(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Suic�dio, pris�o, esc�ndalos: o tr�gico destino dos presidentes brasileiros


postado em 09/04/2018 16:12

Suic�dio, golpe de Estado, impeachment, esc�ndalos ou pris�o: ser eleito presidente no Brasil pode levar a um destino tr�gico.

No s�bado, a pris�o em Curitiba do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, condenado a 12 anos e um m�s de pris�o por corrup��o e lavagem de dinheiro, caiu com uma bomba.

N�o somente porque Lula (2003-2010) deixou o cargo como um dos presidentes mais populares do mundo, mas tamb�m porque lidera todas as pesquisas para as elei��es de outubro.

Mas, se for olhar por outro �ngulo, a vertiginosa queda de Lula foi "como de praxe".

Os presidentes brasileiros vivem no Pal�cio da Alvorada, projetado por Oscar Niemeyer, disp�em de grandes reservas petroleiras, governam um pa�s com 209 milh�es de habitantes, com a maior floresta do mundo e, possivelmente, tamb�m com a melhor sele��o de futebol. Mas, por alguma raz�o, as coisas tendem a ir mal.

Ao menos Lula completou seus dois mandatos.

Sua sucessora, Dilma Rousseff, a quem ajudou a vencer a elei��o de 2010, sofreu um impeachment acusada de ter manipulado as contas p�blicas em 2016, na metade do seu segundo mandato.

Quem ficou com o cargo presidencial foi seu vice-presidente, Michel Temer, que conta com uma popularidade de 5%.

O presidente se mant�m de p� apesar de seu futuro ser incerto: no ano passado, foi denunciado duas vezes por corrup��o, se tornando o primeiro presidente do Brasil em exerc�cio a ser acusado de um crime comum. Por enquanto, est� protegido pela imunidade presidencial.

Se formos um pouco para tr�s, at� 1992, encontraremos Fernando Collor de Mello. Ele tamb�m sofreu um impeachment acusado de corrup��o e deixou o cargo ap�s dois anos de mandato.

Os procuradores agora o acusam novamente e em 2015 confiscaram sua espetacular cole��o de carros de luxo.

E apenas como uma amostra, outro dos cinco ex-presidentes vivos do pa�s, Jos� Sarney (1985-1990), tamb�m � investigado por corrup��o.

Sarney chegou � Presid�ncia como companheiro de chapa de Tancredo Neves, que venceu a primeira elei��o democr�tica ap�s a ditadura, iniciada em 1964, mas morreu antes de tomar posse.

- Trag�dia -

"Fazer pol�tica � opera��o de risco", escreveu Angela Alonso em sua coluna de domingo no jornal Folha de S.Paulo. "No Brasil, h� risco de perder a elei��o, a liberdade (a voga � cadeia) e a vida".

Isso era especialmente certo para o presidente Jo�o Goulart, popularmente conhecido como Jango.

Ele se tornou presidente em 1961 depois da ren�ncia de J�nio Quadros, que durou somente meio ano no cargo. Depois, em 1964, Goulart sofreu um golpe de Estado que instaurou uma ditadura de duas d�cadas.

Passou o resto da vida no ex�lio e morreu na Argentina em 1976, oficialmente de um ataque do cora��o, embora haja vers�es de que foi envenenado.

Mas o caso mais tr�gico dos presidentes do Brasil foi, sem d�vidas, o de Get�lio Vargas. O populista governou o pa�s em dois per�odos entre os anos 1930 e 1950, fazendo grandes esfor�os para transformar seu setor de energia.

Em 24 de agosto de 1954 atirou no peito, atingindo o cora��o, com um rev�lver dentro do pal�cio presidencial, deixando uma carta ao povo brasileiro: "Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofere�o a minha morte".

- Quest�o de democracia -

Ao escavar a hist�ria brasileira, a situa��o n�o melhora muito. De fato, o primeiro presidente do pa�s fundou a Rep�blica com um golpe de Estado em 1889, acabando com o Imp�rio do Brasil.

Maur�cio Santoro, professor de Ci�ncia Pol�tica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), considera que a triste vida dos presidentes reflete problemas profundos a respeito da democracia brasileira.

"� uma democracia com mais espa�o do que antes, mas continua marcada por essa instabilidade", afirma. "Dificulta para os presidentes fazerem uma pol�tica de longo prazo", considera.

A boa not�cia � que a campanha contra a corrup��o que colocou tantos pol�ticos em uma situa��o delicada reflete a crescente maturidade do pa�s.

"A diferen�a � que aqui temos um Poder Judici�rio que tem uma certa autonomia, sobretudo nos escal�es de base, que tem uma capacidade muito grande de investiga��o", afirma Santoro.

"A sociedade mudou mais r�pido do que o pr�prio sistema pol�tico", afirma.

Os brasileiros estariam cada vez mais prontos para eleger presidentes est�veis e honestos.

Isso poderia ser poss�vel em outubro deste ano?

"Julgando pelos atuais candidatos a presidente, temo que v� demorar um pouco", lamenta o analista.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)