Chapec� se uniu emocionada neste s�bado para se despedir de seus jogadores de futebol mortos em um acidente a�reo em Medell�n, no mesmo est�dio onde a pequena cidade de Santa Catarina aprendeu a sonhar alto.
Ante os 50 caix�es recebidos com honras militares, milhares de pessoas na Arena Cond� cantaram o Hino Nacional e o da Chapecoense, e aplaudiram as v�timas da trag�dia, em uma tarde em que a chuva n�o deu tr�gua.
O bispo de Chapec� leu uma mensagem do Papa Francisco, que se disse "consternado" com a trag�dia, que comoveu o mundo inteiro.
No est�dio, o estranho sil�ncio acompanhado de um fundo musical emotivo s� era rompido pelos gritos de "Campe�es, campe�es!" e "Vamos, vamos Chape!".
"Todos n�s somos chapecoenses", proclamou o diretor do clube, homenageando os "guerreiros" que viajavam para enfrentar o Atl�tico Nacional de Medell�n na final da Copa Sul-americana.
"Quer�amos eles de volta, mas n�o assim. A Chapecoense era como uma fam�lia, isso tudo � terr�vel", disse, em meio a l�grimas, Juliana Deuner, uma chapecoense de 35 anos.
"V�nhamos a todas as partidas, com chuva ou sol. Nosso sonho finalmente era real, estava t�o pr�ximo, n�o h� explica��o", disse, emocionado, � AFP Rui Alonso Thomas, um mec�nico que acompanhou a passagem do cortejo com a filha de 10 anos.
"Estaremos sempre com voc�s. For�a, Chape!", proclamou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, retomando o lema de toda a cidade.
No minuto de sil�ncio final, a ruidosa "torcida jovem", cora��o da Arena Cond�, descansou seus tambores no gramado.
"Viemos porque a Chapecoense est� no nosso cora��o, � nossa fam�lia. A chuva n�o nos deteve, porque t�nhamos muita vontade de nos despedir", declarou Patricia Carraro, 32 anos, que foi � cerim�nia acompanhada de sua fam�lia.
A Chapecoense foi fundada h� 43 anos e, h� cinco, lutava nas �ltimas divis�es do futebol brasileiro. Sua ascens�o surpreendente e brutal interrup��o deixa d�vidas quanto a seu futuro.
A 38� e �ltima rodada do Brasileir�o, que seria disputada neste fim de semana, mas que foi adiada at� o pr�ximo por causa do acidente, previa um encontro entre Chapecoense e Atl�tico Mineiro.
O clube de Belo Horizonte anunciou que n�o se apresentar� e que est� disposto a sacrificar os tr�s pontos e enfrentar as san��es, como um sinal de respeito �s v�timas da trag�dia.
O presidente Michel Temer participou da cerim�nia, mas absteve-se de discursar.
Inicialmente, estava previsto que o presidente se limitaria a cumprimentar as fam�lias das v�timas no aeroporto, por medo de vaias. Algo que ele negou, dizendo que havia agido desta forma para facilitar o trabalho da seguran�a.
Tite, t�cnico da sele��o, foi copiosamente aplaudido a ser anunciada sua presen�a.
Agradecimentos
"Somos todos chapecoenses e, tamb�m, colombianos", declarou o clube, expressando o agradecimento geral pelo apoio log�stico, m�dico e humano recebido no pa�s onde o avi�o se acidentou.
O prefeito de Chapec�, Luciano Buligon, pronunciou seu discurso vestindo a camisa do Atl�tico Nacional.
O t�cnico do clube de Medell�n, Reinaldo Rueda, viajou at� Chapec� e foi ovacionado pelas arquibancadas, nas quais se destacavam v�rias bandeiras colombianas.
A chuva n�o desanimou as cerca de 100.000 pessoas que se instalaram nos arredores do est�dio, procedentes de diversos pontos da regi�o.
A multid�o acompanhou o vel�rio do lado de fora do est�dio, atrav�s de tel�es, j� que as arquibancadas da Arena Cond� t�m capacidade para apenas 19.000 pessoas.
Nas tendas erguidas com estruturas met�licas na grama do est�dio s� puderam entrar 2.000 pessoas, entre familiares e parentes dos falecidos.
A trag�dia abalou o mundo do esporte, que multiplicava suas homenagens. Na Espanha, Neymar chegou ao est�dio do Barcelona, antes do cl�ssico com o Real Madrid levando sobre seu ombro esquerdo a camisa verde da Chapecoense.
A grande maioria dos 71 falecidos no acidente ser�o velados no est�dio. Os outros eram tripulantes do avi�o ou jornalistas de grandes meios de comunica��o que fretaram voos para transferir os corpos, indicou � AFP um porta-voz da FAB.
Ap�s a cerim�nia, as fam�lias poder�o levar os mortos para seus locais de origem, j� que a maioria do plantel era de fora de Chapec�.
O acidente ocorreu na noite de segunda-feira, quando o avi�o que transportava a equipe da Chapecoense, que iria disputar o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana contra o Atl�tico Nacional, da Col�mbia, caiu perto de Medell�n.