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Estado de Minas COVID-19

Brasucas se assustam com clima de histeria

Brasileiros que vivem em duas cidades norte-americanas, separadas por mais de 2 mil km, relatam cen�rio de apreens�o entre os moradores, que correm aos supermercados para estocar alimentos


postado em 14/03/2020 04:00 / atualizado em 13/03/2020 22:21

Boca Raton (abaixo), na Flórida, e Framigham, em Massachussetts, vivem situações parecidas: filas nos supermercados e prateleiras de produtos de higiene vazias(foto: Anderson Ney/Arquivo Pessoal)
Boca Raton (abaixo), na Fl�rida, e Framigham, em Massachussetts, vivem situa��es parecidas: filas nos supermercados e prateleiras de produtos de higiene vazias (foto: Anderson Ney/Arquivo Pessoal)

Cerca de 2.300 quil�metros separam Boca Raton, na Fl�rida, de Framigham, em Massachusetts, ambas na costa leste dos Estados Unidos. Mas, apesar da longa dist�ncia entre as cidades, o cen�rio em rela��o ao coronav�rus � semelhante: apreens�o, medo, inseguran�a e princ�pio de p�nico. � o que relatam brasileiros que vivem no pa�s e t�m experimentado dias de caos.
(foto: Cláudio de Souza/Arquivo Pessoal)
(foto: Cl�udio de Souza/Arquivo Pessoal)
 
Tudo teria come�ado ap�s a divulga��o de boatos pelas redes sociais afirmando que mat�rias-primas para fabrica��o de g�neros b�sicos de limpeza (muitos deles de origem chinesa) estariam em falta. Mesmo com os fabricantes negando a escassez dos produtos, foi imposs�vel conter o 'efeito manada'. Muitas pessoas correram para os supermercados para estocar alimentos, a� sim come�ando a provocar a falta de itens essenciais.
 
“Realmente, a popula��o aqui est�, como diz aquela m�sica, descontrolada. Foi uma correria aos supermercados por �gua, produtos de limpeza e, por incr�vel que pare�a, papel higi�nico. Se tem alguma rela��o com o coronav�rus, bem, a� � outra hist�ria”, diz Anderson Ney, de 45 anos, morador de Boca Raton e dono de uma empresa que trabalha com equipamentos de prote��o contra furac�es e com a instala��o de arm�rios planejados.  “Tem sido comum ver pessoas com m�scaras e luvas enfrentando filas e restri��es de entrada em supermercados, quase sempre com mau humor, quer seja pela situa��o ou pela m�dia avan�ada de idade dos moradores aqui da regi�o.” Ele destaca, por exemplo, que a Costco, famosa rede atacadista, limitou a entrada de 50 clientes por vez.
 
H� quatro anos nos Estados Unidos com a fam�lia (a esposa Bertha e os filhos Arthur, de 13 anos, e Bia, de 11), Anderson Ney diz que at� a rotina das crian�as ser� alterada. “A diretoria do condado de Palm Beach se reuniu e determinou a suspens�o das aulas j� a partir da pr�xima semana. Mesmo que j� esteja previsto para a �ltima semana de mar�o o famoso Spring Break, quando os alunos j� ficam uma semana sem aula. Algumas universidades daqui do Sul da Fl�rida tamb�m est�o limitando aulas somente ao campo virtual. Outras est�o impondo algumas limita��es”, acrescenta.
 
Anderson ainda destaca outros efeitos da pandemia. “Os voos est�o sendo limitados internamente e proibidos para alguns lugares, como a Inglaterra, por exemplo.” O al�vio � que os neg�cios ainda n�o foram afetados. “Por enquanto, como tivemos uns dias de clima com bastantes ventanias, tive n�meros bons de contatos e contratos, mesmo numa fase inicial do mercado, j� que a temporada de furac�o come�a somente em julho.”
 
Apesar de todo o alvoro�o entre a popula��o local, o brasileiro tenta manter a calma. “N�o sou m�dico, mas penso que est�o exagerando um pouco nas rea��es em rela��o a esta pandemia. Ela � contagiosa sim, mas os n�meros mostram que � control�vel e n�o t�o fatal quanto outras epidemias do passado recente. Mas, como o v�rus � bastante mut�vel, s� o futuro dir� se est�o descontrolados ou certos”, completa.

