O L�bano denunciou neste domingo uma "agress�o" de Israel ap�s a queda de dois drones na periferia sul de Beirute, reduto do movimento xiita pr�-iraniano Hezbollah, e advertiu que este incidente, quase sem precedentes nos �ltimos anos, pode aumentar as tens�es regionais.
O incidente ocorreu antes do amanhecer, horas depois que Israel anunciou ataques na S�ria para impedir, segundo o Estado judeu, uma for�a iraniana de lan�ar um ataque com drones explosivos.
Considerado por Israel e pelos Estados Unidos como uma "organiza��o terrorista", o Hezbollah � um importante ator pol�tico no L�bano, onde � representado no governo e no parlamento. � tamb�m uma for�a militar que interv�m h� anos no conflito s�rio, em apoio ao regime de Bashar al-Assad.
Nos �ltimos meses, o movimento xiita e as autoridades israelenses, cujo �ltimo conflito aberto data de 2006, multiplicaram as declara��es de guerra. Israel tem bombardeado regularmente a S�ria contra o Hezbollah e seus aliados, o Ir� e Assad.
Desta vez, o conflito transbordou no pr�prio L�bano.
"Dois drones pertencentes ao inimigo israelense violaram o espa�o a�reo liban�s (...) na periferia sul de Beirute. O primeiro caiu e o segundo explodiu no ar causando danos materiais", anunciou o Ex�rcito liban�s em um comunicado.
O Hezbollah informou que a explos�o do segundo drone atingiu um de seus centros de m�dia.
"O segundo (drone), carregado com explosivos, detonou, causando danos significativos" no centro, garantiu � ag�ncia nacional (ANI) um porta-voz do Hezbollah, Mohamed Afif.
O Ex�rcito "isolou a �rea" e anunciou que a pol�cia militar estava conduzindo a investiga��o.
Um correspondente da AFP ouviu uma grande explos�o antes do amanhecer. A algumas dezenas de metros do centro de m�dia, constatou as for�as de seguran�a libanesas se posicionarem. Os servi�os de seguran�a do Hezbollah tamb�m estavam presentes.
- "Estabilidade regional amea�ada" -
O presidente Michel Aoun denunciou um ataque � "estabilidade e � paz no L�bano e na regi�o".
Essa "nova agress�o � uma tentativa de empurrar a situa��o para mais tens�o", criticou o primeiro-ministro Saad Hariri, rival do Hezbollah no cen�rio pol�tico liban�s.
Hariri denunciou "uma viola��o da resolu��o 1701 da ONU" que p�s fim ao sangrento conflito de 2006 entre o Hezbollah e Israel.
Os 33 dias de guerra fizeram 1.200 mortos no lado liban�s e 160 no lado israelense.
O l�der do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deve se pronunciar sobre os �ltimos acontecimentos durante o dia.
Questionado pela AFP, o Ex�rcito israelense se recusou a comentar.
Nos �ltimos anos, a hostilidade entre Israel e o Hezbollah ocorreu principalmente na S�ria, mergulhada desde 2011 numa guerra sangrenta. No final da noite de s�bado, ca�as israelenses realizaram novos ataques a�reos naquele pa�s.
A defesa anti-a�rea s�ria entrou em a��o para conter os "m�sseis israelenses" na regi�o de Damasco, disse uma fonte militar citada pela ag�ncia oficial Sana. Ela assegurou que a maioria dos m�sseis foi abatida antes de atingir seus alvos.
Por sua vez, o Ex�rcito israelense anunciou que realizou os ataques para tentar impedir "uma tentativa iraniana da for�a Al-Quds (a unidade de elite da Guarda Revolucion�ria) de lan�ar um ataque a partir da S�ria contra alvos no norte de Israel com drones assassinos".
"A amea�a era significativa", disse o porta-voz do Ex�rcito israelense, Jonathan Conricus, a jornalistas, responsabilizando o Ir� e Damasco pelo ataque.
Ele tamb�m observou que, enquanto as for�as iranianas lan�aram foguetes e m�sseis contra Israel tr�s vezes em 2018, o uso de drones "camicazes" era uma nova t�tica.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a "grande a��o operacional". "O Ir� n�o tem imunidade", disse. "Nossas for�as operam em qualquer setor contra a agress�o iraniana".
O ataque israelense ocorreu em Aqrab�, no sudeste de Damasco, de acordo com o porta-voz militar israelense, e visou "v�rios alvos terroristas e instala��es militares pertencentes � for�a Al-Quds, bem como mil�cias xiitas".
Dois combatentes do Hezbollah e um iraniano foram mortos, de acordo com o Observat�rio S�rio para os Direitos Humanos (OSDH), que tem uma extensa rede de fontes no pa�s.
Citado pela ag�ncia iraniana Ilna, uma autoridade iraniana negou que posi��es da for�a Al-quds tenham sido afetadas.
"Isso n�o � verdade", disse Mohsen Rezaie, ex-oficial desta for�a e atual secret�rio do Conselho de Discernimento, um �rg�o que supervisiona o sistema pol�tico iraniano.