(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Milhares v�o �s ruas contra cortes na educa��o; Bolsonaro critica 'idiotas �teis'


15/05/2019 19:02
436

Dezenas de milhares de estudantes e professores protestaram em todo o pa�s nesta quarta-feira (15) contra o bloqueio de recursos para a Educa��o, anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro, que atribuiu a agita��o � manipula��o de "idiotas �teis" por parte de uma minoria de esquerda.

Greves e atos foram convocados por sindicatos de estudantes, professores e pessoal de servi�o de universidades federais e col�gios secundaristas. V�rias institui��es de ensino privado se somaram a esta primeira grande onda de contesta��o �s pol�ticas do presidente ultraconservador, que assumiu o cargo em 1� de janeiro.

As principais manifesta��es come�aram ao final da tarde, mas por volta das 15h, multid�es j� se reuniam nas principais cidades do pa�s.

As palavras de ordem tamb�m apontavam contra a reforma da Previd�ncia - considerada essencial pelo mercado financeiro e pelo governo para acertar as contas p�blicas - e contra o decreto recente de Bolsonaro de flexibilixar o porte de armas.

Alguns sindicalistas veem as manifesta��es desta quarta como um teste para a greve geral, convocada para 14 de junho contra a reforma previdenci�ria.

"Minha arma � o livro. Mas infelizmente, a educa��o n�o � uma prioridade e onde faltam cultura e educa��o, sobra viol�ncia", disse � AFP a escritora Alessandra Roscoe durante a manifesta��o em Bras�lia.

Em S�o Paulo, autoridades fecharam a avenida Paulista, uma das principais vias da cidade, lotada por manifestantes em sua maioria jovens, incentivados por uma banda musical e repetindo palavras de ordem como "Tirem as m�os da educa��o" e "Livros sim, armas n�o".

"Ou param estes cortes ou paramos o Brasil", repetiam os manifestantes em volta de um carro de som na Paulista.

No Rio de Janeiro, v�rias universidades montaram barracas na Pra�a XV, centro da cidade, com o lema "a aula hoje � na rua".

Segundo fontes policiais, havia 15.000 manifestantes em Bras�lia e 20.000 em Bel�m do Par�. Organizadores contaram pelo menos 70.000 em Salvador.

Cartazes e camisetas com a inscri��o "Lula Livre" foram vistas em v�rias manifesta��es.

Os atos foram realizados com pouco contingente policial e em clima de tranquilidade, embora alguns incidentes tenham sido registrados. Em Porto Alegre, a Pol�cia dispersou com bombas de g�s lacrimog�neo grupos de jovens em frente � Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Os protestos denunciam os planos do ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, de bloquear recursos, inclusive 30% do or�amento discricion�rio (n�o obrigat�rio) das universidades federais. A medida afeta milhares de bolsas de estudo, assim como o pagamento de contas de luz, �gua, servi�os de limpeza e seguran�a.

O governo alega que n�o se tratam de cortes definitivos, mas um contingenciamento de recursos em todas as �reas quando a renda prevista � inferior � contemplada nos or�amentos.

Weintraub, convocado pela C�mara dos Deputados, explicou que o novo governo "n�o � respons�vel pelo desastre da educa��o b�sica brasileira" e advertiu que a "autonomia universit�ria n�o � soberania. As universidades t�m que respeitar as leis".

- 'Idiotas �teis' -

Bolsonaro optou por confrontar os manifestantes, afirmando que a maioria dos manifestantes � "militante. N�o tem nada na cabe�a".

"Se perguntar 7 x 8 n�o sabe. Se perguntar a f�rmula da �gua, n�o sabe. N�o sabe nada. S�o uns idiotas �teis, uns imbecis que est�o sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que comp�e o n�cleo de muitas universidades federais do Brasil", afirmou Bolsonaro, em visita a Dallas (Texas), onde ser� homenageado na quinta-feira pela C�mara de Com�rcio Brasil-Estados Unidos.

Estas declara��es foram consideradas uma afronta por muitos manifestantes, que insistem na defesa da educa��o.

"Tenho mestrado e p�s-doutorado em energia; se algu�m � idiota nessa hist�ria n�o sou eu. Sem ci�ncia n�o h� sa�de, nem trabalho. Estamos aqui lutando para que o Brasil continue produzindo conhecimento. Sem dinheiro, n�o h� conhecimento", afirmou Mariana Moura, de 38 anos, pesquisadora do Instituto de Energia da Universidade de S�o Paulo.

Desde a chegada de Bolsonaro ao poder, a Educa��o se tornou um campo de disputa entre os setores mais conservadores do eleitorado do capit�o, decididos a extirpar qualquer vest�gio do "marxismo cultural" nas salas de aula.

O presidente j� tinha causado pol�mica em abril, ao anunciar no Twitter que seu governo analisava cortar verbas para cursos como filosofia e sociologia nas universidades p�blicas, com o objetivo de concentrar esfor�os em cursos como veterin�ria, engenharia ou medicina.

No Twitter, os tr�s principais temas de discuss�o nesta tarde eram #TsunamiDaEduca��o,#Lula Livre e #NaRuaPelaEduca��o.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)