Para al�m da qualidade, o sucesso de uma s�rie depende principalmente de entrar em conson�ncia com a sociedade contempor�nea, como � o caso de "La casa de papel", uma cr�tica ao sistema liberal, afirma a historiadora Marjolaine Boutet.
Veja a seguir as chaves que, segundo esta especialista francesa em s�ries de televis�o, explicam o furor gerado pela s�rie espanhola difundida pela Netflix e cuja terceira temporada estrear� em 2019.
- Quebra de c�digos -
Inspirada nos filmes de roubos como "Onze homens e um segredo", "La casa de papel" quebra "todos os c�digos" do g�nero porque, ao inv�s de "ir muito r�pido", acontece praticamente hora por hora.
Al�m disso, n�o roubam o dinheiro da Casa da Moeda, mas fabricam o pr�prio "em uma quantidade t�o monumental que n�o tem nenhum sentido".
O espectador espera uma s�rie de viol�ncia e se v� diante de uma "reflex�o sobre a sociedade e como podemos nos reinventar".
- Contra o sistema -
Denuncia o poder do dinheiro e faz eco do sentimento antiliberal. "Da direita � esquerda, h� uma rejei��o do sistema" atual, como demonstram as "�ltimas elei��es" no mundo. Os pr�prios candidatos, surgidos do populismo, se apresentam como antissistema para conquistar o eleitorado.
- Ode ao esp�rito de equipe -
Existe um c�rebro, o Professor, que prepara toda a equipe de assaltantes, mas que tamb�m "os conscientiza de que v�o fazer aquilo por uma causa, n�o somente para seu interesse particular".
� a "busca de um compromisso em uma causa comum, contra o individualismo, o capitalismo". Este componente interpela sobretudo os jovens.
- Ode � intelig�ncia e ao amor -
O Professor � um homem sumariamente inteligente, que tem tudo calculado no plano intelectual, mas que "n�o havia previsto" se apaixonar por Raquel, a negociadora da Pol�cia que tenta salvar os ref�ns.
- A riqueza dos personagens -
Os personagens com nomes de cidades como "Berlim", "Nair�bi" e "T�quio" t�m muitas facetas. "Sua riqueza vai sendo descoberta epis�dio ap�s epis�dio".