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Estado de Minas

'Pulm�o do mundo fica sem oxig�nio', diz m�dico na Amaz�nia peruana


postado em 14/05/2020 20:26

A Amaz�nia, chamada por muitos de "o pulm�o do mundo", est� ficando sem oxig�nio para atender os pacientes nos hospitais da floresta peruana, advertiu uma autoridade m�dica regional nesta quinta-feira (14).

"O pulm�o do mundo morre por falta de oxig�nio e essa � a nossa triste realidade", disse � AFP por videochamada o diretor de Sa�de da regi�o amaz�nica de Loreto, Carlos Calampa, uma das mais afetadas pelo novo coronav�rus no Peru.

Calampa afirmou que a falta de oxig�nio � um problema s�rio porque as comunidades amaz�nicas j� somam 14 ind�genas mortos por coronav�rus e centenas de contagiados.

"N�o vamos precisar de oxig�nio s� para Iquitos (principal cidade da regi�o), mas para a periferia; envi�-lo a Nauta, Requena, Yurimaguas seria dif�cil pela falta de transporte pelos rios", informou o m�dico.

Na Amaz�nia peruana praticamente n�o h� estradas e o principal meio de transporte � o fluvial.

Em Loreto, onde nasce o rio Amazonas, "temos 193 profissionais contagiados e 12 falecidos. Fica muito dif�cil montar equipes de a��o r�pida na regi�o", disse Calampa.

Nos corredores do hospital de Iquitos, v�-se os pacientes ligados a bal�es de oxig�nio de cor verde.

Em Requena, um caix�o apareceu em um lix�o, segundo imagens exibidas na TV,

Na cidade de Iquitos, um bal�o de oxig�nio � vendido entre 880 e 1.470 d�lares, pre�os elevad�ssimos em rela��o ao de antes da pandemia, segundo l�deres comunit�rios.

Loreto fica na remota fronteira com Brasil, Col�mbia e Equador. � a regi�o mais extensa e povoada do Peru. Ali foram reportados ao menos 2.107 casos de COVID-19 e 95 falecidos.

Na regi�o, muito poucas comunidades t�m �gua pot�vel. Em algumas aldeias, as pessoas fazem m�scaras com folhas de bananeira para se proteger.

- "Queremos ponte a�rea" -

"Temos a comunidade de Bellavista Callar�, que � a mais atingida pela pandemia. Foram reportadas sete pessoas falecidas, estamos muito preocupados", disse � AFP Francisco Hern�ndez Cayetano, l�der da Federa��o de Comunidades Ticuna e Yaguas do Baixo Amazonas, em Loreto.

Ele explicou que a aldeia de Callar�, com mais de 2.000 habitantes, tem um posto m�dico desabastecido de medicamentos.

"Precisamos urgentemente de rem�dios, oxig�nio e equipamentos de seguran�a. Queremos uma ponte a�rea", disse Hern�ndez.

"Fa�am alguma coisa pela popula��o Ticuna, que est� morrendo. N�s tamb�m somos peruanos, mas nesta parte da fronteira, estamos esquecidos. Queremos salvar nossos av�s", expressou.

Os contagiados s�o tratados com xarope de lim�o, gengibre e cebola que eles pr�prios preparam.

Entre os mortos est� o prefeito do distrito de Masisea, Silvio Vall�s, de 42 amos, da etnia shipibo-konibo, a mais numerosa na regi�o amaz�nica de Ucayali, fronteiri�a com o Brasil.

O ministro peruano da Sa�de, V�ctor Zamora, admite que a situa��o em Loreto � cr�tica pela falta de oxig�nio.

"A situa��o em Iquitos � muito cr�tica, continua sendo muito delicada. O minist�rio comprou 9.000 metros c�bicos de oxig�nio e 60 bal�es que transportamos em uma porte a�rea, mas s�o insuficientes para a capacidade que Loreto tem", disse Zamora � emissora TV Per�.

"Mesmo assim, nossos compatriotas em Iquitos seguem desesperadamente precisando deste elemento vital. No mercado nacional do Peru estamos ficando sem bal�es de oxig�nio porque o consumo � muito grande", comentou o ministro.

Agilio Semperi, presidente do Conselho Machiguenga do Rio Urubamba, disse � AFP que as comunidades s� tem postos m�dicos e que para chegar ao hospital mais pr�ximo, teriam que viajar v�rios dias pelo rio.

"Precisamos da interven��o do Estado nas comunidades nativas para poder resguard�-las", disse � AFP este l�der da �rea florestal da regi�o de Cusco.

Em 30 de mar�o, comunidades ind�genas peruanas e uma ONG internacional pediram a restri��o da entrada na Amaz�nia para impedir a propaga��o do coronav�rus entre os ind�genas, que est�o entre os povos "mais vulner�veis do planeta" diante da pandemia.

O Peru registrava at� esta quinta-feira 2.267 mortos por COVID-19 e 80.604 casos confirmados.


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