A For�a Armada venezuelana foi colocada em alerta pelo presidente Nicol�s Maduro, depois que ele denunciou um "ataque terrorista" com granadas lan�ado por um helic�ptero, como parte de um suposto plano de golpe de Estado.
A situa��o � uma nova escalada da viol�ncia que deixou 76 mortos em quase tr�s meses de protestos da oposi��o.
Na ter�a-feira (27), v�deos e fotos postados nas redes sociais mostravam um helic�ptero da Pol�cia Cient�fica (CICPC) sobrevoando edif�cios de Caracas.
Ao longe, s�o ouvidas detona��es. N�o � poss�vel observar, por�m, se artefatos explosivos s�o lan�ados da aeronave, ou se foram tiros. Segundo o governo, trata-se de um Airbus Bolkow modelo 105.
"Estou tremendo", afirmou uma mulher, enquanto gravava um dos v�deos.
Tamb�m foram divulgadas fotos do helic�ptero com uma faixa que dizia "350 Liberdade", uma refer�ncia ao artigo constitucional invocado pela oposi��o para uma desobedi�ncia civil ao governo de Maduro.
Nas imagens, v�-se dois tripulantes. O que seria o piloto, de acordo com o governo, veste uniforme militar, e outro, est� de capuz.
A imprensa tamb�m divulgou um v�deo do piloto. Segundo o governo, ele se chama �scar P�rez, roubou o helic�ptero e � inspetor aeron�utico da CICPC.
"Somos uma coaliz�o entre funcion�rios militares, policiais e civis (...) contra este governo transit�rio e criminoso", afirma o homem no v�deo, ao lado de quatro homens encapuzados, dois deles armados.
O homem exige a ren�ncia de Maduro � Presid�ncia e a convoca��o de elei��es gerais.
- 'Escalada golpista'
O governo afirma que, do helic�ptero, foram dados 15 disparos contra a sede do Minist�rio do Interior, no centro de Caracas. N�o h� registro de v�timas.
Maduro denunciou o ato como um "ataque terrorista" e disse que � parte de uma "escalada golpista". Ele citou a "ofensiva insurrecional de fatores extremistas da direita" - uma das maneiras como costuma se referir � oposi��o.
"A For�a Armada toda foi ativada para defender a tranquilidade. Mais cedo, ou mais tarde, vamos capturar o helic�ptero e os que realizaram este ataque terrorista", destacou o presidente.
Os militares, que receberam grande poder pol�tico e econ�mico no governo Maduro, juraram "lealdade incondicional".
Algumas horas antes do incidente, o governante advertiu que, "se a Venezuela afundasse no caos e na viol�ncia e a Revolu��o Bolivariana fosse destru�da, ir�amos para o combate (...) e o que n�o se pode com os votos, tomar�amos com as armas".
Outros pa�ses reagiram. A Fran�a pediu o fim imediato das a��es violentas, enquanto o Equador, aliado de Caracas, condenou o "ataque armado" e criticou o que chamou de "tentativas desestabilizadoras".
Maduro afirmou que o piloto do helic�ptero trabalhou para seu ex-ministro do Interior e da Justi�a Miguel Rodr�guez Torres, general da reserva que se distanciou do governo e foi vinculado pelo presidente ao suposto compl�.
Na ter�a-feira (27), antes da den�ncia do helic�ptero, Rodr�guez Torres, que foi diretor de Intelig�ncia do falecido presidente Hugo Ch�vez (1999-2013), chamou de "sandices" as acusa��es de Maduro, que o denunciou como um agente a servi�o da CIA e de trabalhar por uma interven��o militar dos Estados Unidos.
"Os golpes s�o dados pelos militares na ativa. Sou general reformado h� tr�s anos, e militares reformados n�o d�o golpes", descartou Rodr�guez Torres, em entrevista coletiva.
- Trama governista?
A declara��o sobre a defesa armada da revolu��o foi condenada pelos opositores, dos quais o presidente exigiu uma condena��o do "ataque terrorista" lan�ado pelo helic�ptero.
A coaliz�o opositora Mesa da Unidade Democr�tica (MUD) examinar� a den�ncia nesta quarta-feira (28), sem descartar que tudo n�o passe de uma trama do governo.
"Vamos analisar tudo o que aconteceu (...) H� pessoas que dizem que � uma armadilha, h� pessoas que dizem que � uma quest�o real, h� pessoas que dizem que os oficiais de Pol�cia est�o realmente fartos. Seja o que for, � grav�ssimo. Tudo aponta para o mesmo lugar: a situa��o � insustent�vel na Venezuela", afirmou o presidente do Parlamento, Julio Borges.
Ontem, Borges denunciou o cerco de militantes chavistas ao Legislativo, o que obrigou v�rios deputados a permanecerem at� tarde no Parlamento. A oposi��o conta com maioria na Casa.
Mais cedo, militares e legisladores j� haviam se confrontado, depois que os congressistas exigiram poder revistar caixas que teriam sido levadas para a C�mara, contendo documentos eleitorais.
