
Segundo o balan�o da pasta, 29 agentes ficaram feridos nessas duas noites, contra 21 no ano passado.

Comemora��o
A comemora��o, por�m, n�o se resumiu aos casos de vandalismo e excessos. A Fran�a se transformou nesse domingo em uma festa, ap�s a vit�ria dos Bleus na final da Copa do Mundo, sobretudo em Paris, onde centenas de milhares de seguidores invadiram a avenida Champs-�lys�es.
Da "fan zone" da Torre Eiffel at� os centros das cidades de Lille, Lyon, Estrasburgo, ou Marselha, passando pelo est�dio de Bordeaux e as pra�as dos povoados, milh�es de torcedores pularam de alegria ao ouvir o apito final que marcava sua vit�ria contra a Cro�cia (4-2).
"Ganhamos, ganhamos!", gritava a multid�o na "fan zone" parisiense.
"� maravilhoso, maravilhoso", emocionava-se Martine, de 58 anos, que foi com sua filha para este espa�o onde 90.000 pessoas assistiram � transmiss�o do jogo em um ambiente de euforia.
Minutos depois, a Champs-�lys�es estava abarrotada de gente disposta a festejar a noite toda a segunda estrela dos Bleus.
Eric Rodenas, de 42 anos, veio de Cannes (sul) com o filho de 14 anos, Rapha�l, para viver a vit�ria na Champs-�lys�es. "Vivi isso em 98, foi m�gico. Esta noite meu filho tem a sorte de viver esta mesma alegria".
Quando a multid�o sa�a da "fan zone" do Campo de Marte, ao p� da Torre Eiffel, um alto-falante alertava que n�o fossem � Champs-�lys�esporque estava "saturada".
Em 1998, mais de um milh�o de pessoas comemoraram a vit�ria da turma de Zidane na "avenida mais bela do mundo".
Na tarde de segunda-feira a Champs-�lys�es seguir� em festa, quando os Bleus percorrerem a avenida.
Em meio �s comemora��es na noite deste domingo, por�m, cerca de 30 jovens quebraram e saquearam a Drugstore Publicis, um complexo comercial na Champs-�lys�es.
Os jovens, alguns encapuzados, invadiram a loja da avenida e, depois, sa�ram com garrafas de vinho e champanhe debaixo do bra�o, rindo e gravando-se nos celulares. A Pol�cia reagiu com g�s lacrimog�neo.
Mais de 4.000 policiais e gendarmes foram mobilizados neste domingo na capital da Fran�a, um pa�s sob amea�a terrorista.
Por volta das 00H30, a Champs-�lys�es estava quase deserta, ap�s a pol�cia intervir com furg�es e jatos d'�gua.
- "Orgulho do pa�s" -
Depois de anos de dificuldades e ang�stia, com atentados que deixaram 246 mortos desde 2015 e uma recorrente crise de identidade, a Fran�a viveu esta Copa do Mundo como um par�ntese.
No Carillon, um dos bares de Paris que foram alvo dos atentados jihadistas de novembro de 2015, as cervejas voavam pelos ares, e os clientes pulavam de alegria.
"Sermos campe�es do mundo aqui, � simb�lico", explicou Beno�t Bardet, um jovem consultor em inform�tica "n�o especialmente f� de futebol". "Vir aqui com meus amigos, era uma forma de nos lembrarmos disso e de mostrar que Paris nunca morre", completou.
"� o ver�o mais bonito da minha vida!", exclamava Myriam, de 17 anos, chorando ao p� da Torre Eiffel.
Em Bondy, nos arredores de Paris, o quarto gol, feito por Kylian Mbapp�, natural da cidade, foi festejado com especial entusiasmo.
"Kylian, lan�ou, Kylian, marcou, Kylian, bola de ouro, Bondy campe�, a Copa do Mundo � da Fran�a!", gritavam os jovens, que cantavam tamb�m "I will survive", que se tornou o hino da vit�ria dos franceses em 1998.
Em termos de popularidade, para o time da Fran�a, � uma esp�cie de renascimento depois de m�ltiplos esc�ndalos e do fiasco da Copa do Mundo da �frica do Sul em 2010, onde os jogadores fizeram greve e acabaram eliminados.
"Voc�s s�o o orgulho do seu pa�s, bravo", reagiu nesta domingo o primeiro-ministro Edouard Philippe.
"OBRIGADO", tuitou o presidente Emmanuel Macron, dirigindo-se aos Bleus.
Na R�ssia, os jogadores acompanharam a festa que tomou conta do pa�s e levantaram a bandeira nacional com orgulho.
Vinte anos depois do "black-blanc-beur" (negro-branco-�rabe) de 1998, os 23 Bleus presentes na R�ssia, dos quais 14 t�m origens no continente africano, reivindicaram sua identidade francesa.
"Ver todo mundo reunido na rua desta forma � uma loucura. J� n�o h� problemas, nem racismo, todos se juntam. Isto voc� s� vive com o futebol", afirma Ludovic Guaignant, t�cnico em eletr�nica.
Thomas Bazzi, de 31 anos, festejou a vit�ria em um bar do centro de Paris, "com confian�a renovada".
"Estamos em um pa�s sob muita press�o, econ�mica e social. Precis�vamos dessa janela de esperan�a", diz Bazzi, que se atreve a prever um "baby boom".
Com a chegada da noite ocorreram incidentes em v�rias cidades do pa�s.
Na capital, um homem foi hospitalizado em estado grave ap�s tomar uma garrafada em uma briga na Champs-�lys�es, constatou um fot�grafo da AFP.
Em Lyon, no centro do pa�s, as for�as de seguran�a enfrentaram v�rios jovens em uma pra�a onde cerca de 20 mil pessoas assistiram � final em um tel�o.