Grupos armados est�o usando o estupro e a escravid�o sexual para aterrorizar mulheres e meninas na Rep�blica Centro-Africana, liderados por comandantes que parecem ter ordenado as agress�es, afirmou nesta quinta-feira a ONG Human Rights Watch (HRW).
Um relat�rio da organiza��o documenta 305 casos de estupro e escravid�o sexual cometidos contra 296 mulheres e crian�as, mas estes refletem apenas uma parte da viol�ncia sexual no pa�s, informou a HRW.
As agress�es sexuais foram registradas do in�cio de 2013 at� meados de 2017, apesar da redu��o da viol�ncia em larga escala que abalou o pa�s ap�s a queda do presidente Fran�ois Bozize h� quatro anos.
"Os grupos armados est�o usando o estupro de uma maneira brutal e calculada para castigar e aterrorizar mulheres e meninas", afirmou Hillary Margolis, pesquisadora dos direitos das mulheres da Human Rights Watch.
O relat�rio menciona seis l�deres rebeldes que foram identificados por sobreviventes como autores de viol�ncia sexual ou por terem ordenado a seus combatentes que cometessem as agress�es.
At� o momento, os agressores sexuais n�o enfrentaram nenhuma consequ�ncia, disse Margolis.
Um dos pa�ses mais pobres da Africa, a Rep�blica Centro-Africana foi cen�rio de um banho de sangue em 2013, depois que uma coaliz�o de grupos rebeldes de maioria mu�ulmana derrubou Bozize.
Em resposta, os crist�os, que representam quase 80% da popula��o, organizaram unidades armadas e a viol�ncia entre os dois lados provocou milhares de mortes.
Mais de um milh�o de pessoas fugiram de suas casas e 2,4 milh�es de habitantes - mais da metade da popula��o do pa�s - precisam de ajuda alimentar urgente.
"Comandantes dos dois principais grupos em conflito toleram a viol�ncia sexual de suas for�as: em alguns casos, eles parecem ter ordenado as agress�es", afirma o relat�rio da HRW.
"�s vezes, o estupro foi parte dos ataques armados e foi usado como arma de guerra", completa o texto de 176 p�ginas.
Muitos abusos documentados constituem crimes de guerra, indicou o grupo de defesa dos direitos humanos.
