O presidente americano, Donald Trump, foi gravado secretamente dois meses antes das elei��es de 2016 discutindo um pagamento para abafar um suposto caso com uma modelo da Playboy, e o FBI tem essa grava��o, segundo reportagens divulgadas nesta sexta-feira (20).
A grava��o foi feita supostamente por seu ex-advogado Michael Cohen, que est� sob investiga��o federal em Nova York por seus acordos de neg�cios e por alega��es de que tais pagamentos violavam as leis de financiamento de campanha.
Nesta sexta, o presidente republicano n�o respondeu �s perguntas feitas pela imprensa sobre a grava��o de Cohen enquanto se preparava para ir ao seu clube de golfe em Nova Jersey.
O New York Times revelou a hist�ria dizendo que o FBI obteve a grava��o durante uma batida no escrit�rio de Cohen no in�cio deste ano, citando advogados e outras pessoas familiarizadas com a grava��o. Cohen ainda n�o foi preso ou acusado.
A ex-modelo da Playboy Karen McDougal alega que teve um caso durante meses com Trump depois que se conheceram em 2006, logo ap�s Melania Trump ter dado � luz seu filho Barron. Anteriormente, ela havia dito � CNN que ele tentou pag�-la em troca de sexo.
O Wall Street Journal relatou em setembro de 2016 conversas entre Trump e Cohen sobre a compra dos direitos da hist�ria de McDougal, que ela vendeu um m�s antes ao National Enquirer por 150 mil d�lares.
O tabloide abafou a hist�ria, evitando que viesse a p�blico. O presidente da empresa matriz, American Media, � amigo Trump.
Os relatos desta sexta-feira levantam quest�es sobre o motivo pelo qual a campanha de Trump negou ter conhecimento do acordo entre McDougal e a American Media quando foi revelado, bem como especula��es de quanto dano Cohen pode infligir ao presidente.
O atual advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, confirmou ao Times que a grava��o de Cohen existe, mas que o presidente n�o fez nada errado.
- Stormy e McDougal -
A grava��o tem menos de dois minutos e n�o d� ind�cios de que Trump tivesse conhecimento pr�vio sobre o pagamento do ve�culo de m�dia a McDougal, declarou Giuliani ao Times.
"Isso nos ajuda, ao inv�s de nos prejudicar", continuou.
O advogado de Cohen, Lanny Davis, se recusou a fazer coment�rios.
O FBI entrou na casa e no escrit�rio de Cohen em abril por recomenda��o do procurador especial Robert Mueller, que est� investigando a interfer�ncia russa nas elei��es de 2016 e se houve conluio entre a campanha de Trump e Moscou.
O Departamento de Justi�a diz que Cohen est� sob investiga��o h� meses por suposta conduta criminosa centrada em seus neg�cios pessoais.
Os procuradores aparentemente est�o interessados em pagamentos feitos por ele em nome de Trump para a atriz porn� Stormy Daniels, al�m de outros neg�cios relacionados ao presidente.
Tanto Daniels quanto McDougal alegam que tiveram casos com Trump na mesma �poca, em 2006.
Cohen, que se tornou advogado pessoal de Trump em 2007, � conhecido por ter pago 130 mil d�lares a Daniels pouco antes das elei��es de 2016 para manter sil�ncio sobre seu suposto caso com Trump.
- 'V�rias' grava��es -
O advogado de Stormy Daniels, Michael Avenatti, afirmou nesta sexta que existem "v�rias" grava��es e pediu que Cohen liberasse todos os �udios publicamente.
"Todos deveriam ser liberados para o bem dos americanos", disse � CNN.
"Isso � s� a ponta do iceberg", acrescentou. "Quando todas as evid�ncias vierem � tona, e espero que isso aconte�a, significar� um grande problema para Michael Cohen e um problema ainda maior para o presidente".
Inicialmente, Cohen disse que usou o pr�prio dinheiro para pagar Daniels e que n�o foi reembolsado por Trump. O presidente americano admitiu posteriormente que Cohen foi pago, apesar de negar ter conhecimento do mesmo.
Por meio de funcion�rios da Casa Branca, Trump negou ter tido um relacionamento com Daniels.
Em uma entrevista recente, Cohen parece ter sinalizado uma disposi��o de cooperar com os procuradores contra o presidente republicano.
"Para ser claro, minha esposa, minha filha, meu filho e este pa�s t�m a minha lealdade", assinalou Cohen � ABC News em uma entrevista divulgada em 2 de julho.
Depois que o National Enquirer abafou a hist�ria, McDougal acusou a American Media de engan�-la ao assinar o contrato, e Cohen de intervir de forma inadequada. Em abril, o grupo concordou em liber�-la do acordo.