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Estado de Minas

Fam�lia de suspeito de atentado de Berlim est� chocada


postado em 22/12/2016 14:31

Em estado de choque, a fam�lia de Anis Amri, principal suspeito do ataque de Berlim, afirma que ele havia deixado sua cidade da Tun�sia com a esperan�a de encontrar uma vida melhor na Europa.

Em frente � casa da fam�lia, em um bairro popular de Ueslatia (centro), Abdelkader, com os olhos vermelhos, relata � AFP a trajet�ria de seu irm�o, o mais novo da fam�lia, alvo de um mandado de pris�o europeu.

Em mar�o de 2011, Anis Amri deixou a Tun�sia ilegalmente por mar at� a ilha italiana de Lampedusa, fugindo de uma condena��o � revelia a quatro anos de pris�o por furto e roubo, indicou Abdelkader � AFP. Uma autoridade da seguran�a confirmou � AFP esta informa��o.

Al�m da condena��o, "Anis tamb�m partiu para escapar da pobreza. Ele n�o tinha futuro na Tun�sia e ele estava desesperado para melhorar a situa��o financeira da nossa fam�lia que vive abaixo da linha de pobreza, como a maioria das pessoas de Ueslatia", diz Abdelkader.

"Ele vivia como todos os jovens, bebia (�lcool), n�o era de ora��o, nem nada", conta Walid, outro irm�o desta grande fam�lia.

Chegando na It�lia, Anis foi colocado em um centro como outros clandestinos e condenado a quatro anos de pris�o por atear fogo a um edif�cio, segundo Abdelkader.

- Volta em janeiro -

"Em 2015, ele se mudou para a Alemanha, onde tentou resolver sua situa��o. Ele trabalhou ilegalmente nos campos", disse ele.

"Ele entrava em contato com a gente via Facebook, disse que queria voltar para a Tun�sia, mas que antes tinha de ganhar algum dinheiro (...) Dez dias antes do ataque, ele nos disse que pretendia voltar para casa em janeiro", relata Walid.

Esta foi a �ltima vez que a fam�lia diz ter estado em contato com ele.

"Ele dava risadas. N�o havia nenhuma evid�ncia de que poderia ter se radicalizado. Tenho certeza de que ele n�o faria uma coisa dessas. Ele n�o emigrou para isso!", afirma Abdelkader, que irrompeu em l�grimas, lembrando que Anis completa 24 anos nesta quinta-feira.

"Eu queria lhe dizer 'Feliz Anivers�rio'", diz.

Mas a d�vida tamb�m paira sobre Abdelkader: "Se o meu irm�o � o autor do ataque, eu diria a ele: voc� nos envergonha"

Em frente � casa, a m�e pede � multid�o curiosa que saia. "Por favor, sejam compreensivos, nos deixem em paz na nossa mis�ria", implora.

Com mais de sessenta anos, o pai Mustapha, em sua charrete, procura como todos os dias um cliente para transportar sua mercadoria.

"Olhe para o meu pai (...), na sua idade, ele ainda trabalha. Aqui em Ueslatia, aquele que n�o trabalha morre de fome", lamenta Abdelkader.

Seu amigo Fauzi tamb�m expressa a sua raiva.

"Diga (ao presidente tunisiano) B�ji Caid Essebsi para cuidar da juventude. Estamos cansados dessa marginaliza��o!", ressalta.

A revolu��o que derrubou em 2011 a ditadura de Zine El Abidine Ben Ali foi em grande parte motivada pela pobreza e as disparidades regionais.

Abdelkader tamb�m critica as autoridades do seu pa�s que hesitaram em autorizar a deporta��o da Alemanha de seu irm�o Anis, que teve seu pedido de asilo rejeitado em junho.

- Filhos malditos -

O ataque, realizado na segunda-feira � noite contra um mercado de Natal em Berlim e reivindicado pelo grupo Estado Isl�mico (EI), deixou 12 mortos e dezenas de feridos.

De acordo com um oficial da seguran�a de Ueslatia, Anis foi recrutado pelo grupo na It�lia.

Os jornais tunisinos n�o escondiam sua raiva nesta quinta-feira. "Estes filhos malditos que ferem o pa�s", era a manchete do jornal de l�ngua francesa La Presse.

"In�til esconder a face. Cada vez que um ataque terrorista ocorre no mundo, os tunisianos prendem a respira��o. A raz�o para isso, porque muitas vezes um filho maldito � respons�vel por um atentado", acrescentou o jornal, referindo-se em particular ao atentado de Nice que fez 86 mortos em julho.

Mas Walid n�o quer acreditar na culpa de seu irm�o. "Denunciamos as acusa��es contra meu irm�o! N�s o conhecemos! Ele n�o fez nada!".


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