Lima – Chanceleres e representantes de quase 60 pa�ses debateram ontem, em Lima, uma solu��o para a crise na Venezuela, um dia depois de Washington congelar todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos. Convocada pelo Grupo de Lima, a “Confer�ncia Internacional pela Democracia na Venezuela” come�ou depois de uma reuni�o de quase tr�s horas das na��es que reconhecem Juan Guaid�. “Convido-os a renovar nosso total apoio ao presidente Juan Guaid�”, disse o ministro peruano das Rela��es Exteriores, N�stor Popolizio, ao inaugurar a reuni�o, pedindo que se redobrem os esfor�os para conseguir uma mudan�a de governo de Caracas.
O encontro contou com a presen�a de chanceleres e delegados de todos os continentes convocados pelo Grupo de Lima. Inclui uma delega��o de alto n�vel enviada pelo presidente americano, Donald Trump, mas n�o conta com representantes dos pa�ses que apoiam o governo de Nicol�s Maduro, como Cuba, R�ssia, China e Turquia, que rejeitaram o convite. Trump enviou a Lima o secret�rio do Com�rcio, Wilbur Ross, e o conselheiro de Seguran�a Nacional, John Bolton.
Bolton disse que chegou o momento de avan�ar para uma “transi��o de poder de Maduro para Juan Guaid�”, o l�der opositor reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 pa�ses. “Esta reuni�o ser� muito emblem�tica para reafirmar o apoio da comunidade internacional � presid�ncia interina de Juan Guaid�”, declarou o assessor para a Am�rica Latina no Conselho de Seguran�a Nacional de Trump, Mauricio Claver-Carone, que integra a delega��o americana. “Tamb�m vamos falar sobre o que faremos no dia 1, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder”, completou.
Bolton afirmou que o governo dos Estados Unidos tem a “inten��o de que a transfer�ncia (de poder na Venezuela) seja pac�fica”, mas reiterou que todas as op��es est�o sobre a mesa. Na segunda-feira, Trump congelou todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos, que agora “est�o bloqueados e n�o podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados, ou manejados”. Washington n�o aplicava uma medida deste tipo contra um pa�s do continente americano h� tr�s d�cadas, algo semelhante �s san��es impostas � Coreia do Norte, ao Ir� e � S�ria.
Amea�a e defesa Depois do an�ncio de san��es, Bolton afirmou que, quem fizer neg�cios com Maduro, tamb�m poder� ser punido por Washington. “Este bloqueio n�o � contra o povo da Venezuela, mas contra o regime de Maduro”, frisou o conselheiro de Seguran�a Nacional. “Gostaria de deixar claro que este decreto executivo, com amplos efeitos, autoriza o governo americano a identificar e converter em alvo de san��es pessoas que continuem dando apoio ao ileg�timo regime de Nicol�s Maduro”, declarou Bolton.
“Dissemos � R�ssia e � China que o apoio que d�o ao regime de Maduro � intoler�vel, em particular, para o regime democr�tico que substituir� Maduro. � R�ssia e, sobretudo, �queles que controlam suas finan�as, voltamos a dizer o seguinte: 'N�o redobrem uma aposta equivocada'”, frisou. “Para a China, que j� se mostra desesperada para recuperar as perdas financeiras, a via mais r�pida para recuperar seu dinheiro, � apoiar um novo governo leg�timo”, acrescentou.
Ontem, o governo venezuelano acusou Washington de praticar “terrorismo econ�mico” e de buscar uma ruptura no di�logo com a oposi��o, ap�s novas san��es que congelam todos os seus bens nos Estados Unidos. O governo de Nicol�s Maduro “denuncia perante a comunidade internacional uma nova e s�ria agress�o do governo Trump por meio de a��es arbitr�rias de terrorismo econ�mico contra o povo da Venezuela”, afirma o Minist�rio das Rela��es Exteriores em um comunicado.
