O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta quarta-feira (13) o reconhecimento de Jerusal�m Oriental como "capital da Palestina", em rea��o ao reconhecimento por parte do governo dos Estados Unidos da Cidade Santa como capital de Israel.
"Convido os pa�ses que defendem o Direito Internacional e a justi�a a reconhecerem Jerusal�m ocupada como capital da Palestina", afirmou o chefe de Estado durante a abertura de uma reuni�o extraordin�ria da Organiza��o de Coopera��o Isl�mica (OCI) em Istambul.
"Israel � um Estado de ocupa��o. Al�m disso, � um Estado terrorista", afirmou, repetindo que Jerusal�m � uma "linha vermelha".
Com a decis�o de Trump, "Israel foi recompensada por todas as atividades que realiza", continuou Erdogan, garantindo que "nunca renunciar�" a exigir "uma Palestina soberana e independ�ncia".
Para o ministro turco das Rela��es Exteriores, Mevl�t Cavusoglu, "a comunidade de mu�ulmanos n�o pode ficar silenciosa diante dessa decis�o", a qual considera "inexistente".
O an�ncio de Trump em 6 de dezembro passado provocou uma condena��o quase un�nime no mundo e manifesta��es de �dio em muitos pa�ses do Oriente M�dio, incluindo confrontos nos territ�rios palestinos e em Jerusal�m. Quatro palestinos morreram, e centenas ficaram feridos desde quinta-feira passada (7).
Em um discurso especialmente virulento na abertura dessa c�pula pan-isl�mica em Istambul, presidente palestino, Mahmud Abbas, denunciou que Trump "ofereceu Jerusal�m de presente para o movimento sionista" e garantiu que "n�o aceitamos qualquer papel dos Estados Unidos" no processo de paz, porque Washington � "parcial".
Segundo Abbas, "Jerusal�m � e continuar� sendo eternamente a capital do Estado da Palestina (...) E, sem isso, n�o haver� paz, nem estabilidade".
Presidente em exerc�cio da OCI, Erdogan espera unificar o mundo mu�ulmano contra a decis�o americana. Apesar da vontade da Turquia, muitos dos pa�ses da regi�o reagiram at� agora com modera��o � decis�o de Trump. Nesse sentido, os observadores consideram pouco prov�vel que sejam decididas medidas fortes, ou san��es, durante a c�pula de hoje.
- O dividido mundo mu�ulmano -
A tarefa n�o ser� f�cil, por�m, j� que a regi�o se encontra profundamente dividida. Somado a isso, v�rios pa�ses - como a Ar�bia Saudita - buscam cultivar boas rela��es com o governo Trump, tendo como pano de fundo a hostilidade em rela��o ao Ir�.
"V�rios grandes pa�ses do mundo mu�ulmano n�o querem entrar no conflito com os Estados Unidos, tampouco com Israel, em um contexto de tens�es religiosas crescentes com o Ir�", explica Sinan �lgen, presidente do Center for Economics and Foreign Policy (Edam), com sede em Istambul.
Para os dirigentes da Ar�bia Saudita e de outros pa�ses do Golfo, frear a influ�ncia do Ir� "� mais importante do que tomar medidas ofensivas que possam p�r em risco as rela��es com Washington", acrescenta o especialista.
No fim de semana passado, a Liga �rabe se limitou a uma condena��o verbal, pedindo aos Estados Unidos que "anulem sua decis�o sobre Jerusal�m".
Entre os l�deres que participam da c�pula, est�o o presidente iraniano, Hassan Rohani; o rei da Jord�nia, Abdallah II; o emir do Catar, xeque Tamim ben Hamad Al Thani; e o presidente da Venezuelano, Nicol�s Maduro.
Acusado de cometer genoc�dio em Darfur, O presidente do Sud�o, Omar El Bechir, tamb�m est� na c�pula.
O Egito, que vive tens�es com a Turquia, mas quis estar presente em uma c�pula sobre a quest�o de Jerusal�m, enviou seu chanceler, Sameh Choukry.
A Ar�bia Saudita est� representada por seu ministro das Rela��es Exteriores, Nizar Madani.
Com essa c�pula, Erdogan busca refor�ar sua imagem de defensor dos mu�ulmanos no mundo, como os palestinos, ou os rohingyas que fogem de Mianmar.
