de seguran�a.
Khalid, de 27 anos, que cometeu o ataque em um vag�o do metr� na esta��o de Maelbeek, foi fichado por "terrorismo" pela Interpol, de acordo com uma lista consultada pela AFP.
Seu irm�o Ibrahim, de 29 anos, que se explodiu no aeroporto, havia sido identificado como "terrorista" e expulso por Ancara, segundo informou na quarta-feira o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Ele foi preso em junho de 2015, em Gaziantep, perto da fronteira com a S�ria.
O ministro da Justi�a belga, Koen Geens, discordou da vers�o turca. "Naquele momento, ele n�o era conhecido por n�s por terrorismo", afirmou � televis�o VRT.
Na ter�a-feira, a pol�cia belga encontrou um "testamento" escrito por Ibrahim em um computador deixado em uma lata de lixo no bairro de Bruxelas de Schaerbeek, onde os extremistas fabricaram suas bombas e partiram em um t�xi para o aeroporto com malas pretas cheias de explosivos.
Ibrahim El Bakraoui escreveu n�o "saber o que fazer", porque era "procurado em todos os lugares".
Quanto ao terceiro homem-bomba, Najim Laachraoui, cujos restos mortais foram identificados no aeroporto, era procurado desde que o seu DNA foi encontrado em v�rias casas alugadas pelos respons�veis pelos ataques de Paris, bem como em materiais explosivos utilizados nos mesmos atentados, igualmente reivindicados pelo grupo Estado Isl�mico.
O quarto homem - que aparece com Ibrahim El Bakraoui e Laarchaoui em uma imagem das c�meras de seguran�a empurrando um carrinho de bagagem no aeroporto - est� foragido e � procurado pela pol�cia. Ele n�o foi identificado pelos investigadores.
Um segundo suspeito � procurado em conex�o com o ataque de metr�, segundo indicaram fontes policiais.
Uma fonte da pol�cia confirmou que nas imagens das c�meras de seguran�a da esta��o aparece um homem com uma grande bolsa ao lado do suicida identificado como Khalid El Bakraoui.
Outra fonte indicou que nestas mesmas imagens, El Bakraoui fala com um homem que n�o entrou com ele no vag�o do metr�.
Cr�ticas americanas
Desde ter�a-feira, v�rios l�deres pol�ticos franceses questionaram os servi�os de seguran�a belgas. O ministro das Finan�as franc�s, Michel Sapin, evocou uma "forma de ingenuidade" belga frente a radicaliza��o islamita e o sectarismo em alguns bairros.
Mas, para al�m da B�lgica, � toda a Europa que est� sendo acusada.
A principal acusa��o veio na quarta-feira da ex-secret�ria de Estado e candidata � Casa Branca Hillary Clinton, que criticou duramente os pa�ses da UE pela desorganiza��o e atrasos na sua resposta �s amea�as extremistas.
"Hoje, muitos pa�ses europeus n�o se comunicam entre si quando prendem um suspeito jihadista em sua fronteira, ou quando um passaporte � roubado", lamentou.
Neste sentido, a presid�ncia holandesa rotativa da UE convocou para esta quinta-feira �s 16h00 (12h00 de Bras�lia), em Bruxelas, uma reuni�o extraordin�ria de ministros do Interior e da Justi�a dos pa�ses do bloco para discutir os ataques e suas consequ�ncias.
Representantes de institui��es da UE tamb�m participar�o.