Mais de um milh�o de pessoas foram �s ruas neste domingo (9), em Hong Kong, contra o projeto que poder� permitir extradi��es para a China continental - disseram organizadores do ato.
"H� 1,03 milh�o de pessoas na manifesta��o de hoje", disse um organizador em meio � multid�o, no que seria a maior manifesta��o j� vista desde que a ex-col�nia brit�nica passou para a China.
N�o se via um ato desta magnitude pelo menos desde 1989, ainda sob o governo colonial, quando uma multid�o de 1,5 milh�o de pessoas se reuniu para apoiar os manifestantes da pra�a de Tiananmen.
Os manifestantes marcharam sob um calor inclemente pelas estreitas ruas da ilha principal deste centro financeiro, em um barulhento e colorido protesto para pedir que o governo recua na decis�o.
A pol�cia, que historicamente divulga estimativas muito mais baixas do que as dos organizadores, calculou que o n�mero m�ximo foi de 240.000 pessoas. Ainda assim, � o segundo maior protesto desde que a ex-col�nia foi transferida.
Em 2003, em outro protesto de peso, cerca de meio milh�o de pessoas obrigaram o governo a deixar de lado uma lei de seguran�a nacional profundamente impopular.
"O governo n�o pode ignorar estes n�meros", disse � AFP o manifestante Peter Chan, de 21 anos.
- Cr�ticas de diferentes setores
Este projeto das autoridades de Hong Kong pr�-Pequim deixar� a popula��o � merc� de um sistema judici�rio chin�s opaco e politizado, alegam seus cr�ticos.
N�o est� claro, por�m, que as autoridades estejam considerando uma mudan�a de postura. A l�der da cidade, Carrie Lam, construiu sua carreira pol�tica sobre uma reputa��o de levar as legisla��es � frente.
Ignorar os protestos pode trazer � tona os eventos de 2014, quando manifestantes pr�-democracia ocuparam durante dois meses cruzamentos de importantes vias da cidade.
Os organizadores advertiram, neste domingo, que "v�o aumentar" suas a��es, se o governo n�o der marcha a r�. Isso pode enfurecer Pequim, j� que a lei tem o apoio de v�rios lideran�as do Partido Comunista.
Em um comunicado divulgado neste domingo � noite, o governo local apenas descreveu os protestos como "um exemplo do exerc�cio da liberdade de express�o do povo de Hong Kong".
Confrontos entre a pol�cia e manifestantes explodiram nas imedia��es do Conselho Legislativo de Hong Kong, ap�s o multitudin�rio ato.
Depois que um grupo anunciou que permaneceria durante toda noite em frente � sede do governo, unidades da pol�cia tentaram dispersar a multid�o com cacetetes e g�s de pimenta. Os manifestantres responderam lan�ando garrafas, acompanhou um rep�rter da AFP.
A iniciativa que o governo local pretende levar adiante provocou cr�ticas de juristas, dos c�rculos financeiros e de diplomatas ocidentais.
As autoridades tentam conseguir realizar, no Conselho Legislativo (LegCo, o "Parlamento" local), a vota��o sobre este texto. A norma autorizaria as extradi��es para pa�ses, com os quais n�o existe um acordo neste tema - entre eles a China continental.
O Executivo desta regi�o semiaut�noma defende que a lei vai preencher uma brecha jur�dica e que � necess�ria, em especial para permitir a extradi��o para Taiwan de um cidad�o de Hong Kong acusado de assassinato. Os cr�ticos insistem em que este caso � apenas uma desculpa para satisfazer Pequim.
