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Estado de Minas INTERNACIONAL

M�xico pedir� a Brasil maior controle de imigrantes caso acordo com EUA falhe


postado em 12/06/2019 07:02

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, sugeriu que o Brasil tamb�m pague a conta do cerco aos imigrantes ilegais exigido pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo ele, novas medidas seriam necess�rias se o acordo com os americanos, anunciado na semana passada, n�o reduzir o n�mero de imigrantes que entram no M�xico a caminho dos EUA no prazo de 45 dias. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o Itamaraty disse ontem que n�o foi contatado por nenhum governo sobre o assunto.

Ebrard afirmou que "a��es adicionais para restringir a imigra��o ilegal" devem envolver tamb�m Brasil, Panam� e Guatemala. "Precisamos da solidariedade deles", disse o chanceler mexicano. "Do Brasil, porque � onde as pessoas de fora do continente chegam. Do Panam�, porque � onde chegam cubanos e haitianos. Da Guatemala, porque � por onde passam hondurenhos e salvadorenhos."

Segundo o governo americano, no ano fiscal de 2019, que come�ou em outubro, foram apreendidas na fronteira do M�xico com os EUA 27 mil pessoas de 37 pa�ses - exceto M�xico. De acordo com o jornal USA Today, apenas no posto fronteiri�o de Del Rio, no Texas, o n�mero de deten��es de n�o mexicanos aumentou 500% em rela��o ao ano passado.

Na semana passada, diz o jornal, um grupo de 37 congoleses foi preso ao tentar entrar nos EUA pela passagem de Del Rio. Apesar do aumento, o n�mero de africanos ainda � irris�rio diante do total de centro-americanos que fazem a travessia.

Estat�sticas do governo americano mostram que apenas 367 imigrantes africanos foram presos na fronteira em 2018, um aumento de 44,5% em rela��o a 2017. No mesmo per�odo, mais de 380 mil centro-americanos - incluindo 155 mil mexicanos - foram apreendidos ao tentarem entrar nos EUA.

O n�mero relativamente baixo de africanos apreendidos se explica, segundo o USA Today, pelo fato de a maioria dos imigrantes da �frica preferir aguardar a conclus�o do processo de asilo no M�xico - o fato de n�o terem fam�lia ou conhecidos do lado americano faz com que eles n�o arrisquem a travessia.

O Brasil tem um papel duplo no fluxo regional de imigra��o. "O Brasil tem um papel curioso em n�vel mundial, mesmo sem conter os maiores �ndices de imigra��o. Pode ser tanto um pa�s intermedi�rio quanto um destino final", afirma o coordenador do Projeto de Promo��o dos Direitos dos Migrantes da USP, Victor Del Vecchio.

Enquanto alguns imigrantes de pa�ses africanos e asi�ticos constroem uma rota incluindo o Brasil como parada estrat�gica, por uma "quest�o de fiscaliza��o", segundo Del Vecchio, a maioria daqueles que procuram viajar para os EUA, partindo do territ�rio brasileiro, tinha planos de se estabelecer aqui, mas mudou de ideia.

"Eles ficam decepcionados com o custo de vida e com os sal�rios que n�o compensam", explica o padre Paolo Parise, coordenador da entidade Miss�o Paz. As rotas que saem do Brasil em dire��o aos EUA s�o diversas e variam de acordo com o dinheiro dispon�vel.

"O caminho mais barato � por terra, via Acre. Um imigrante me disse que pagou US$ 6 mil", afirma Parise.

Del Vecchio explica a varia��o entre rotas a�reas e terrestres. "Uma rota frequente tem o Equador como ponto de parada, que tem uma pol�tica de vistos mais f�cil do que de outros pa�ses. � um voo menos fiscalizado", conta.

O presidente da ONG �frica do Cora��o, Jean Katumba Mulondayi, relata que cinco grupos, cada um com uma rota diferente, chegaram a sair ao mesmo tempo do Brasil. Ele acompanhou uma viagem ao Equador, seguindo para Costa Rica, M�xico e EUA. "Eles saem sem saber o que vai acontecer. O destino fica nas m�os de Deus", afirma.

O acordo entre EUA e M�xico, anunciado na sexta-feira, evitou a imposi��o de tarifas gradativas sobre as importa��es de todos os bens mexicanos. Mesmo com todas as concess�es, o governo americano foi criticado no fim de semana por ter capitulado nas negocia��es.

Por isso, desde segunda-feira, Trump garante que levar� as tarifas adiante se o Congresso mexicano n�o aprovar uma parte ainda n�o revelada do acordo que os EUA pleiteam h� muito tempo. Ontem, o presidente americano garantiu que o acordo tinha trechos "secretos" e exibiu uma folha de papel, sem mostrar detalhes. O governo mexicano nega que haja partes n�o divulgadas do acordo com Trump. (Com ag�ncias internacionais)



As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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