Milhares de pessoas tomaram nesta sexta-feira as ruas do centro de Argel para protestar contra o quinto mandato anunciado pelo presidente Abdelaziz Bouteflika.
Novas manifesta��es em massa est�o previstas para o longo desta sexta-feira, a terceira consecutiva.
"N�o ao quinto mandato de Buteflika!" � a palavra de ordem dos manifestantes.
O motoristas fizeram um "buzina�o" e v�rios habitantes colocaram a bandeira nacional - verde e branca com uma estrela vermelha - na janela de sua resid�ncia.
Os protestos coincidem com a celebra��o do 8 de mar�o, Dia Internacional da Mulher, e muitas mulheres devem participar das marchas, que foram mobilizadas para depois a grande ora��o semanal dos mu�ulmanos �s sextas-feiras.
Antes deste novo dia de manifesta��o, muitos carros da pol�cia foram mobilizados, bem como ve�culos anti-motim por toda a capital. As manifesta��es anteriores, exceto por algumas perturba��es isoladas na capital, foram pac�ficas e sem incidentes.
Nas redes sociais, a hashtag "#Mouvement_du_8_Mars" (#movimento de 8 de mar�o) se espalhou nos �ltimos dias, convocando a mobiliza��o da popula��o nas principais cidades da Arg�lia.
Em Argel, tamb�m foram organizados em redes sociais os chamados grupos de "bra�adeiras verdes", volunt�rios que s�o respons�veis por orientar e monitorar os participantes para evitar incidentes e dar primeiros socorros em caso de uso de g�s lacrimog�neo, al�m de limpar as ruas ap�s a manifesta��o.
- Advert�ncia -
Na v�spera, Bouteflika alertou a na��o para a possibilidade de "caos" no pa�s ante tantas manifesta��es.
O presidente de 82 anos est� confinado a uma cadeira de rodas desde que sofreu um derrame cerebral em 2013 e raramente aparece em p�blico.
Em sua nota, Bouteflika comemorou o fato de o "pluralismo democr�tico ser uma realidade no pa�s", mas emitiu um alerta sobre "infiltra��es" nos protestos e em fun��o disso pediu cautela.
Bouteflika n�o fez qualquer men��o de sua pr�pria candidatura como um gatilho para os protestos, mas em vez disso fez uma refer�ncia sinistra � necessidade de evitar o retorno � "trag�dia nacional", referindo-se � sangrenta guerra civil que se arrastou por 10 anos.
A advert�ncia de Bouteflika foi feita no mesmo dia em que milhares de advogados tomaram as ruas da capital, para protestar contra a nova candidatura nas elei��es de 18 de abril por causa do delicado estado de sa�de do presidente.
O an�ncio de sua candidatura em 10 de fevereiro provocou protestos de uma magnitude nunca antes vista contra ele, eleito chefe de Estado h� duas d�cadas.
Apesar de manifesta��es terem sido proibidas na capital desde 2001, quase todos os dias h� protestos em Argel desde 22 de fevereiro.