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Estado de Minas INTERNACIONAL

Caso Battisti leva It�lia a buscar mais 50 fugitivos


postado em 27/01/2019 07:30

A extradi��o de Cesare Battisti levou o governo da It�lia a intensificar a press�o para que autoridades de outros pa�ses revejam o status concedido a pelo menos 50 italianos foragidos da Justi�a, muitos deles condenados por atos terroristas e crimes ligados a grupos de extrema esquerda.

Um requerimento apresentado esta semana pelo deputado Daniele Belotti pede ao governo italiano que reforce sua a��o diplom�tica para conseguir a extradi��o de foragidos que estariam na Fran�a, Nicar�gua, Su��a, Argentina, Cuba, Arg�lia, L�bia, entre outros pa�ses. "Cesare Battisti deve ser o primeiro de uma longa fila", defende Belotti, do partido Liga, de extrema direita.

Matteo Salvini, o ministro do Interior da It�lia e l�der do partido, deixou claro que uma de suas prioridades � convencer o presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, a rever a situa��o de um grupo de 30 a 40 italianos protegidos pelo Estado franc�s. A estimativa � a de que quase 300 membros e ex-militantes de grupos armados italianos de extrema esquerda tenham se refugiado na Fran�a entre o fim dos anos 70 e in�cio dos 80.

A presen�a dos italianos na Fran�a � o resultado da Doutrina Mitterrand, uma pol�tica adotada a partir de 1985 pelo ent�o presidente Fran�ois Mitterrand, pela qual Paris acolhia militantes de esquerda sob certas condi��es. Em discurso em abril de 1985, Mitterrand indicou quais eram os crit�rios. "Os refugiados italianos que participaram de a��es terroristas antes de 1981 e romperam com a m�quina infernal na qual estavam envolvidos entraram em uma segunda fase de suas vidas, se integraram � sociedade francesa. Eu disse ao governo italiano que eles teriam abrigo de todas as san��es", explicou.

Pela Doutrina Mitterrand, a Fran�a poderia avaliar a possibilidade de n�o conceder a extradi��o desde que os envolvidos tivessem renunciado � viol�ncia pol�tica. Entre os que encontraram abrigo na Fran�a est�o as ex-militantes Simonetta Giorgeri e Carla Vendetti, condenadas � pris�o perp�tua. Na Fran�a tamb�m estaria Giancarlo Santilli, ex-militante da Prima Linea, que foi sentenciado a 19 anos de pris�o na It�lia.

Entre os nomes mais significativos est� o de Giorgio Pietrostefani, condenado a 22 anos pelo assassinato do comiss�rio Luigi Calabresi. J� residente na Fran�a, ele retornou voluntariamente para ser processado e foi preso em 1997. Dois anos depois, foi libertado durante a revis�o de seu julgamento. Mas, em 2000, quando voltou a ser condenado, conseguiu escapar mais uma vez para a Fran�a.

Pressionado, o governo franc�s decidiu em 2002 colocar um fim � Doutrina Mitterrand e expulsar Paolo Persichetti, acusado de estar envolvido no assassinato do general Ligio Giorgieri. Entre os foragidos em Paris estava justamente Cesare Battisti. Em sua carta solicitando asilo aos bolivianos, no fim de dezembro, ele de fato ligou sua chegada � Fran�a � Doutrina Mitterrand. "Na Fran�a, minha extradi��o foi negada pela Suprema Corte de Paris. Estabeleci e continuei minha profiss�o de jornalista e escritor", contou. "Amparado pela Doutrina Mitterrand, formei uma fam�lia e me dediquei � minha profiss�o de escritor, publicando 13 livros."

Segundo Battisti, a situa��o apenas mudou quando ocorreu a "coincid�ncia" de governos de direita terem chegado ao poder na It�lia e na Fran�a, com Nicolas Sarkozy e Silvio Berlusconi. Isso, segundo ele, o teria obrigado a buscar, em 2004, ref�gio no Brasil. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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