O presidente franc�s, Emmanuel Macron, homenageou o policial que se ofereceu como ref�m durante o ataque islamita e que faleceu neste s�bado (24), elevando para quatro o n�mero de �bitos.
Na casa do agressor, abatido durante a opera��o policial, os investigadores encontraram notas que faziam "alus�o ao Estado Isl�mico", o grupo extremista que reivindicou o ataque ocorrido no sul da Fran�a, informou uma fonte judicial.
Na manh� deste s�bado o tenente-coronel Arnaud Beltrame, de 45 anos, casado, sem filhos, faleceu.
"Morreu como um her�i", saudou o presidente Macron.
Demonstrou "uma coragem e abnega��o excepcionais", acrescentou o presidente, em um comunicado.
"Morto pela p�tria. A Fran�a jamais esquecer� seu hero�smo, sua coragem, seu sacrif�cio", tuitou pouco antes o ministro do Interior, G�rard Collomb.
Para sua fam�lia, o ato de sacrif�cio do gendarme foi algo evidente, considerando seu car�ter. "Havia me dito: 'fa�o meu trabalho, mam�e, isso � tudo'", explicou sua m�e � r�dio RTL.
Em tu�te neste s�bado, o presidente americano, Donald Trump, solidarizou-se com as v�timas e condenou o ataque.
"Nossos pensamentos e ora��es est�o com as v�timas desse horr�vel ataque na Fran�a ontem, e manifestamos nosso pesar pelas perdas dessa na��o", publicou Trump.
"Tamb�m condenamos as a��es violentas do agressor e de qualquer um que tenha lhe dado apoio. Estamos com voc� @EmmanuelMacron!", acrescentou.
- 'Soldado do EI' -
Os investigadores tentam agora compreender as raz�es do agressor, Radouane Lakdim, de 25 anos, apesar de n�o ter parecido uma amea�a aos olhos das autoridades.
Antes de ser morto pelas for�as de seguran�a, apresentou-se como "um soldado" do EI.
A opera��o policial feita horas ap�s o ataque permitiu encontrar "notas que fazem alus�o ao Estado Isl�mico e que parecem um testamento, assim como material digital", indicou a fonte judicial.
O �ltimo ataque na Fran�a ocorreu h� cinco meses e deixou dois mortos, em 1� de outubro, em uma esta��o de trem em Marselha (sudeste). Este pa�s j� sofreu muitos atentados desde 2015, que deixaram no total 241 mortos e centenas de feridos.
"Hav�amos seguido" Radouane Lakdim "e ach�vamos que n�o havia radicaliza��o", mas "passou � a��o de forma brusca", admitiu Collomb.
O autor deste ataque, cometido em v�rias etapas entre as cidades de Carcassonne e Tr�bes, � um franc�s nascido no Marrocos (em Taza, norte) em 11 de abril de 1992. Morava em Carcassonne e, desde 2014, era seguido pelos Servi�os de Intelig�ncia. Estava fichado como "S" (por Seguran�a de Estado) "por seus v�nculos com os meios salafistas", segundo o procurador de Paris, Fran�ois Molins.
Radouane Lakdim esteve na pris�o em 2016 por crimes do direito comum. Em sua sa�da, voltou a ser vigiado, mas n�o mostrou sinais "que pudessem antecipar um passo � a��o terrorista", assinalou Molins em coletiva de imprensa.
O procurador tamb�m anunciou que uma mulher pr�xima ao agressor, "com quem compartilhava sua vida", foi detida na sexta-feira.
O agressor disse estar "disposto a morrer pela S�ria" e pediu durante os ataques "a liberta��o de seus irm�os". Uma fonte pr�xima � investiga��o indicou que Lakdim citou o nome de Salah Abdeslam, �nico membro ainda vivo dos comandos que cometeram os ataques de 13 de novembro de 2015 em Paris (130 mortos). Abdeslam est� preso na capital francesa.
- Ataque em tr�s etapas -
Radouane Lakdim iniciou seu ataque na sexta-feira �s 10h locais (6h de Bras�lia) com o roubo de um autom�vel em Carcassonne, matando o passageiro e ferindo o motorista.
Um pouco mais longe, disparou e feriu levemente um policial que voltava de uma corrida com outros agentes perto de um batalh�o.
Alguns minutos mais tarde, �s 11h15 locais, entrou no supermercado de Tr�bes - pr�ximo a Carcassonne - gritando "Al� � grande", segundo o procurador Molins, e matou um funcion�rio e um cliente. No estabelecimento, havia cerca de 50 pessoas, segundo Molins.
"Vi um indiv�duo muito exaltado que tinha uma pistola, uma faca e gritava Al� � grande", contou � AFP Christian Guibbert, um ex-policial que fazia compras e conseguiu salvar v�rios clientes "em uma c�mara frigor�fica de a�ougueiro".
Quando os gendarmes chegaram, o tenente-coronel Arnaud Beltrame se ofereceu como ref�m para conseguir libertar os civis.
O gendarme deixou "seu telefone aberto" sobre uma mesa, o que permitiu a seus colegas ouvir o que acontecia dentro do local.
�s 14h20, Radouane Lakdim disparou contra o gendarme, ferindo-o em duas ocasi�es. Foi ent�o que as for�as especiais intervieram. Durante a opera��o, mais dois gendarmes ficaram feridos.
- Em alerta -
A Fran�a continua em alerta depois de uma s�rie de atentados, desde o ataque contra a sede do seman�rio sat�rico Charlie Hebdo em janeiro de 2015 e que deixou 12 mortos.
As autoridades temem novos atentados, apesar do aumento das medidas de seguran�a instauradas pelo governo, cujo sinal mais vis�vel � a mobiliza��o de 10 mil militares em ruas, esta��es e locais tur�sticos.