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Estado de Minas

Museu V&A de Londres desconstr�i lend�ria personalidade de Frida Kahlo


postado em 15/06/2018 08:42

O Museu Victoria e Albert de Londres re�ne, em uma magn�fica exposi��o sobre a pintora mexicana Frida Kahlo, seus vestidos, pinturas e objetos t�o pessoais quanto sua perna prot�tica, que ajudam a entender uma personalidade que exerce seu fasc�nio at� hoje.

"Frida Kahlo: Making Her Self Up" ("Inventando-se", em tradu��o livre) ser� inaugurada neste s�bado (16) e ficar� aberta at� 4 de novembro.

Nela, estar�o expostos mais de 200 objetos da Casa Azul, est�dio e moradia de inf�ncia da pintora, no bairro de Coayac�n, na capital, e onde ela faleceu em 1954, aos 47 anos.

Foi essa casa que serviu de abrigo durante dois anos para o revolucion�rio russo Leon Trotski, com quem Frida teve um caso breve.

Na mostra, h� vestidos, joias, cartas, pinturas, fotos de fam�lia, maquiagem, medicamentos e at� sua pr�tese.

"Essa perna � muito moderna e superbonita. Tem uma bota vermelha. Frida colocou nela retalhos de bordados chineses e at� um guizo para que fosse mais evidente. Por que seria uma perna feia, se ela era uma artista?", disse � AFP a mexicana Circe Henestrosa, curadora da exposi��o junto com Claire Wilcox.

- Uma vida atormentada pelo corpo -

Os problemas de sa�de de Frida Kahlo foram devastadores, mas a pintora soube fazer da adversidade uma virtude.

Esta filha de um fot�grafo alem�o e de uma mexicana teve poliomelite na inf�ncia e, como resultado, ficou com a perna direita mais curta, uma extremidade que acabaria sendo amputada em 1953, um ano antes de sua morte.

Quando tinha 18 anos, o �nibus, no qual voltava da escola preparat�ria com um companheiro, sofreu um acidente. Nesse epis�dio, um peda�o de a�o atravessou seu abd�men, atingindo sua coluna em tr�s pontos, al�m de quebrar a clav�cula, duas costelas, a perna em onze pontos e a bacia em tr�s. Seus �rg�os reprodutores tamb�m foram atingidos, o que a impediu de ter filhos.

Perdeu-se uma estudante de Medicina, mas se ganhou uma artista, porque ela come�ou a pintar durante sua longa convalescen�a. Com a ajuda de um cavalete especial, ela podia pintar da cama, usando um espelho que lhe permitia usar a si mesma como modelo.

"� o in�cio da carreira de uma grande artista, mas tamb�m da deteriora��o de seu corpo", explicou a curadora Circe Henestrosa, que organizou, em 2012, na Casa Azul uma exposi��o sobre os vestidos.

- Li��o de Frida: 'est� tudo bem ser diferente' -

A tia de Henestrosa era parte do c�rculo intelectual da pintora e "levava para ela esses 'huipiles' da regi�o do Istmo de Tehuantepec", no estado de Oaxaca, ao sul do pa�s, lembrou.

O "huipil" � uma blusa, ou vestido, ind�gena mexicano, geralmente de cores vivas e enfeitado com bordados.

Com ele, Frida Kahlo "queria demonstrar seus valores mexicanos, queria se ver muito mexicana", em uma �poca, imediatamente posterior � Revolu��o, na qual o pa�s busca refor�ar sua identidade no indigenismo. Al�m disso, "ela era comunista, e isso a faz parecer mais do povo", acrescentou a curadora.

As quest�es pol�ticas n�o explicam, por�m, toda a quest�o de sua indument�ria.

"Come�a a usar saias longas para disfar�ar a perna. � a primeira vez que come�a a estabelecer uma rela��o entre seu corpo e sua indument�ria", contou a curadora, lembrando que o "huipil" atrai os olhares para o colo.

"Essa � a parte que queremos mostrar na exposi��o: Frida a pessoa, Frida a mulher, uma pessoa que gostava de perfume, que era incrivelmente feminina, que n�o deixou que a defici�ncia a definisse. Uma artista mexicana, de pele morena, deficiente, que sirva de modelo para as garotas jovens: ser diferente � algo incr�vel, est� tudo bem ser diferente".


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