O governo do M�xico fracassou ontem na tentativa de prender Ovidio Guzm�n, filho do narcotraficante Joaqu�n "El Chapo" Guzm�n, em Culiac�n, no Estado de Sinaloa. A pol�cia chegou a det�-lo por algumas horas, mas desistiu depois de o cartel transformar Culiac�n em pra�a de guerra. O presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador apoiou a liberta��o de Ovidio, segundo ele, para "evitar" um banho de sangue. Ao menos oito pessoas morreram.
Os confrontos entre homens da Guarda Nacional e pistoleiros do cartel de Sinaloa deixou um rastro de destrui��o na cidade de 800 mil habitantes, com pneus queimados, carros destru�dos e sinais de bala em casas e edif�cios. A rea��o dos narcotraficantes provocou questionamentos sobre a estrat�gia do presidente de evitar o uso da for�a no combate ao crime organizado.
Nas �ltimas semanas, foram registrados tr�s confrontos violentos entre policiais e narcotraficantes: em Aguililla, Iguala e Ac�mbaro - um quarto enfrentamento, em Nuevo Laredo, n�o deixou mortos. Ontem, em Culiac�n, o caos come�ou depois que 35 homens da pol�cia chegaram � casa de Chapito, como Ovidio � conhecido, com um mandado de pris�o - o filho de Chapo tamb�m tem um pedido de extradi��o dos EUA desde 2018.
Os policiais chegaram a entrar na casa do narcotraficante, mas capangas de Chapito cercaram a resid�ncia e trocaram tiros com a pol�cia. Ao mesmo tempo. Nos arredores de Culiac�n, outros homens do cartel de Sinaloa fecharam estradas e, armados com fuzis de assalto, dominaram os principais pontos da cidade. Imediatamente, as ruas ficaram desertas, as aulas foram canceladas e lojas e pr�dios p�blicos fecharam as portas.
A situa��o ficou ainda mais ca�tica com uma rebeli�o no pres�dio local, onde 56 detentos tomaram as armas dos policiais e fugiram. Diante da rea��o, a pol�cia libertou Chapito. O advogado do narcotraficante agradeceu �s autoridades pelo respeito com que trataram seu cliente.
Cr�ticas
Obrador admitiu ter interferido no caso, segundo ele, para "evitar um derramamento de sangue". "A captura de um criminoso n�o pode valer mais que a vida das pessoas. Eles tomaram a decis�o e eu a apoiei", disse.
Para Mike Vigil, ex-agente da DEA (ag�ncia antidrogas dos EUA), que trabalhou no M�xico, o caso indica que os cart�is est�o mais poderosos. "� um grande golpe para o governo", disse. Em sua coluna no jornal El Universal, Carlos Loret de Mola classificou de "rid�culo" o papel de Obrador na liberta��o de Chapito. Salvador Garc�a Soto, tamb�m colunista do jornal, escreveu que o caso mostra a "rendi��o" do Estado mexicano.
Durante anos, o cartel de Sinaloa foi comandado por uma trinca: Juan Jos� Esparragoza Moreno (El Azul), que teria morrido em 2014, Joaqu�n Guzm�n (El Chapo), que est� preso nos EUA, e Ismael Zambada Garc�a (El Mayo), o mais discreto dos tr�s e o �nico que permanece em liberdade.
A parte dos neg�cios que cabe a Chapo estaria sendo disputada entre os filhos, conhecidos como "Los Chapitos", e o irm�o de Chapo, Aureliano Guzm�n. Ovidio, que foi detido e libertado ontem em tempo recorde, � considerado o menos violento dos tr�s filhos do narcotraficante. Os dois mais perigosos seriam Alfredo Guzm�n e Iv�n Archivaldo Guzm�n. Segundo analistas mexicanos, os dois estariam tentando ampliar seu poder dentro do cartel de Sinaloa. (com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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