O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (14) que o Supremo Tribunal Federal (STF) foi al�m de suas atribui��es ao criminalizar a homofobia e voltou a citar a possibilidade de nomear um juiz evang�lico para o tribunal.
Num caf� da manh� com jornalistas em Bras�lia, Bolsonaro considerou que a decis�o do STF de equiparar penalmente a homofobia ao racismo poderia prejudicar os pr�prios homossexuais. No ambiente de trabalho, por exemplo, um empregador "vai pensar duas vezes" antes de contratar um um homossexual, por temer ser acusado de homofobia, declarou.
O STF cometeu um "completo equ�voco", porque "entrou na seara do Legislativo", afirmou o presidente, eleito com forte apoio das ultraconservadoras igrejas pentecostais.
O Superior Tribunal Federal aprovou a decis�o por 8 votos a 3. Mas segundo Bolsonaro, se na corte tivesse um ministro evang�lico, teria "pedido vista" (tempo para analisar o caso), adiando a vota��o.
"Tem que ter um equil�brio ali [no tribunal]. Isso n�o � misturar pol�tica com religi�o", disse, segundo texto divulgado no site G1.
O presidente j� havia citado no fim do m�s passado a possibilidade de nomear um evang�lico para o STF, que deve ter dois cargos vagos por aposentadoria antes do fim de seu mandato 2022.
Em suas delibera��es conclu�das na quinta-feira, o STF considerou que o Poder Legislativo foi omisso ao n�o aprovar at� agora uma lei que permita criminalizar a homofobia.
O Brasil � um dos pa�ses com mais crimes homof�bicos do mundo.
Segundo a ONG Grupo Gay da Bahia (GGB), que recolhe estat�sticas nacionais h� quatro d�cadas, em 2017 foram 387 assassinatos e 58 suic�dios por "homotransfobia", 30% a mais do que em 2016.
Isto representa a morte por suic�dio ou assassinato de uma pessoa LGBT (l�sbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transg�nero) a cada 19 horas.