A Anistia Internacional pediu nesta segunda-feira � ONU para que realize uma investiga��o independente sobre os milhares de filipinos mortos em nome da guerra �s drogas declarada pelo presidente Rodrigo Duterte e denunciou abusos sistem�ticos cometidos com impunidade.
A repress�o, que muitos filipinos aprovam, � a principal pol�tica de Duterte, mas os assassinatos noturnos atribu�dos � pol�cia filipina s�o condenados internacionalmente.
Duterte chegou ao poder em 2016 com a promessa de erradicar o tr�fico de drogas matando dezenas de milhares de supostos traficantes e viciados. Ele at� disse que os peixes na ba�a de Manila engordariam com os cad�veres.
Em seu segundo relat�rio sobre o assunto, a Anistia disse que as v�timas s�o principalmente filipinos pobres, muitos dos quais est�o em "listas de vigil�ncia de drogas".
Seus nomes s�o dados por autoridades locais sujeitas � "imensa press�o" da pol�cia para repassar nomes de suspeitos.
"Pior ainda, as pessoas que constam das listas parecem estar l� indefinidamente, sem chance de serem retiradas, apesar de terem seguido o tratamento e pararem de usar drogas", diz a ONG.
Em um discurso depois que a Anistia publicou o relat�rio, Duterte disse que "as execu��es extrajudiciais s�o boas, mas a corrup��o, n�o".
O chefe de Estado n�o explicou essas declara��es.
A Anistia, que considera imposs�vel especificar o n�mero exato de mortes, acusa Manila de ter uma pol�tica de "deliberada desinforma��o".
Segundo o governo, 5.300 pessoas foram assassinadas pela pol�cia, mas os defensores dos direitos humanos acreditam que o n�mero � quatro vezes maior.
A ONG com sede em Londres tamb�m denuncia a "natureza sistem�tica das viola��es", como qualificado por Nicholas Bequelin, diretor para o Leste da �sia.
A imprensa n�o tem interesse nas mortes, as autoridades n�o investigam, nem h� programas de atendimento adequados para dependentes de drogas, segundo a AI.
"Isso cria um clima de total impunidade no pa�s, onde a pol�cia e outros s�o livres para matar sem qualquer repercuss�o", denuncia o relat�rio.
Como apontou em seu primeiro relat�rio, a Anistia considera que "os crimes cometidos s�o, talvez, crimes contra a humanidade".
O grupo investigou as mortes de 27 pessoas na prov�ncia de Bulacan, perto de Manila, e acusou a pol�cia de arrombar as portas antes de atirar nos suspeitos e sequestrar outros e depois mat�-los.
A pol�cia altera as cenas de crime, inventa relat�rios, rouba v�timas, acrescenta o relat�rio.
O pedido de uma investiga��o independente feito � ONU se oriunda de um projeto de resolu��o proposto pela Isl�ndia ao Conselho, e apoiado por pa�ses ocidentais.