Prestes a completar as 72 horas vitais para resgatar com vida v�timas do terremoto de ter�a-feira, as autoridades se comprometem a prorrogar os esfor�os at� que n�o haja mais sinais vitais, em meio a rumores de que ser�o usadas m�quinas pesadas para remover os escombros.
Na madrugada desta sexta-feira, o balan�o era de 286 mortos no terremoto de magnitude 7,1: 148 na Cidade do M�xico, 73 no estado de Morelos, 45 e, Puebla, 13 no Estado do M�xico, 6 em Guerrero e um em Oaxaca, segundo a Defesa Civil federal.
Os especialistas d�o 72 horas em m�dia para que uma pessoa presa nos escombros tenha maiores chances de sobreviver, mas, em outras trag�dias, como no terremoto de magnitude 8,1 de 19 de setembro de 1985, que deixou mais de 10.000 mortos na capital mexicana, a resist�ncia humana superou as expectativas.
"Os trabalhos de resgate continuam na Cidade do M�xico. N�o est�o suspensos", disse o presidente Enrique Pe�a Nieto ao desmentir "rumores falsos" de que se encerrariam os esfor�os por resgatar sobreviventes e recuperar corpos.
Nas redes sociais circulavam mensagens de origem desconhecida e grava��es de supostos socorristas alertando que m�quinas pesadas estariam prontas para remover os escombros, apesar da possibilidade de ainda haver pessoas com vida.
"Temos certeza de que ainda h� gente viva e n�o vamos permitir o uso de m�quinas", disse � AFP Olinca Gonz�lez, de 29 anos, enquanto espera not�cias da esposa de seu pai, uma contadora que trabalhava em um edif�cio que desmoronou no bairro Roma, no centro.
No local, um dos mais afetados junto ao bairro sofisticado de Condesa e o sul da capital, havia rumores de que as m�quinas pesadas j� come�ariam a operar, mas socorristas e militares continuam os trabalhos de resgate.
Daniel Moreno, de 29 anos, que estava no edif�cio e agora procura seu irm�o, Adri�n, de 26, demonstrou estar tranquilo e esperan�oso de que o familiar esteja entre uma dezena de pessoas que ainda podem estar vivas sob os escombros.
"Estamos confiantes no trabalho que tem sido feito pelas pessoas, pelos militares, todos fizeram um �timo trabalho", disse � AFP.
- Assist�ncia internacional -
Especialistas americanos e israelenses foram fundamentais para determinar se h� esperan�a de vida, utilizando tecnologia de ponta capaz de detectar o menor sinal de vida.
Os israelenses percorriam a �rea de Roma-Condesa para determinar o melhor lugar para trabalhar, enquanto os americanos conseguiram localizar o corpo de uma mulher em um edif�cio.
Em uma f�brica t�xtil do centro da cidade, onde trabalhavam v�rios taiwaneses, os esfor�os tamb�m foram redobrados. Os encarregados do edif�cio n�o tinham certeza sobre quantas pessoas havia no local no momento da trag�dia.
Segundo a imprensa de Taiwan, s�o quatro os mortos confirmados e h� um desaparecido, mas no local especula-se que esse n�mero pode ser maior.
Uma equipe japonesa resgatou durante a madrugada o corpo de uma jovem de 19 anos no centro da cidade. Os japoneses fizeram um minuto de sil�ncio e tiraram seus capacetes em homenagem � v�tima.
- Futuro incerto -
Dos quase 40 edif�cios que desabaram na capital, pelo menos em quatro as m�quinas pesadas j� come�aram a remover escombros ap�s a localiza��o dos �ltimos ocupantes, a maioria sem vida.
De acordo com os relatos, s�o mais de 2.000 moradias danificadas, muitas delas desalojadas por ordem das autoridades ou por medo dos habitantes, que agora t�m pela frente um futuro incerto.
"Esperamos que a Defesa Civil me diga se podemos ficar em casa ou n�o. N�o temos dinheiro, vivemos (do dinheiro) do dia, por sermos comerciantes (de frutas na rua) e agora minha venda n�o est� boa", disse �rika Albarr�n, de 33 anos, m�e de um beb� e que est� em um abrigo.
O minist�rio da Educa��o informou � rede Televisa que as escolas v�o retomar parcialmente suas atividades na segunda-feira nos estados afetados.
Ap�s os resgates, o governo far� um recontagem dos danos para depois iniciar a reconstru��o das zonas afetadas no centro do pa�s.
M�xico est� localizado entre cinco placas tect�nicas e sua movimenta��o o coloca entre os pa�ses com maior atividade s�smica no mundo.
No dia 7 de setembro, um terremoto de magnitude 8,1, o mais forte em um s�culo no M�xico, deixou 96 mortos e mais de 200 feridos no sul do pa�s, especialmente nos estados de Oaxaca e de Chiapas.