O minirrob� espacial franco-alem�o Mascot, que tem as horas de autonomia contadas a partir do momento em que pousou em um asteroide, nesta quarta-feira (3), trabalhava a toda velocidade na an�lise do solo na esperan�a de entender melhor a forma��o do Sistema Solar.
A descida a partir da sonda japonesa Hayabusa2 at� o asteroide Ryugu "foi um grande sucesso", assinalou � AFP Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES, a ag�ncia espacial francesa.
Mascot (sigla em ingl�s que significa Explorador M�vel da Superf�cie de um Asteroide) "est� bem, seus instrumentos est�o funcionando. Comunica-se bem com a sonda", destacou Aur�lie Moussi, chefe no projeto na CNES.
O controle de miss�o publicou no Twitter uma foto de Mascot em seu local de descida, animado pela ag�ncia espacial alem� DLR. "Ol�, Terra, prometi enviar fotos de Ryugu. Isso foi o que eu registrei durante a minha descida", diz o tu�te.
O rob�, que carece de pain�is solares, deve trabalhar rapidamente porque depende apenas da energia de suas baterias, e estas est�o programadas para durar no m�ximo 16 horas.
O aparelho, de 10 quilos de massa e que tem o tamanho de uma caixa de sapato, se uniu a dois microrrob�s japoneses Minerva, tamb�m "passageiros" da sonda Hayabusa2, que desceram na semana passada no Ryugu, asteroide em forma de diamante com 900 metros de di�metro.
A aventura come�ou em 3 de dezembro de 2014 para a sonda Hayabusa2, que empreendeu um p�riplo de 3,2 bilh�es de quil�metros.
Precisou de tr�s anos e 10 meses para chegar � �rbita de Ryugu, em junho, onde se estabilizou em �rbita a 20 quil�metros.
Para soltar o Mascot nesta quarta-feira, Hayabusa2 se aproximou a apenas 51 metros e se desprendeu do aparelho exatamente � 01h57 GMT (22h57 em Bras�lia).
- 'Obrig�-lo a se mover' -
Ap�s cair durante cerca de 10 minutos - a gravidade em Ryugu � 80.000 vezes menor do que na Terra -, Mascot pousou na superf�cie do asteroide, muito acidentada.
"Quicou na superf�cie durante cerca de 10 minutos e depois se estabilizou rapidamente", assinalou Moussi.
N�o obstante, "n�o estava corretamente focado, seus instrumentos apontavam para o c�u", enquanto deveriam estar virados para o solo para que pudessem funcionar, disse Moussi pouco depois.
"De urg�ncia, tomamos a arriscada decis�o de deslocar o Mascot para obrig�-lo a se mover, e focar do lado correto", acrescentou.
"Uau! Ryugu � t�o escuro que estou com problemas para me orientar", explicou Mascot no Twitter.
Tudo voltou ao normal: "Mascot est� agora na posi��o certa" e girou seus quatro instrumentos. "Tudo est� indo bem", destacou a chefe do projeto.
Mascot servir� como um "explorador", transmitindo durante sua curta vida os dados para Hayabusa2 a fim de, mais tarde, ajud�-la em sua principal tarefa: disparar violentamente um proj�til sobre Ryugu para fazer um buraco na superf�cie e, ent�o, recolher a poeira.
Essas amostras chegar�o � Terra a bordo da Hayabusa2 no final de 2020.
"� extremamente importante coletar dados diretamente da superf�cie do asteroide, por isso temos grandes expectativas", declarou � imprensa um dos diretores da Jaxa, Makoto Yoshikawa.
O objetivo � contribuir para enriquecer o conhecimento do nosso ambiente espacial e "para entender melhor o aparecimento da vida na Terra", segundo Jaxa.
Mascot � equipado com um microsc�pio infravermelho hiperespectral, desenvolvido pelo Instituto Franc�s de Astrof�sica Espacial, que permitir� analisar a composi��o mineral�gica do solo do asteroide.
A miss�o, com um or�amento de 30 bilh�es de ienes (230 milh�es de euros), est� se desenvolvendo, por enquanto, sem problemas.