(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Paquist�o quer 'varrer' terroristas

Premi� do pa�s, Nawaz Sharif, visita cidade atingida por ataque que deixou 72 mortos na P�scoa e promete vingan�a


postado em 29/03/2016 00:12

Rodrigo Craveiro



Bras�lia – O premi� paquistan�s, Nawaz Sharif, prometeu que seu governo n�o vai descansar at� que tenha vingado “a �ltima gota de sangue dos compatriotas”. “Aqueles que fomentam o terrorismo, o �dio sect�rio e o extremismo n�o poder�o fugir e enfrentar�o a Justi�a”, avisou, enquanto visitava a cidade de Lahore, alvo de um sangrento ataque durante a P�scoa. “Nossa meta n�o � apenas eliminar a infraestrutura do terror, mas tamb�m a mentalidade extremista, que afeta o nosso modo de vida. (…) N�s devemos levar essa guerra �s portas dos grupos terroristas. Deus permita, n�s vamos varr�-los”, acrescentou o chefe de governo, que cancelou uma visita oficial ao Reino Unido.

No �ltimo domingo, um atentado suicida contra o Parque Gulshan-e-Iqbal, na cidade de Lahore, deixou 72 mortos, incluindo 29 crian�as, e 233 feridos — o local estava lotado de crist�os, que celebravam a data. Imran Maqbook, porta-voz dos servi�os administrativos de Lahore, confirmou � ag�ncia France-Presse que a explos�o matou entre 10 e 15 crist�os. O massacre foi reivindicado pela Jamaat-ul-Ahrar, uma fac��o jihadista pouco conhecida, fundada dois anos atr�s por dissidentes do Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP), provenientes de quatro dos sete distritos tribais ao longo da fronteira entre Paquist�o e Afeganist�o. “Executamos o ataque de Lahore e os crist�os eram o nosso alvo”, disse o porta-voz, Ehsanullah Ehsan, antes de amea�ar a��es contra escolas e universidades. O papa Francisco pediu, ontem, �s autoridades paquistanesas que fa�am todo o poss�vel para velar pela seguran�a da popula��o, especialmente das minorias crist�s. “Ontem, no Paquist�o, a Santa P�scoa foi ensanguentada por um atentado execr�vel. (…) Uma vez mais, a viol�ncia e o �dio conduzem apenas ao sofrimento e � destrui��o.”

Segundo o jornal paquistan�s The Express Tribune, as for�as de seguran�a do pa�s realizaram uma opera��o conjunta em 250 casas de Peshawar e detiveram 144 suspeitos, al�m de apreenderem armas. Em Hayatabad, 62 homens foram presos, entre eles nove afeg�os. O homem-bomba de Lahore se explodiu numa �rea do parque onde v�rias crian�as brincavam. Especialistas admitiram � reportagem que o ataque de domingo se insere no contexto da disputa entre os extremistas por influ�ncia e poder. “A Jamaat-ul-Ahrar compete com outras fac��es jihadistas violentas pela supremacia e pelo controle do Paquist�o. Os jihadistas lutam pelo poder e pela autoridade”, afirmou Farhana Qazi, autora de Secrets of the Valley: A personal journey to the war in Kashmir between India and Pakistan e natural de Lahore.

LONGO PRAZO De acordo com a escritora, a inten��o era alvejar o principal grupo de minoria religiosa no Paquist�o. “Os crist�os formam cerca de 3% dos paquistaneses. A Jamaat-ul-Ahrar havia atacado outras minorias antes, como xiitas. A meta dela � desestabilizar o Paquist�o e forjar um Estado Isl�mico”, comentou. Qazi acredita que a promessa de Sharif de eliminar o terrorismo ser� um esfor�o de longo prazo, o qual vai dispender tempo, recursos e m�o de obra. “Os servi�os de seguran�a empreendem uma ca�ada aos militantes no Punjab, o que � um sinal positivo. O sucesso da guerra antiterror depender� de uma maior coordena��o e de melhor intelig�ncia.”

Tamb�m de Lahore, o jornalista Raza Ahmad Rumi — analista sobre terrorismo pelo Ithaca College e sobrevivente de uma tentativa de assassinato cometida pelo Talib� em mar�o de 2014 — explica que a reivindica��o do atentado de domingo foi feita em alinhamento �s pr�ticas anteriores da Jamaat-ul-Ahrar de atingir n�o mu�ulmanos. “O TTP compreende pelo menos 30 pequenos grupos, dissidentes do Talib� afeg�o, al�m de organiza��es sect�rias, como a Lashkar-e-Jhangvi (LeJ). Essas pequenas fac��es t�m que ser derrotadas, e seus militantes, reintegrados � sociedade”, observa. “A infraestrutura terrorista do Paquist�o tem d�cadas. Seriam necess�rios anos para o governo destru�-la e elimin�-la por completo.” Rumi diz que o governo de Sharif tenta implementar um plano de a��o nacional contra o terrorismo. “Mas o programa � lento na reforma das institui��es, como o combate a semin�rios religiosos de prepara��o de militantes, e na mudan�a do sistema educacional.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)