A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi para Caracas para a posse do presidente Nicolas Maduro, que acontece nesta quinta-feira, 10. Em nota, a deputada federal eleita disse reconhecer a elei��o de Maduro como leg�tima, apesar das den�ncias de fraude da oposi��o venezuelana, e confirmou sua presen�a na cerim�nia como um contraponto ao posicionamento cada vez mais hostil do governo de Jair Bolsonaro ao venezuelano.
"(Estarei na posse) Porque reconhecemos o voto popular pelo qual Nicolas Maduro foi eleito, conforme regras constitucionais vigentes, enfrentando candidaturas leg�timas da oposi��o democr�tica", disse no texto divulgado no site do partido.
O pa�s enfrenta hoje sua maior crise pol�tica, humanit�ria e econ�mica, e desponta como um dos principais inimigos da pol�tica externa do novo governo brasileiro. Com mais de 67% dos votos v�lidos e 54% de absten��o, Maduro � empossado para um mandato de mais 6 anos.
No texto, Gleisi ressaltou que o partido n�o concorda com o que chamou de "pol�tica intervencionista e golpista incentivada pelos Estados Unidos, com ades�o do atual governo brasileiro e outros governos reacion�rios". "(Estarei na posse) Para mostrar que a posi��o agressiva do governo Bolsonaro contra a Venezuela tem forte oposi��o no Brasil e contraria nossa tradi��o diplom�tica", afirmou.
Com uma pol�tica alinhada aos norte-americanos, o presidente Jair Bolsonaro � cr�tico ferrenho do governo de Nicolas Maduro, que assumiu em 2013, como sucessor de Hugo Chavez. O chanceler Ernesto Ara�jo publicou um artigo nesta semana, pela ag�ncia Bloomberg, em que defende a��es mais duras contra "ditaduras como Venezuela e Cuba".
Os governos anteriores petistas mantinham rela��es com o governo venezuelano. Em sua nota, Gleisi defende ainda que "impor castigos ideol�gicos" acentuar� os problemas migrat�rios e ser� pior para o povo venezuelano.
O PCdoB defendeu a posse de Maduro e o fim de san��es ao pa�s por meio de uma nota do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), do qual fazem parte entidades como Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e UNE.
Na nota, de 4 de janeiro, mas compartilhada nesta quinta-feira, criticam ainda o Grupo do Lima, do qual o Brasil faz parte, que n�o reconhece o governo de Maduro. "Governos como o do Brasil, antes sob o mando do golpista Michel Temer e agora sob o do autorit�rio e ofensivo Jair Bolsonaro, alimentam a crise na Venezuela e buscam inflar a polariza��o, agravando a situa��o que tem como v�tima direta o povo venezuelano".
Dentre os partidos de oposi��o a Bolsonaro, apenas os dois se manifestaram pela posse de Maduro. A deputada estadual eleita do PSOL, Luciana Genro, criticou Gleisi e o PT incisivamente em seu Twitter.
"S� uma esquerda mofada para apoiar o Maduro a estas alturas. H� muito tempo deixou de ser um governo progressista. E o pior � que a oposi��o forte � burguesa e elitista", disse a candidata � Presid�ncia derrotada em 2014. O PSOL disse que a opini�o � de Luciana, n�o do partido, e n�o quis se manifestar.
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