O deputado federal eleito do PSOL Jean Wyllys, representante do movimento LGBT na C�mara, anunciou nesta quinta-feira (28) que desistiu de assumir o seu terceiro mandato e optou por deixar o pa�s, diante do n�mero crescente de amea�as que recebe desde a elei��o do presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro.
"Preservar a vida amea�ada � tamb�m uma estrat�gia de luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum e faremos muito mais quando chegar o novo tempo, n�o importa que fa�amos por outros meios!", escreveu no Twitter Jean Wyllys.
Segundo a ag�ncia de not�cias da C�mara, o deputado do PSOL, de 44 anos, ainda n�o oficializou sua decis�o. Mas a sua assessoria confirmou � AFP que o legislador resolveu desistir do seu terceiro mandato e sair� do Brasil por um tempo, sem detalhar para onde.
Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, Wyllys explicou que "n�o foi a elei��o dele (Bolsonaro) em si" que o levou a desistir do seu terceiro mandato consecutivo, que deveria assumir em 1� de fevereiro, mas "o n�vel de viol�ncia que aumentou ap�s a elei��o dele", que teve um forte apoio de grupos ultraconservadores pentecostais.
Deu como exemplo o aumento do n�mero de agress�es e mortes de membros da comunidade LGBT.
Em novembro, depois das elei��es que levaram Bolsonaro ao poder, a Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao Estado que adotasse "as medidas necess�rias para proteger os direitos � vida e � integridade pessoal" de Wyllys e sua fam�lia.
Em abril de 2016, durante a vota��o sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Wyllys, deputado federal pelo Rio de Janeiro, cuspiu no rosto do ent�o deputado Jair Bolsonaro depois que este elogiou o conhecido torturador da �poca da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra.
O Conselho de �tica da C�mara o sancionou com uma "censura por escrito", rejeitando uma mo��o para suspend�-lo por um m�s.
Wyllys � um dos 10 deputados eleitos do PSOL, partido da vereadora negra do Rio de Janeiro assassinada Marielle Franco.
Assumidamente l�sbica e conhecida por sua defesa das minorias e suas cr�ticas contra a viol�ncia policial nas favelas, Marielle Franco foi morta a tiros em mar�o de 2018 junto com o motorista Anderson Gomes, em um caso que ainda n�o foi resolvido.
Quando a sua ren�ncia for efetivada, Wyllys ser� substitu�do por seu suplente, David Miranda.