“Muito doido” No extremo oposto do pa�s, Cl�udio de Souza, de 39, mais conhecido como Dim, mora h� 15 anos, em Framingham, e tem passado por situa��o semelhante. “Como aqui as aulas foram suspensas, fui no mercado ontem comprar alguma coisa para as minhas meninas (Nicole, de 9, e Joana, de 3).
 
Rapaz, n�o tem �gua, n�o tem papel higi�nico. Essa do papel higi�nico n�o entendi at� agora, pois o v�rus n�o d� dor de barriga e o pessoal acabou com o estoque de papel higi�nico e papel-toalha”, destaca. Mas n�o para por a�. “Produtos perec�veis, s� dois por pessoa. Arroz, feij�o, macarr�o. �gua mineral, s� duas caixas por pessoa. Todo lugar em que voc� vai os supermercados est�o todos vazios, quer dizer, as prateleiras vazias, mas lotados de gente”, acrescenta.
 
Natural de Tarumirim, no Vale do Rio Doce, Cl�udio de Souza diz ter se assustado com a rea��o das pessoas � propaga��o do coronav�rus. “O povo aqui est� muito doido. Vi poucas pessoas com m�scaras nas ruas, mas tem gente brigando por papel higi�nico nos supermercados”, relata. Com contato com v�rios compatriotas que moram nos Estados Unidos, Cl�udio Souza diz que ainda n�o h� p�nico entre os brasileiros. “A comunidade, por enquanto, est� tranquila. N�o ouvi falar de nenhum brasileiro entre os poss�veis casos suspeitos.”
 
Trabalhando como condutor de guincho, dando assist�ncia para uma companhia seguradora, Cl�udio Souza tamb�m diz ainda n�o ter sentido efeitos nos neg�cios. “Por enquanto, n�o. Qualquer emerg�ncia eu vou dar ajuda, troca de pneu, bateria. Em �ltimo caso, reboco o carro. O inc�modo que a gente sente no dia a dia � o fato de as crian�as n�o terem escola. A� tem que ficar em casa ou pagar pra ficar com alguma bab�”, explica. Mas a situa��o pode mudar em pouco tempo. Ao menos era o papo que rolava nas redes sociais, garantindo que o governo Trump mandaria todo mundo ficar em casa por duas semanas. Nas ruas, s� ficariam as For�as Armadas, pol�cia, ambul�ncia.
 
Tudo leva a crer que � mesmo apenas mais um boato, mas em Everett, outra cidade com grande col�nia brasileira, distante apenas cerca de 40 quil�metros de Framingham, medidas mais dr�sticas j� foram tomadas. 
 
Eduardo Oliveira, que comanda dois programas de r�dio para os brasileiros que vivem na regi�o, divulgou que o prefeito Carlo de Maria decretou o fechamento das escolas at� 27 de abril (44 dias corridos e 30 dias letivos). 
 
Al�m disso, a prefeitura ficar� fechada � visita��o p�blica durante duas semanas e os funcion�rios p�blicos considerados "n�o essenciais" trabalhar�o de casa.

Prim�rias adiadas


Luisiana se tornou ontem o primeiro estado dos Estados Unidos a decidir adiar suas elei��es prim�rias presidenciais, previstas para 4 de abril, devido � pandemia do novo coronav�rus. "Hoje, certifiquei-me de que existe um estado de emerg�ncia", disse em coletiva de imprensa Kyle Ardoin, secret�rio do estado da Luisiana, ao anunciar a medida, apontando que "a lei estabelece medidas extraordin�rias para enfrentar desastres". As autoridades de sa�de relataram 33 casos do novo coronav�rus nesse estado, no Sudeste do pa�s. A decis�o � anunciada antes de uma nova rodada de vota��o prim�ria na ter�a-feira, em quatro estados tamb�m afetados pela pandemia: Arizona, Fl�rida, Illinois e Ohio.



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