O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, procurou na quarta-feira tranquilizar a popula��o e os mercados, preocupados com a dissemina��o do novo coronav�rus, minimizando o risco para o pa�s, mas sem descartar novas restri��es de viagem.
No mesmo dia em que as autoridades disseram ter identificado o primeiro caso de origem desconhecida no territ�rio americano, o presidente enfatizou que o cont�gio "n�o � inevit�vel".
"Eu n�o acho que seja inevit�vel. Acho que existe a possibilidade de piorar, uma possibilidade de piorar bastante, mas nada � inevit�vel", disse Trump em entrevista coletiva na Casa Branca, anunciando que nomeou o vice-presidente Mike Pence para ficar � frente das a��es contra a doen�a.
Ao lado das principais autoridades de sa�de do governo e de Pence, a quem considerou um "especialista" por liderar em 2014 a luta contra outro coronav�rus, o MERS, quando era governador de Indiana, Trump, o chefe de estado elogiou as primeiras medidas tomadas, como a proibi��o de entrada no territ�rio americano de estrangeiros que nas �ltimas duas semanas estiveram na China, a origem da epidemia.
Trump disse, no entanto, que decidir� "no devido tempo" se ir� adicionar a Coreia do Sul e a It�lia � lista, dois pa�ses com o maior n�mero de casos fora da China.
Na quarta-feira � noite, o Departamento de Estado elevou o para o segundo maior o n�vel a precau��o de viagem para a Coreia do Sul, pedindo aos americanos que reconsiderarem a possibilidade de locomo��o para esse pa�s.
Questionado sobre o Brasil, que anunciou na quarta-feira o primeiro caso de coronav�rus na Am�rica Latina, Trump disse que as medidas de controle foram fortalecidas, mas n�o detalhou quais, e enfatizou seu bom relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro.
J� o secret�rio da Sa�de, Alex Azar, alertou que, embora o progresso do COVID-19 no pa�s permane�a contido, a situa��o pode piorar.
"O grau de risco tem o potencial de mudar rapidamente, e podemos esperar ver mais casos nos Estados Unidos", afirmou.
Os Estados Unidos est�o preparados para intensificar sua resposta "em escala muito maior", se necess�rio, disse o presidente, acrescentando que em alguns estados os hospitais est�o liberando salas e construindo �reas de quarentena e que o governo "encomendou" muitas m�scaras protetoras "para o caso de necessidade".
- Caso na Calif�rnia -
Trump tamb�m prometeu gastar "o que for apropriado" para responder ao novo v�rus. O governo pediu ao Congresso 2,5 bilh�es d�lares em fundos para tratamento, vacinas e equipamentos essenciais, mas o presidente republicano disse que gastaria de bom grado mais se a oposi��o democrata permitisse.
Os legisladores democratas acusaram o governo de tentar cortar fundos para as ag�ncias de sa�de p�blica em seu or�amento proposto para 2021, incluindo o servi�o federal dos Centros de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC).
Trump falou um dia depois que uma autoridade s�nior de sa�de p�blica alertou que � inevit�vel que a doen�a se espalhe nos Estados Unidos.
O CDC pediu aos americanos na ter�a-feira que se preparem para cancelar eventos e solicitou a escolas e empresas a desenvolver planos de teletrabalho, em meio a alertas da OMS de que os pa�ses n�o est�o prontos para conter um surto que j� infectou 80.000 pessoas em 34 pa�ses, principalmente na China, e causou a morte de mais de 2.700.
Na quarta-feira, havia 60 casos nos Estados Unidos: 15 detectados pelo sistema p�blico de sa�de e 45 repatriados do exterior, tanto de um navio de cruzeiro na frente do Jap�o quanto de Wuhan, cidade chinesa onde os primeiros casos foram identificados.
O CDC disse que o �ltimo caso detectado na Calif�rnia "n�o tinha hist�rico de viagem relevante ou exposi��o a outro paciente conhecido", o que poderia representar a primeira inst�ncia de "propaga��o comunit�ria" nos Estados Unidos, embora isso ainda n�o tenha sido confirmado.
Uma "propaga��o comunit�ria" significa que a fonte da infec��o � desconhecida.
As a��es de Wall Street terminaram principalmente em baixa na quarta-feira, estabilizando um pouco ap�s uma queda em duas sess�es em meio a crescentes preocupa��es sobre o impacto econ�mico da epidemia de coronav�rus.