O governo dos Estados Unidos deve anunciar nesta quarta-feira, 17, o endurecimento do embargo econ�mico a Cuba como parte de uma nova rodada de san��es contra o pa�s. A medida permitir� a cubanos que emigraram para os Estados Unidos entrar na Justi�a para reaver propriedades expropriadas na Revolu��o Cubana.
No limite, a iniciativa dificultar� a entrada de novos investimentos na ilha e amea�a os interesses de multinacionais europeias, principalmente francesas, espanholas e canadenses, com investimentos no pa�s.
A san��o consiste, na pr�tica, na ativa��o de um artigo da Lei Helms-Burton, aprovada em 1996, para punir o regime cubano. A cl�usula 3� da legisla��o, no entanto, tem sido vetada por todos os presidentes americanos desde Bill Clinton, republicanos ou democratas.
Isso aconteceu porque na �poca em que a lei foi aprovada, a Uni�o Europeia denunciou os Estados Unidos na Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC). O lit�gio foi conclu�do ap�s Washington concordar em bloquear o artigo 3� em troca do fim do processo. A decis�o de Trump romper� esse acordo.
O governo americano deve implementar tamb�m o artigo 4� da legisla��o, que restringe a entrada nos Estados Unidos de pessoas que possuam propriedades confiscadas de cidad�os cubano-americanos.
O an�ncio formal deve ser feito hoje pelo assessor de Seguran�a Nacional, John Bolton, juntamente com san��es � Nicar�gua e � Venezuela. Os tr�s pa�ses foram designados por Bolton como a "troica da tirania".
Uma fonte da Casa Branca afirmou ontem que Trump n�o teme ser processado novamente pelos europeus na OMC. "Eles t�m o direito de tentar e n�s de v�-los fracassar", disse. "Os europeus est�o lucrando h� 24 anos com a propriedade roubada de cidad�os americanos."
A medida tamb�m � uma tentativa de minar os investimentos estrangeiros em Cuba como puni��o ao apoio de Havana ao presidente da Venezuela, Nicol�s Maduro. O projeto, no entanto, pode at� mesmo prejudicar algumas empresas americanas que come�aram a investir em Cuba depois do processo de abertura conduzido pelo presidente Barack Obama, em 2015.
Volume. Entre as maiores empresas com atua��o em Cuba est�o a rede de hot�is espanhola Meli�, a mineradora canadense Sherrit International, entre outras multinacionais.
Ainda de acordo com a fonte da Casa Branca, os processos que devem tramitar na Justi�a americana opondo descendentes de cubanos e empresas europeias ser�o um obst�culo pequeno comparado � mensagem que Trump pretende mandar contra Cuba na comunidade internacional.
O an�ncio ocorre em meio ao agravamento da crise econ�mica em Cuba. As reformas que introduziram uma t�mida liberaliza��o da economia por Ra�l Castro, que deixou o poder este ano, n�o surtiram o efeito esperado. O investimento almejado com o acordo selado entre o regime e Obama tamb�m n�o se concretizou em virtude das pol�ticas de Trump para a regi�o, principalmente depois da chegada de Bolton e do secret�rio de Estado, Mike Pompeo, ao governo republicano.
O investimento direto em Cuba aumentou nos �ltimos anos, mas num ritmo insuficiente para capitalizar a economia da ilha e remodelar sua incipiente infraestrutura produtiva.
Analistas estimam que � improv�vel que a medida afugente investidores de grande capital da ilha, mas deve impedir novos investimentos.
O governo cubano n�o comentou a decis�o, mas nos �ltimos dias o presidente Miguel Diaz-Canel vinha criticando os rumores de que o artigo 3� da lei seria ativado pelos EUA. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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