A tentativa de golpe de Estado na Guin� Equatorial, que as autoridades de Malabo confirmaram ter abortado na quarta-feira, � uma s�ria amea�a para toda a sub-regi�o da �frica Central, afirmou nesta quinta-feira o chefe da diplomacia chadiana.
"Esta tentativa de golpe de Estado � uma amea�a s�ria de desestabiliza��o que afeta toda a subregi�o da �frica Central", afirmou o chanceler Mahamat Zen Sherif, que manteve uma reuni�o com presidente guineano Teodoro Obiang Nguema.
"H� uma verdadeira falta de visibilidade sobre o que realmente est� acontecendo", comentou, por sua parte, uma fonte diplom�tica da regi�o falando � AFP sob anonimato.
De fato, todas as informa��es recebidas nos �ltimos dias chegaram atrav�s de canais oficiais de comunica��o governamental.
Facebook, Whatsapp e outras redes sociais - principalmente os meios de comunica��o na �frica Central - est�o bloqueados na Guin� Equatorial.
As primeiras informa��es sobre o suposto golpe come�aram a vazar na semana passada.
Na quarta, Malabo anunciou ter abortado um golpe de Estado durante o per�odo de festas de fim de ano por parte de um grupo de mercen�rios, segundo um comunicado do ministro da Seguran�a Nacional, Nicol�s Obama Nchama.
Segundo Nchama, um grupo de mercen�rios chadianos, sudaneses e centro-africanos se infiltraram nas localidades de Kye Ossi, Ebibeyin, Mongomo, Bata e Malabo para atacar o chefe de Estado, que se encontrava no pal�cio presidencial de Koete Mongomo para passar o fim de ano.
"Estes mercen�rios teriam sido contratados por militantes equatorianos de alguns partidos de oposi��o radicais com o apoio de algumas pot�ncias estrangeiras", acrescenta a nota oficial, sem dar maiores detalhes.
O ministro explicou ainda que ent�o foi ativada de imediato uma opera��o conjunta com os servi�os de seguran�a de Camar�es.
Segundo a TV estatal, "as for�as de seguran�a mataram um mercen�rio durante confrontos" em uma zona de floresta perto das fronteiras com Camar�es e Gab�o.
"Com os disparos, (os mercen�rios) se dispersaram nas matas fronteiri�as da Guin� Equatorial", acrescentou a emissora.
Em 27 de dezembro, a pol�cia de Camar�es prendeu cerca de 30 homens armados na fronteira com a Guin� Equatorial.
Nesse mesmo dia, foram fechadas as fronteiras da Guin� Equatorial com o Gab�o e Camar�es, onde ocorreram as pris�es.
A oposi��o n�o demorou a protestar contra as acusa��es de envolvimento na rebeli�o.
Desde as elei��es gerais de 12 de novembro, nas quais o poder obteve 99 das 100 cadeiras no parlamento, o partido opositor Cidad�os pela Inova��o (CI), denuncia dezenas de pris�es de seus militantes nas capitais pol�tica, Malabo, e econ�mica, Bata.
"O partido CI nada tem a ver com uma tentativa de golpe de Estado, n�o tenho ideia do que est�o falando. As autoridades n�o podem apresentar prova alguma", reagiu o dirigente Gabriel Nse Obiang, contatado por telefone pela AFP.
Outro partido opositor, o Converg�ncia pela Democracia Social (CPDS), pediu, em um comunicado, a liberta��o dos militantes do CI e reclamou que o governo "informe � popula��o o que est� acontecendo".
O embaixador da Guin� Equatorial em Paris, por sua vez, falou na semana passada de "uma tentativa de desestabiliza��o", enquanto que o presidente Teodoro Obiang, 75 anos, denunciou uma "guerra sendo preparada contra ele".
Obiang, que dirige seu pa�s com m�o de ferro desde sua chegada � presid�ncia mediante um golpe de Estado em 1979, � o mais antigo dos chefes de Estado do continente em termos de longevidade no poder.
Em abril de 2016 foi reeleito com mais de 90% dos votos.