
A epidemia do novo coronav�rus matou 811 pessoas na China, superando o n�mero de mortes provocadas pela S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (Sars) em todo o mundo em 2002-2003, segundo o �ltimo balan�o divulgado no domingo (noite de s�bado, 8, no Brasil).
O v�rus 2019-nCoV matou outras 89 pessoas em todo o pa�s - sendo 81 na prov�ncia de Hubei (centro), epicentro da epidemia - e o n�mero de casos na China � de 37.198, com 2.600 novos casos reportados e 811 �bitos. Fora do territ�rio, h� registro de duas mortes, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.
Entre os mortos na China continental est� um americano de origem chinesa falecido em Wuhan, epicentro da epidemia, na regi�o central do pa�s. Al�m disso, um japon�s de 60 anos, suspeito de estar infectado com o coronav�rus, tamb�m morreu em um hospital de Wuhan, anunciou o Minist�rio das Rela��es Exteriores do Jap�o.
O balan�o total da epidemia supera o da Sars, que matou 774 pessoas em todo o mundo em 2002-2003.
A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) afirmou na sexta-feira que o n�mero de casos do novo coronav�rus na China est� "se estabilizando", mas ressaltou que � muito cedo para saber se o v�rus atingiu seu pico.
"Houve uma estabiliza��o no n�mero de casos relatados por Hubei", o epicentro do surto de v�rus na prov�ncia central da China, disse Michael Ryan, diretor do Programa de Emerg�ncia em Sa�de da OMS, em uma reuni�o em Genebra.
A epidemia, entretanto, continua a se espalhar para fora da China continental e at� agora mais de 300 casos de cont�gio foram confirmados em cerca de 30 pa�ses e territ�rios.
A Am�rica Latina e a �frica continuam sendo regi�es livres do novo coronav�rus at� agora. Todos os mortos pela epidemia est�o na China continental, com exce��o de duas v�timas registradas em Hong Kong e nas Filipinas.
M�scara obrigat�ria em Xangai
A expans�o da epidemia levou as autoridades de Hong Kong a aplicarem, a partir deste s�bado, uma quarentena dr�stica de duas semanas �queles que chegam da China continental.
Os que n�o respeitam essa ordem de confinamento em hot�is ou resid�ncias particulares podem ser condenados a at� seis meses de pris�o.
As medidas de isolamento tamb�m permanecem em vigor em muitas cidades chinesas, onde dezenas de milh�es de pessoas permanecem trancadas em suas casas.
A metr�pole de Xangai, de 24 milh�es de habitantes, considerada o pulm�o econ�mico da China, exige a partir de s�bado o uso de m�scara em locais p�blicos.
Durante uma visita a Wuhan nesta semana, o vice-primeiro-ministro Sun Chunlan ordenou que as autoridades locais tomassem medidas "em tempo de guerra" e pediu, inclusive, que procurassem na cidade por habitantes com febre.
A cidade e a prov�ncia de Hubei, da qual Wuhan � a capital, est�o isoladas do mundo h� duas semanas por um cord�o sanit�rio.
Cruzeiros bloqueados
Al�m de Hong Kong, muitos pa�ses refor�am as medidas que aplicam contra pessoas da China e desaconselham viagens para o pa�s, para onde a maioria das companhias a�reas internacionais j� parou de voar.
Al�m disso, milhares de viajantes e tripulantes permanecem confinados em dois cruzeiros na �sia.
No Jap�o, o n�mero de pessoas infectadas no cruzeiro "Diamond Princess" atingiu 64 casos neste s�bado, incluindo um argentino. Cerca de 3.700 pessoas a bordo permanecem trancadas nas cabines.
Em Hong Kong, 3.600 pessoas sofreram o mesmo destino no cruzeiro "World Dream", onde oito passageiros tiveram casos confirmados. O Jap�o proibiu que outro navio de cruzeiro atracasse porque h� um passageiro com suspeita de infec��o � bordo.
Desafiando o medo do coronav�rus, uma multid�o de fi�is hindus se reuniram nesa s�bado em templos na Mal�sia para uma celebra��o religiosa.
Longe dos Sars
Na China, a popula��o ainda est� chocada com a morte do m�dico Li Wenliang, oftalmologista de Wuhan, que alertou no final de dezembro o aparecimento do v�rus, antes de contrair ele pr�prio e morrer em um hospital, na quinta-feira.
O m�dico foi acusado de espalhar boatos e acabou sendo sancionado pela pol�cia. Agora ele � um her�i nacional diante das autoridades locais acusadas de esconder o in�cio da epidemia.
Os trabalhadores dos centros m�dicos, saturados, ainda s�o muito vulner�veis ao v�rus. Quarenta funcion�rios de um hospital universit�rio em Wuhan foram infectados em janeiro, de acordo com um estudo publicado na revista Jama.
Os cientistas ainda est�o trabalhando para encontrar um rem�dio eficaz para conter a epidemia e tamb�m tentam estudar a cadeia de transmiss�o ao homem.
O v�rus apareceu em um mercado em Wuhan, onde animais selvagens eram vendidos para consumo. A origem, a princ�pio, teria sido um morcego, mas os cientistas chineses alertaram que era necess�rio um "hospedeiro intermedi�rio" para o coronav�rus atingir o ser humano. Esse intermedi�ria seria o pangolim, um pequeno mam�fero cuja carne e escamas s�o altamente valorizadas na China.
Na tentativa de colocar a epidemia em perspectiva, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) indicou que 82% dos casos registrados s�o considerados leves, 15% graves e 3% "cr�ticos". No total, menos de 2% dos casos foram fatais.
Enquanto a epidemia avan�a, a OMS busca um nome definitivo para o pat�geno que n�o estigmatize nem a popula��o chinesa, nem Wuhan.
Aguardando uma decis�o, a China anunciou neste s�bado que a chamar� de "nova pneumonia por coronav�rus", com o acr�nimo NCP (na sigla em ingl�s).
Na Hungria, a Pol�cia anunciou ter desmontado uma rede com dezenas de sites de not�cias falsas que diziam que v�rios h�ngaros tinham morrido infectados pelo novo coronav�rus.
