O presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, anunciou na quinta-feira, 25, um pacote de medidas em resposta ao movimento popular conhecido como "coletes amarelos", que h� 23 semanas protesta nas ruas do pa�s contra o custo de vida, a carga tribut�ria e os privil�gios dos pol�ticos. Entre outras a��es, Macron prometeu cortar impostos e aumentar as aposentadorias.
Ontem, em um encontro com jornalistas, acompanhado na TV por milh�es de franceses, o presidente reconheceu que o governo precisar� trabalhar mais e gastar menos para compensar a menor arrecada��o com os impostos e o aumento dos gastos com as aposentadorias e os b�nus salariais prometidos. "N�o quero aumentos de impostos. Quero uma redu��o para os que trabalham, diminuindo significativamente os tributos sobre a receita", declarou.
O presidente tamb�m disse ser favor�vel ao fechamento da Escola Nacional de Administra��o, considerada elitista e obsoleta pelos manifestantes. O instituto forma a maior parte dos funcion�rios p�blicos do pa�s - o pr�prio Macron estudou no local.
Macron defendeu ainda pol�ticas duras contra a imigra��o ilegal na Europa - outro aceno aos manifestantes mais identificados aos pol�ticos nacionalistas franceses. O presidente afirmou que deseja uma Europa "forte", que proteja as fronteiras, mas saiba selecionar aqueles que est�o realmente em perigo em outros pa�ses. "Para podermos dar boas-vindas, precisamos ter uma casa. Ent�o, temos de ter fronteiras que sejam respeitadas. Precisamos de regras."
Exig�ncias. Os protestos dos "coletes amarelos" come�aram em novembro de 2018. Inicialmente, os atos eram contra o aumento de um imposto sobre combust�vel, para beneficiar uma transi��o para ve�culos mais ecol�gicos. No entanto, com o tempo, a insatisfa��o foi incorporando reclama��es difusas, como custo de vida, impostos, privil�gios da elite e aposentadorias.
Sem lideran�a espec�fica, oposicionistas tanto da esquerda radical quanto da direita nacionalista tentaram capitalizar com as manifesta��es. Entretanto, cenas de viol�ncia e algumas mortes por atropelamento esvaziaram os protestos e minaram a imagem dos manifestantes.
Para tentar acabar com o movimento, Macron anunciou o que chamou de "grande debate nacional", para encontrar uma sa�da. As medidas de ontem deveriam ter sido anunciadas no dia 15, mas o presidente decidiu adi�-las em raz�o da como��o causada pelo inc�ndio na Catedral de Notre-Dame.
"Os coletes amarelos s�o um movimento in�dito que mostrou a raiva e a impaci�ncia para que as coisas mudem e para que o povo franc�s continue a progredir num mundo incerto. Este movimento foi tomado pelos extremismos. Agora � a hora da ordem p�blica voltar", disse M�cron.
Al�m do corte de impostos e de melhorar o reajuste das aposentadorias, o presidente prometeu um b�nus salarial e simplificar a convoca��o de referendos, intensificando a democracia direta. Ele garantiu tamb�m que n�o fechar� nenhum hospital e escola at� 2022 e prop�s uma reforma para favorecer as regi�es da Fran�a, descentralizando o poder pol�tico, hoje excessivamente concentrado em Paris.
Recusa
No entanto, Macron n�o cedeu em algumas quest�es. O presidente rejeitou duas reivindica��es dos coletes amarelos: a introdu��o do voto obrigat�rio e a exig�ncia de que o voto em branco seja computado nas elei��es. "O voto em branco � negligente. N�o vou adotar essa medida porque j� temos uma crise de inefic�cia. Temos de fazer uma escolha no voto e essa escolha � importante. O branco n�o � uma decis�o, � uma escolha f�cil", afirmou. "Sobre o voto obrigat�rio, n�o resolveremos nossa crise democr�tica na base da coer��o", disse Macron. (Com agenciais internacionais)
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