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Estado de Minas INTERNACIONAL

Brasileiros se arriscam para fazer pl�stica na Venezuela


postado em 05/03/2019 11:00

Com medicamentos em falta, hospitais insalubres e o avan�o de doen�as contagiosas, a Venezuela possui um mercado ativo de pacientes brasileiros em busca de tratamento particular em medicina est�tica. O fechamento da fronteira com o Brasil pelo presidente Nicol�s Maduro atrapalhou os planos de dezenas de pacientes que tentavam voltar por terra a Roraima.

O principal destino no pa�s caribenho � Puerto Ordaz, a cerca de 600 quil�metros da fronteira com Pacaraima, em Roraima. Quatro cl�nicas privadas comandadas por m�dicos venezuelanos, cubanos e brasileiros atraem a clientela com pre�os que chegam a 10% do cobrado no Brasil. A Sociedade Brasileira de Medicina Est�tica n�o tem dados sobre a procura. N�o raro, brasileiras morrem por realizar cirurgias pl�sticas em cl�nicas clandestinas no Brasil.

Alguns brasileiros v�o por conta pr�pria � Venezuela, enquanto outros contratam cuidadores para obter facilidades nos tr�mites e intermediar o contato com os m�dicos. Os cuidadores acompanham a viagem e as cirurgias. Perfis nas redes sociais fazem propaganda dos m�dicos e oferecem os servi�os, buscados, principalmente, por moradores de Roraima, Par� e Amazonas.

Com a fronteira fechada, duas mulheres se arriscaram voltando a p� ao Brasil por trilhas abertas por contrabandistas na vegeta��o de savana. O trajeto mais r�pido dura entre uma e duas horas para quem possui bom condicionamento f�sico, mas � um esfor�o extenuante para pessoas que passaram por cirurgias. As duas precisaram ser socorridas ao chegar do lado brasileiro - uma delas foi carregada numa maca.

Entre as 70 pessoas que estavam no vice-consulado brasileiro na cidade fronteiri�a de Santa Elena do Uair�n h� duas semanas, quatro mulheres eram rec�m-operadas - uma passara por opera��o nos seios, no gl�teo e no abd�men de uma s� vez, como forma de otimizar a viagem. N�o havia morfina para as dores. O grupo atravessou a fronteira ap�s acordo com o regime bolivariano.

Entre elas, estava a profissional de enfermagem Roberta Gomes da Silva, de 35 anos, que realizara a primeira fase do tratamento para varizes. Ela pagou R$ 1 mil pelos cuidados, que inclu�ram t�cnica com uso de laser e ozonioterapia, tratamento complementar para infec��es e inflama��es reconhecido no ano passado pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS). Roberta levou na mala tudo o que faltava para a recupera��o: meias de compress�o, medicamentos e um aparelho de press�o.

Preparo

H� quatro anos, ela come�ou a viajar ao pa�s vizinho levando conhecidos para as cl�nicas. Aos poucos, decidiu testar procedimentos simples, como remo��o de sinais na pele, e atualmente s� faz tratamentos eletivos em cl�nicas venezuelanas. Ela afirma que se trata em uma cl�nica com alvar� de funcionamento, higiene e equipamentos adequados, al�m de um gerador. "Se eles tiverem como trabalhar, � impec�vel. Eu s� fa�o procedimentos na Venezuela. Eles s�o muito detalhistas, as pessoas n�o ficam jogadas, como se pensa." Roberta diz que pretende voltar para concluir o tratamento.

A vendedora Keila Quirino, de 30 anos, ficou presa com as filhas Ana Gabriela, de 10 anos, e Maria Fernanda, de 4 anos, no vice-consulado e decidiu abandonar o tratamento em Puerto Ordaz. O marido, garimpeiro de ouro na Venezuela, tamb�m est� de sa�da do pa�s por causa da viol�ncia das mil�cias.

"N�o pretendo ir mais, dessa vez fiquei com medo. Vi o cen�rio de guerra, carros metralhados, furos nas paredes", diz Keila. A vendedora buscou a Venezuela pela proximidade e pelos pre�os atrativos. Realizou uma consulta pr�-operat�ria e agendou uma cirurgia vascular ao pre�o de R$ 1.989 em Puerto Ordaz. Em Roraima, os custos ficariam entre R$ 12 mil e R$ 15 mil.

C�mbio

O pagamento na Venezuela � arriscado, porque os m�dicos s� recebem em d�lar ou real, j� que o bol�var � desvalorizado. As brasileiras possuem esquemas de c�mbio paralelo. Uma das op��es � transferir o dinheiro em reais a uma conta banc�ria de um intermediador que tenha dupla nacionalidade e contas em bancos brasileiros e venezuelanos. Essa pessoa, que ret�m parte do valor como pagamento, fica respons�vel por entregar o cart�o de um banco venezuelano para que as brasileiras gastem durante a estada.

Os m�dicos tratam com informalidade as pacientes, a quem recebem na porta da cl�nica, e fazem ofertas durante as consultas. Roberta, por exemplo, diz que lhe ofereceram uma corre��o nas p�lpebras por R$ 1 mil durante a aplica��o do laser nas varizes.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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